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terça-feira, 22 de julho de 2008

EUA - Um milhão de nomes estão na lista antiterrorista

WASHINGTON (AFP) - O que têm em comum uma freira católica, um piloto de avião e Cat Stevens? Nada, a não ser pelo facto de estarem entre os mais de um milhão de nomes que fazem parte da lista de vigilância antiterrorista formulada pelas autoridades norte-americanas.
Esta lista, que supostamente contém os nomes dos terroristas ou pessoas suspeitas de estarem ligadas ao terrorismo, cresceu consideravelmente desde o 11 de setembro de 2001 e impede que pessoas que, a princípio, apresentam uma conduta correcta embarquem num avião, segundo a Associação norte-americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
Esse número, de mais de um milhão, surgiu de um relatório do Departamento de Justiça sobre o Centro de Vigilância do Terrorismo, divisão do FBI que estabelece a lista de vigilância, indicou a ACLU.
O Centro "tinha mais de 700.000 nomes na sua base de dados em abril de 2007 e a lista acrescentou mais de 20.000 fichas por mês em média", segundo um informe do inspector geral do Departamento de Justiça, acrescentou a associação.
"Se houvesse um milhão de terroristas a ameaçar os Estados Unidos, as nossas ruas estariam em chamas", disse à AFP Barry Steinhardt, director do programa Tecnologia e Liberdade da ACLU.
Não, essa lista não possui um milhão de pessoas, contestou o director do Centro de Vigilância do Terrorismo, Leonard Boyle. Trata-se de uma ferramenta eficaz, afirmou após desmentir que milhares de norte-americanos tenham sido detidos ou tido sua paz perturbada diariamente por estarem nessa lista.
A irmã Glenn Anne McPhee, ex-secretária de Educação na Conferência Episcopal Católica norte-americana, apareceu na lista porque um afegão havia utilizado McPhee como sobrenome, segundo a ACLU e o San Francisco Faith, boletim na internet da diocese onde trabalha a freira.
Durante nove meses depois de outubro de 2003, a freira foi alvo de exaustivas investigações e teve que pedir ao seu bispo que conversasse com Karl Rove, principal assessor político do presidente Bush neste momento, para que o seu nome fosse retirado da lista negra.
Nelson Mandela precisou de uma ordem do Congresso para que o seu nome fosse retirado da mesma lista.
Cat Stevens, o cantor que no final dos anos 60 se converteu ao Islã, passando a se chamar desde então Yusuf Islam e que não tem antecedente algum de actividades terroristas contra si, teve o seu visto de entrada nos Estados Unidos negado.
E sua 'xará', Cat (diminutivo de Catherine) Stevens, esposa de um senador norte-americano, teve problemas para embarcar num avião, segundo a ACLU.
Robert Campbell, piloto de avião durante 22 anos, também entrou para a lista de pessoas proibidas de voar.
"Sou autorizado (...) a pilotar um avião, mas se quiser viajar como passageiro, sou proibido de voar", explicou em 2007 à TV norte-americana.
Este piloto aposentado, que também foi piloto da Marinha norte-americana, ainda não entende por que está na lista.
No entanto, "muitos nomes dos verdadeiros terroristas não estão na lista que é enviada ao pessoal das companhias aéreas, agências de viagens, alfândega", considerou Barry Steinhardt.

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