RÁDIO MOÇAMBIQUE

RÁDIO MOÇAMBIQUE
CLICA NA IMAGEM. NOTÍCIAS ACTUAIS DO PAÍS

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

National Geographic apresenta em Maputo documentário sobre Parque Nacional da Gorongosa

Moçambique quer recuperar para o Parque Nacional da Gorongosa (PNG) o estatuto de um dos melhores de África, garantiu o ministro do Turismo, no dia em que foi apresentado um documentário sobre o local, da National Geographic.

Com estreia para Janeiro nos EUA e em Março no resto do mundo, "Gorongosa National Park Africa´s Lost Éden" teve a sua ante-estreia no dia 15 em Maputo, numa cerimónia com direito a discursos e promessas de que o PNG voltará ao que era antes da guerra civil, causadora da morte da esmagadora maioria da fauna.

"Com este filme, Moçambique passa a dispor de mais um valioso instrumento de promoção nacional", frisou o ministro, Fernando Sumbana, salientando que se trata de um documentário de 50 minutos onde surgem 54 ecossistemas distintos e a vida dos diferentes habitantes do parque em várias épocas do ano.

O documentário da National Geographic começa no final da época das chuvas (Março/Abril) e lembra que aquele que já foi considerado dos melhores parques de África sofreu uma verdadeira carnificina, durante a guerra civil do país.

Recorda, por exemplo, que dos 14.000 mil búfalos restaram 15, que das 13.000 zebras restaram cinco e que dos 500 leões ficaram seis, e mostra a colaboração entre o Kruger Park, da África do Sul, que tem estado a oferecer elefantes, tanto mais que a sua população actual de 13.000 é excessiva.

O documentário mostra mesmo a captura de um deles no Kruger e o seu transporte para o PNG, onde acaba por ser morto por caçadores furtivos, um dos problemas com que o PNG tem também de se debater.

Os elefantes, os hipopótamos e os crocodilos são as "estrelas" do documentário, filmados também na época seca e depois no regresso das chuvas, em Dezembro.

A Gorongosa é "um dos lugares mais bonitos de África e um dos mais importantes em termos de biodiversidade", disse Greg Carr, presidente da Fundação Carr, que está a gerir o Parque, mediante um acordo com o governo de Moçambique.

O responsável garantiu que a fauna e flora do PNG têm vindo a "recuperar muito bem" e desejou que depois da projecção do filme "turistas de todo o mundo venham visitar Moçambique", lembrando ainda que a direcção do Parque tem vindo a ajudar as comunidades locais, quer através de emprego e construção de infra-estruturas quer através de distribuição de parte dos lucros.

As filmagens de "Gorongosa National Park Africa´s Lost Éden" decorreram entre Janeiro de 2008 e Maio de 2009.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cascatas da Namaacha: sete anos depois da seca

As chuvas intermitentes que se abateram sobre alguns distritos do sul de Moçambique, entre eles o da Namaacha, foram suficientes para reavivar o curso de água que alimenta aquelas cascatas, para delícia dos residentes da vila-sede do distrito e dos visitantes provenientes das cidades de Maputo e Matola.

Situadas a escassos quilométros das linhas de fronteira que separam Moçambique, África do Sul e Swazilândia, as cascatas da Namaacha são um potencial turístico adormecido que, ao que consta, vão poder beneficiar de um projecto de exploração. Irá ser lançado um concurso público para os interessados, sabendo-se desde já que as autoridades ligadas as estradas e pontes prontificaram-se a reabilitar a muito degrada estrada serpenteada que da acesso ao local.

As várias piscinas formadas entre as rochas a jusante das cascatas estão já a ser disputadas pela criançada, sob o olhar atento dos mais velhos. Jovens namorados, muitos deles estudantes de ferias, tomaram conta daquelas piscinas, sobretudo nos dias e horas de menor movimento.

As fotografias por mim registadas, ilustram a beleza do local. Está convidado a visitar as Cascatas da Namaacha.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Matias Mboa: “A luta pela independência foi uma escola”, afirma autor de um livro sobre a epopeia libertadora

“Memórias da Luta Clandestina” é o mais recente livro de um combatente pela independência de Moçambique a ser lançado no país, num acto que teve lugar ontem em Maputo.

O seu autor é o ex-preso político Matias Mboa, líder da 4ª Região Militar da luta armada de libertação nacional (operando no sul do país), que foi preso pela polícia política portuguesa, PIDE, em 1964, e acabou nas celas da cadeia da Machava.

O lançamento desta obra contou com a presença do Presidente da República, Armando Guebuza, também ele veterano da guerra que, desencadeada em 1964 pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), viria a culminar com a assinatura dos Acordos de Lusaka (7 de Setembro de 1974) e dando espaço à proclamação da independência nacional em 1975.

Guebuza é, aliás, o autor do prefácio desta obra que ele considera cativante para o leitor a embrenhar-se no passado de heroicidade dos destemidos combatentes pela luta de libertação nacional.

A luta clandestina a que se refere Matias Mboa no seu livro corresponde à forma que caracterizou o engajamento dos moçambicanos pela independência nacional no sul do país.
As outras vertentes desta luta foram o combate militar, levado a cabo no norte e centro do país, e a luta diplomática, que consistia na angariação de apoios junto de nações estrangeiras para a causa dos moçambicanos.

Para o Presidente Guebuza, estes relatos de heroicidade contidos em “Memórias da Luta Clandestina” constituem “importantes referências e fontes de orgulho e de inspiração e fontes de orgulho para continuarmos a enfrentar, com o mesmo sucesso de ontem os desafios do presente e do futuro”.

Por sua vez, o autor, que foi parco em palavras, referiu-se ao modo como foi desenvolvido o combate pela independência como “uma escola”, uma vez que inspirou vários grupos de jovens a abraçar a causa dos moçambicanos nos tenebrosos anos de 1960.

Matias Mboa começa o seu livro com um poema que escreveu durante os tempos que passou na cadeia da Machava. Pelas sevícias por que passou nas mãos da temível PIDE, o ex-preso político refere-se à cadeia da Machava como algo de que se quer esquecer para “apagar as tristes recordações” que teimam em continuar a habitar a sua memória. Todavia, no mesmo poema, o autor refere que essas memória são indeléveis, pelo que delas não se desenvencilha.

Livro “Janelas de Mim” de Miguel César: misto de artes e retratos da sua vida

“Janelas de Mim: desenhos do seu percurso” é o título do livro do escritor, artista plástico e arquitecto Miguel César, lançado nos princípios da noite de ontem no Instituto Camões, em Maputo. A obra comporta 112 páginas e é editada pela Alcance Editores, com o patrocínio da empresa de telefonia móvel mcel.

Ao longo das páginas do “Janelas de Mim” encontramos um misto de artes, a de escrever, relatar suas vivências, assim como retratos da sua vida de pintor.

O livro já se encontra disponível nas livrarias da cidade de Maputo e quase em todo o país, num circuito de distribuição levado a cabo pela Alcance Editores em parceria com a sua rede de parceiros.

A historiadora Alda Costa explica que a primeira impressão face ao conjunto de desenhos que juntou para esta publicação foi a de uma actividade quase não interrompida. Com o auxílio da tinta-da-china, do acrílico, do lápis de cor registou no papel o universo visual do seu percurso de vida, da sua vontade de participar, das memórias de uma geração que abraçou uma causa.

“Os temas são os que, desde muito cedo, o interessaram: a mulher porque, ‘sem a mulher não há país’ ou o corpo e o desejo ou ainda o universo popular, o uso da tradição, a noite, as janelas, cada vez mais janelas. Janelas de todo o tipo povoam o seu trabalho. Porque gosta delas, porque olha através delas, porque o que deseja lhe entra pela janela, porque a sua profissão assim o sugere”, diz a historiadora.

Miguel César dos Anjos Santos nasceu na cidade da Beira, em 1957. É licenciado em Arquitectura e Planeamento Físico e membro fundador das associações Moçambicana do Desenvolvimento Urbano e da de Arquitectos de Moçambique.

Participou em exposições colectivas, tais como a III e IV Exposições Juvenis de Artes Plásticas no Pavilhão dos Desportos na cidade da Beira, em 1972 e 1973, na exposição de pintura e desenho, entre tantas outras.

Na sua apresentação ao autor de “Janelas de Mim”, a historiadora Alda Costa diz: “O desenho e Miguel César dão-se bem”.

Ele pintou vários murais na década de setenta e é ainda autor de muitas capas de livros de escritores moçambicanos, destacando-se Heliodoro Baptista (Por cima de toda a folha); Mia Couto (4 Peças para um Cenário Roído, e Vozes Anoitecidas) e Carlos Serra (para a História da Arte Militar Moçambicana).

sábado, 24 de outubro de 2009

Brasileiro que fotografou independência de Moçambique expõe em Tóquio

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado apresentou nesta sexta-feira (23) no Japão a sua mostra "África", um trabalho de mais de 30 anos no continente. Com as suas fotografias, ele diz querer "contar histórias" que necessitam do compromisso da imprensa e das ONG para poderem ser mudadas.

A exposição "África" começa este sábado e vai até o dia 13 de dezembro, no Museu Metropolitano de Fotografia de Tóquio. Salgado, de 65 anos, viajou por todo o mundo fotografando pessoas e lugares com as suas imagens em preto e branco e que já lhe renderam diversos prêmios internacionais, consideradas por ele "mais intensas" que as composições em cor.

Na sua opinião, os protagonistas de suas fotos "podem ser pessoas empobrecidas, mas não deprimidas, nem miseráveis". Nas suas viagens por África, Salgado teve a oportunidade de retratar o processo de independência de Angola e Moçambique e tragédias humanitárias como a crise de fome na África Central ou os deslocamentos de comunidades no Ruanda.

O fotógrafo brasileiro disse que o fotojornalista actual precisa "emoldurar o seu trabalho na realidade. Para isso, é necessário ter conhecimentos amplos em economia, sociologia e geopolítica", e não somente um domínio técnico.

O fotógrafo disse ainda que o jornalismo tem que ser honesto, ter controle e não fomentar estereótipos, diferente do que acontece actualmente.

Para Salgado, continentes como a África ou a América Latina estão a viver uma época de desenvolvimento e crescimento, como é o caso de Botswana e África do Sul ou Argentina e Brasil.

"A África não é um continente subdesenvolvido, tem o desenvolvimento que tem. Está a procura da sua identidade. Os pobres não necessitam de piedade ou de caridade, mas compressão e assistência", ressaltou Salgado.

O fotógrafo disse ainda que com a chegada dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro em 2016 "será feita justiça", pois é necessário que o hemisfério sul e a América Latina organizem aquele acontecimento mundial.

Mostra em Londres retrata explosão musical dos anos 1960

Cilla Black
Uma exposição na National Portrait Gallery de Londres capta a década de 1960 na Grã-Bretanha através de fotos de grupos musicais, desde a apresentação dos Beatles na casa nocturna Cavern até a explosão psicodélica nos anos 1970.

A mostra de 150 fotos, capas de álbuns e de revistas, partituras e outros itens celebra a ascensão do pop britânico e de gigantes do rock como os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Pink Floyd, ao lado de nomes norte-americanos da mesma época como Jimi Hendrix e Bob Dylan.

Os retratos clicados por fotógrafos aclamados como David Bailey, Cecil Beaton, Don McCullin e uma multidão de outros estão organizados em décadas, passando da inocência da juventude no início da década de 1960 para a psicodelia decadente, movida a drogas e a libertação sexual que caracterizaram o "verão do amor" de 1968 e os anos seguintes.

Os primeiros anos mostrados na exposição focam sobretudo os Beatles, Rolling Stones e grupos britânicos menos conhecidos fora do país, como Cilla Black e Cliff Richards, mas Rod Stewart aparece ao lado de Long John Baldry num retrato de grupo chamado Steampacket feito em 1964.

"Quisemos reflectir os maiores astros de cada ano", disse à Reuters na sexta-feira o curador da exposição, Terence Pepper.

Mas Pepper disse que a mostra também revela a rapidez com que os Beatles, Rolling Stones, David Bowie, Pink Floyd e Led Zeppelin transformaram a paisagem musical e conquistaram o mundo.

"Era tudo completamente novo, estava tudo a acontecer na época. A música pop nem sequer tinha chegado às rádios".

Alto-falantes tocam sucessos da década para intensificar o ambiente da exposição, que também inclui itens de moda originais dos anos 1960, de Biba e Mary Quant.

A mostra ressalta a rivalidade entre os Beatles e os Rolling Stones em imagens feitas por vários fotógrafos de primeira linha, que os ajudaram a criar e confirmar as suas imagens em transformação.

Pepper disse que o título da exposição ilustra como a década dominada pelos Beatles no seu início acabou por dar lugar a astros como David Bowie, que ganhou força no final dos anos 1960 e ainda mais nos anos 1970.

Outras secções são dedicadas à mini-invasão de astros norte-americanos, entre eles os Walker Brothers e, mais tarde, Jimi Hendrix, que se mudaram para a Inglaterra para lançar as suas carreiras.

Pastor anglicano está farto de escutar Tina Turner nos funerais

Um pastor anglicano declarou no seu blog que está farto de realizar funerais ao som de canções de Tina Turner e outros ídolos da música pop.

Ed Tomlinson, de 35 anos, queixa-se que "as mensagens doces das estrelas do pop tenham substituído os hinos e as orações do passado", informou o jornal Telegraph.

Segundo o sacerdote, embora os partidários de uma sociedade laica acreditem ter conseguido uma vitória sobre a Igreja, os infiéis "vão acabar na fogueira sem esperança alguma de ressurreição".

"Pensei em assistir a uma cremação como um limão e perguntar-me que fazia eu num funeral durante o qual os alto-falantes vomitavam melodias de Tina Turner ou outras sentimentais de algum poeta humanista", comentou no seu blog.

Segundo o sacerdote, o aumento do número de funerais laicos é um sinal da actual marginalização da Igreja.

"É preocupante o facto de que o cuidado pastoral fique nas mãos de pessoas cujo único objectivo é fazer dinheiro", afirma.

domingo, 18 de outubro de 2009

Uma tremenda farra

Os parceiros musicais Roberto e Erasmo Carlos já declararam a sua afeição mútua na antológica canção “Amigo”. Na vida privada, as proclamações de amizade são menos convencionais. Nos anos 80,num restaurante de Los Angeles, Roberto repreendeu Erasmo pela sua suposta falta de asseio: o Tremendão – como é conhecido desde os tempos da jovem guarda, movimento que lançou o rock brasileiro nos anos 60 – não havia lavado as mãos antes de ir aos lavabos. Hipocondríaco, conhecido pelas suas estranhas manias, Roberto Carlos tentou convencer o parceiro de que o órgão sexual masculino é uma peça frágil, susceptível a todo tipo de infecção – tocá-lo com as mãos sujas indicaria descuido com o próprio corpo.

Para provar a sua sintonia com o corpo, Erasmo embarcou numa candente defesa do próprio instrumento (não musical, bem entendido). "Ele obedece-me, entende-me, está sempre pronto para a guerra. É o meu melhor amigo", disse. "Ele já te emprestou dinheiro?", perguntou Roberto. E, diante da negativa de Erasmo, concluiu: "Então eu sou o seu melhor amigo". Esse diálogo esquisito é uma das muitas anedotas incluídas por Erasmo em “Minha Fama de Mau”, que chega a partir de sexta-feira às livrarias.

Despretensioso e muito bem-humorado, o livro, com texto final do jornalista Leonardo Lichote, não é uma autobiografia minuciosa do cantor – trata-se antes de uma espécie de álbum de memórias, uma reunião de casos vividos por Erasmo em cinquenta anos de carreira, com flagrantes impagáveis da música brasileira do período.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Filme “A Ilha dos Espíritos” apresentado na sede da UNESCO em Paris

O filme moçambicano, “A Ilha dos Espíritos”, sobre a Ilha de Moçambique, foi projectado para um auditório constituído pelos participantes da 35ª.Conferência Geral da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (UNESCO), que decorreu na sua sede, Paris, semana passada. A projecção fez parte de uma sessão especial sobre Moçambique, que teve como tema a “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável”.

“A Ilha dos Espíritos”, um documentário de 63 minutos, foi realizado por Licínio de Azevedo e co-produzido pela Ebano Multimédia e Technoserve. Foi estreiado durante o IV Dockanema, Festival do Filme Documentário, que decorreu em Maputo de 11 a 20 de setembro último.

A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo conhecido até então. Nela (película) intervêem um historiador especializado na ilha e um arqueólogo marítimo que traz à superfície tesouros há muito perdidos em naufrágios.

O quotodiano dos habitantes da Ilha de Moçambique, actividades, hábitos, cultura, é nos dado a conhecer por inúmeros outros personagens: um pescador que relata as aventuras na sua frágil embarcação; o “porteiro” da ilha que controla quem entra e sai dela pela ponte que a liga ao continente; uma famosa dançarina e animadora cultural; uma coleccionadora de capulanas e jóias antigas; uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário colectivo dos ilheus.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro: o inferno em Nova Iorque

Nesta sexta-feira completam oito anos de um dos maiores atentados da história. A 11 de setembro de 2001, quatro aviões foram sequestrados nos EUA.

Dois atingiram as torres do World Trade Center, em Nova Iorque, outro atingiu o Pentágono e um quarto caiu em Shanksville, na Pensilvânia.

Os ataques fizeram mais de 3.000 mortos. No Slide que apresentamos, imagens dos atentados. (Fotos: AP)

“O 11/9 foi uma fraude”, diz Charlie Sheen

Oito anos após os atentados contra o World Trade Center, em Nova York, teorias conspiratórias ainda produzem eco dentro e fora dos Estados Unidos. Uma delas acaba de ser reavivada pelo actor Charlie Sheen, para quem "a história oficial do 11/9 foi uma fraude". O astro da série "Two and a Half Men" foi mais longe, e pediu ao presidente Barack Obama que abrisse uma nova investigação sobre os ataques.

O apelo foi feito dois dias antes do aniversário dos atentados na forma da transcrição de um encontro fictício com o líder americano, publicada no site www.prisonplanet.com, do radialista Alex Jones. Nela, Sheen afirma que o governo de George W. Bush estava por trás dos ataques, que seriam, na verdade, apenas um pretexto para invadir o Iraque. A comissão criada para investigar o caso, segundo o actor, foi uma tentativa de encobrimento.

Sheen sugeriu ainda que Osama Bin Laden trabalhava para a CIA na ocasião e questionou como os passaportes que identificavam os sequestradores dos aviões resistiram às chamas. "Não podemos permitir que governos continuem a tocar a sua agenda política explorando pretextos forjados", disse o astro, acrescentando que a população está a acordar para a "bandeira falsa do terrorismo".

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

The Beatles: integral remasterizada e jogo hoje nas lojas

A edição integral das canções remasterizadas digitalmente dos Beatles chega hoje ao mercado, acompanhada por textos que contextualizam a evolução da banda e fotos inéditas, tal como o jogo de vídeo "The Beatles: Rock Band".

"A ideia que presidiu à feitura dos textos foi contextualizar historicamente cada álbum, isto é, dar a conhecer além da informação relacionada com o álbum, as outras coisas que os Beatles estavam a fazer como digressões, espectáculos para a rádio e para a televisão, digressões, etc..", disse Kevin Howlett, um dos autores dos textos.

Outro autor dos textos é Mike Heatley, que sublinhou que os "fabulous four" tinham "uma agenda cheia e eram muito solicitados, acrescentando a tudo isto o facto de terem gravado dois álbuns por ano".

"Procurou-se dar uma cronologia tão exaustiva quanto possível, e, por outro lado, às fotografias já conhecidas da edição de 1987 juntar mais fotografias, algumas inéditas", disse Heatley.

"O que fizemos foi tentar acompanhar o grupo, e há muito material de arquivo que permite perceber a sua evolução, até das canções, e logo ter um ideia mais próxima do seu modo de trabalhar", disse Howlett.

O investigador referiu que "há por exemplo as 'masters' de cada fase de gravação de uma canção, permitindo perceber assim como a foram construindo".

Para este trabalho "foi essencial o arquivo dos Beatles nos estúdios de Abbey Road, a cargo de Alan Ralph", disse Howlett.

Os textos permitirão, segundo os investigadores, "conhecer algumas curiosidades da banda de Liverpool, e sistematizar a sua história".

Mike Heatley referiu que os álbuns editados pelos Beatles no reino Unido e na Europa eram diferentes dos editados nos Estados Unidos, "havendo variações por exemplo no alinhamento. Só a partir do álbum 'Sergent Peper's'[Junho de 1967] é que passaram a ser iguais".

Neste caso os Beatles não se distinguiram de outros artistas, pois segundo Heatley "isso acontecia frequentemente com outros artistas na década de 1960".

"Para se ser grande nos Estados Unidos é preciso ter-se um comportamento e atitude diferente da que se tem no seu país de origem", referiu o investigador.

Heatley deu ainda outros exemplos como singles editados nos Estados Unidos que não o foram no Reino Unido, caso de "Let it be", ou vice-versa.

A canção "Eight days a week", outro exemplo, foi single nos Estados Unidos, sem nunca ter entrado em qualquer álbum, contou.

A EMI e a Apple disponibilizam a discografia completa em duas caixas e também os CD avulso.

Uma caixa completa com a remasterização digital em estéreo, constituída por 16 CD, dois deles duplos, e um DVD, no valor de 230 euros, e outra, intitulada "The Beatles in Mono" que reúne todas as gravações do grupo que foram misturadas para edições em mono na década de 1960, e o DVD, com o custo de 270 euros.

Vendidos à unidade, os CD custarão cada um, 16.95 euros, enquanto os dois CD duplos, "White album" e "Past masters", 24.95.

Os dois investigadores concordam que "todas as gerações acabam à sua maneira por descobrir a música dos Beatles, que é de excelente qualidade. Se era boa na década de 1960, é também agora e será sempre"

Bee Gees reúnem-se para concertos, seis anos após a morte do irmão

Robin e Barry Gibb têm planos para novos concertos, seis anos após a morte de Maurice, o terceiro elemento dos Bee Gees. O anúncio foi feito pelo próprio Robin à BBC, dizendo que os dois irmãos estiveram juntos recentemente em Miami, onde terão acordado ensaios e uma série de concertos agendados para muito breve.

sábado, 5 de setembro de 2009

Sandokan, inédito de Hugo Pratt, e adaptado para o Teatro na Rádio Moçambique, chegou às livrarias em França

Banda-desenhada foi encomendada ao autor no final dos anos 1960

Uma versão em banda desenhada de Sandokan, "O Tigre da Malásia", da autoria de Hugo Pratt, acaba de ser editada em França pela editora Casterman, meses após a publicação em Itália.

A banda desenhada foi encomendada a Hugo Pratt, no final dos anos 1960, pelo "Corriere dei Piccoli", um suplemento infantil do diário italiano "Corriere della Sera", mas manteve-se inédito até aos nossos dias provavelmente devido ao êxito de “Corto Maltese”, que o autor começou a desenvolver na mesma época, lê-se no site da editora francesa.

Sandokan, “O Tigre da Malásia”, foi muito popular em Moçambique nos finais da década de 70, quando a Rádio Moçambique decidiu passar a obra para o teatro radiofónico no programa “Cena Aberta”.

A saga foi adaptada por Gulamo Khan e Leite de Vasconcelos e realizada por Álvaro Belo Marques, Carlos Silva e António Scwhalback.

Teodósido Mbanze, hoje assessor jurídico da Rádio Moçambique, desempenhou o principal papel, “Sandokan”, enquanto Machado da Graça representou o de James Bruck, Santa Rita (hoje nos EUA) esteve no papel do “português” Eanes e Teresa Sá Nogueira, já falecida, era a bela e misteriosa jovem inglesa - Lady Mariana.

O “Cena Aberta” de Sandokan, “O Tigre da Malásia” da Rádio Moçambique, era transmitido todos os dias depois do noticiário das 21 com uma audiência tal que as ruas da cidade de Maputo ficavam desertas àquela hora para escutar as peripécias do príncipe malaio, inimigo dos ingleses.

Recorde-se que à época não existia em Moçambique nenhum canal de televisão, pelo que a Rádio era o único meio de comunicação acessível à quase totalidade dos moçambicanos. A televisão só viria a ser instalada em Moçambique em 1980, a TVExperimental, nas mãos do governo, com José Luís Cabaço à frente do projecto.

Já sem uma audiência por aí além, o “Cena Aberta” continua a ser transmitido na empresa moçambicana de radiodifusão pública, aos sábados, as 21 horas.

Gulamo Khan e Leite de Vasconcelos, já falecidos, Santa Rita e Machado da da Graça, foram jornalistas da Rádio Moçambique.

História de Sandokan

A história do “Tigre da Malásia” não foi alimentada por Pratt além de desenhos e pranchas dispersos, tendo sido posta de lado por volta de 1973, quando o "Corriere della Sera" se limitava a uma trintena de páginas. Esquecidas numa caixa na editora, as pranchas da história inacabada de Sandokan de Pratt foram finalmente redescobertas pelo jornalista Alfredo Castelli, 40 anos mais tarde, encontrando finalmente o caminho das livrarias. A editora italiana de Pratt, Rozzoli-Lizard, foi a primeira a publicar este trabalho, já em 2009.

A saga de Sandokan foi criada pelo escritor italiano Emilio Salgari (1862-1911) que lhe dedicou onze livros, uma obra clássica da literatura de aventuras. Os desenhos de Pratt contam o início da saga, situada em 1849 no mar da Malásia, a algumas milhas da costa ocidental do Bornéu. Na ilha selvagem de Mompracem assolada pela tempestade, encontra-se uma inquietante personagem: o príncipe malaio Sandokan, um temido pirata que os ingleses pretendem capturar e que é conhecido por Tigre da Malásia.

Uma personagem central é o aventureiro português Eanes, leal amigo de Sandokan. É ele quem fala ao pirata sobre uma jovem esplêndida com cabelos de ouro que mora em Labuan e cuja reputação de beleza se expandiu por toda a região.

Galvanizado pela descrição do seu amigo, Sandokan decide fazer-se ao mar rumo a Labuan, para contemplar com os próprios olhos a bela e misteriosa jovem - Lady Mariana - e para se vingar dos ingleses que assassinaram a sua família.

A existência do "Sandokan" de Hugo Pratt era referida no livro de Dominque Petitfaux "De l'autre côté de Corto", editado pela Casterman em 1996. Mas ninguém tinha visto esta história inacabada e inédita, adaptada em texto por Mino Milani a partir da obra de Salgari.

Hugo Pratt nasceu em Rimini (Itália) em Junho de 1927 e morreu em Grandvaux (Suíça) em Agosto de 1995. O mais conhecido herói de Pratt é Corto Maltese, cuja primeira aparição data de 1967, na revista Sgt.Kirk. O marinheiro romântico era então uma personagem secundária.(X)

Columbia Records editou (o seu) Miles Davis completo

Uma caixa monumental que inclui todo o Miles gravado na Columbia, entre os discos "Round Midnight" (1955) e "Filles de Kilimanjaro" (1968)

Agosto foi o mês em que se assinalou o cinquentenário da edição de "Kind of Blue", o álbum gravado pela Columbia Records e lançado no dia 17 de Agosto de 1959 que com o tempo se tornou na mais vendida gravação em estúdio da história do jazz, para além de ser considerado um dos melhores discos da história da música. Mas este vai ser também o ano em que a etiqueta americana marca a celebração da arte de Miles Davis (1926-1991) com a edição de uma caixa monumental - pela extensão, mas principalmente pelo conteúdo -, que incluirá todo o Miles gravado na Columbia, entre os discos "Round Midnight" (1955) e "Filles de Kilimanjaro" (1968).

A caixa, intitulada "The Complete Album Collection"/Columbia Legacy, contem 70 CDs com todas as gravações conhecidas e inéditas do genial compositor e trompetista (entre as últimas, está o concerto de Miles no Festival da Ilha de Wight em 1970). Mas a "pièce de résistance" é um DVD também absolutamente inédito, "Live in Europe'67". E como bónus, um livro de 250 páginas...

Toda esta informação foi avançada pelo "site" de música Pitchfork Media, que anuncia o lançamento para 10 de Novembro, especificando que a caixa só poderá ser adquirida via Amazon. Custa tudo 369,98 dólares (pouco mais de 258 euros), o que Tom Breihan, autor da notícia, considera "uma pechincha". E é! E será também, certamente, uma edição para fazer história, como a de "Kind of Blue".(X)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Jackson sepultado perto de Walt Disney e Clark Gable

A família e os amigos mais próximos de Michael Jackson reuniram-se esta madrugada (cerca das 20:00h locais) para prestar uma última homenagem ao músico, no cemitério de Forest Lawn, em Glendale, Los Angeles, onde repousam figuras como Walt Disney e Clark Gable.

O funeral de Michael Jackson realiza-se mais de 70 dias depois da sua morte e reuniu familiares e amigos próximos do cantor, como Elizabeth Taylor ou Macaulay Culkin.

A comitiva familiar composta por mais de duas dezenas de viaturas chegou ao local às 20:00 (04:00 GMT de sexta-feira) escoltadas pela polícia e com uma hora de atraso em relação ao previsto depois de ter percorrido os cerca de 30 quilómetros que separam a residência da família do cemitério.

A cerimónia, ao ar livre prolongou-se por cerca de uma hora e teve entre os convidados Elizabeth Taylor, o pastor Jesse Jackson, o actor Macaulay Culkin e o coreografo Kenny Ortega.

Entre os amigos, a imprensa falou de outros nomes como Diana Ross, Corey Feldman, Broke Shields, Steve Wonder e a ex-mulher do cantor Lisa Marie Presley.

A música do funeral foi responsabilidade da cantora Gladys Knight.

Michael Jackson foi sepultado na área restrita e protegida do cemitério onde repousam também os restos mortais de celebridades como Clark Gable, Bette Davis, Carole Lombard, Walt Disney ou Sammy Davis Jr., protegendo assim a sepultura dos curiosos, fãs ou saqueadores.

O cemitério foi encerrado ao público e foram estabelecidas fortes medidas de segurança para garantir a privacidade do acto depois das cerimónias fúnebres públicas realizadas após a morte do cantor a 25 de Junho.

Depois da cerimónia no cemitério, a família preparou uma recepção no restaurante italiano Villa Sorriso, em Pasadena, a cerca de 12 quilómetros do cemitério, um acto classificado como uma "celebração" à vida de Michael Jackson.

Filha de Obama faz lembrar filho de John F. Kennedy

A Casa Branca divulgou uma fotografia de Sasha Obama que faz lembrar os tempos de John F. Kennedy à frente dos destinos da nação mais poderosa do mundo.

Na imagem, de 5 de Agosto deste ano, a filha do presidente norte-americano Barack Obama aparece escondida atrás de um sofá da Sala Oval, espreitando o pai enquanto este trabalha.

Numa fotografia tirada na mesma sala, em 1963, John F. Kennedy Jr., filho do antigo presidente John F. Kennedy, brinca escondido debaixo da mesa de trabalho do pai.

Alguns títulos da imprensa internacional sugerem que Sasha Obama teve com a publicação desta fotografia o seu "momento Kennedy".

Barack Obama já foi comparado, muitas vezes, a John F. Kennedy. O próprio senador Ted Kennedy, falecido na semana passada, considerava Obama um herdeiro do legado político do seu irmão, assassinado quando era presidente dos E.U.A., e apoiou Obama na histórica campanha que o colocou à frente dos destinos da nação mais poderosa do mundo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jimi Hendrix vai ter um "biopic"

Desta vez parece que nem a meia-irmã, Janie, vai impedir que a coisa avance (pelo menos até certo ponto): depois de vários projectos recusados pela entidade gestora do legado de Jimi Hendrix, presidida por Janie, a Legendary Pictures vai avançar com um "biopic" sobre aquele que foi o maior guitarrista "rock" de sempre ("Rolling Stone" dixit). Dados os exemplos do realizador John Hillman e da Dragonslayer Films, em 2006 (não conseguiram direitos da música), a ideia é inverter o processo: arrancar com o filme primeiro e conseguir autorização depois.

A chegar aos cinemas, segundo a "Variety", o filme deve retratar a vida do músico desde a sua passagem pelo exército norte-americano e o super-estrelato atingido em Woodstock até à morte, a sua pouco explicada morte num hotel de Londres em 1970, com compridos e álcool à mistura.

Depois dos planos abortados em anos recentes envolvendo músicos como Lenny Kravitz e Andre Benjamin dos Outkast, não houve ainda comentários sobre o elenco. Sabe-se apenas que Thomas Tull e Bill Gerber seriam os produtores e que o argumento é de Max Borenstein.

Mafalda tem estátua em Buenos Aires desde domingo

Uma escultura da popular Mafalda está instalada desde domingo no bairro de San Telmo, em Buenos Aires, em homenagem ao criador da personagem, o desenhadar argentino Quino.

Mafalda está sentada num banco com uma altura de 80 centímetros, na rua Chile de San Telmo, onde decorria a história da personagem, a uns escassos metros do local onde vivia o seu criador, Joaquín Salvador Lavado (Quino).

A estátua, da autoria do escultor argentino Pablo Irrgang, celebra a curta vida de uma personagem que se tornou símbolo da contestação e do inconformismo nos anos 60 e 70.

Quino deu vida a esta criança céptica em 1964, numa série de tiras publicadas em três jornais até 1973, ano em que decidiu pôr fim à aventura.

O autor foi ser homenageado pelo governo argentino. De regresso a Buenos Aires, onde viveu vários anos e onde criou Mafalda, lamentou que a cidade se encontre arruinada e irreconhecível.

Quino nasceu em Mendoza em 1932 e reside actualmente em Itália.

O desenhador confessou que todas as personagens da Mafalda têm um pouco dele próprio, e que se identifica mais com Felipe, Miguelito e Libertad. Sublinhou que Mafalda é uma personagem feminina porque "as mulheres são muito mais astutas do que os homens".

Ainda que se sinta orgulhoso com o êxito internacional de Mafalda, Quino reconheceu que isso às vezes o assusta.

"Ter uma história fixa limita muito, porque fazer um desenho sempre com as mesmas personagens retira a liberdade de movimentos", concluiu.

Morte de ex-guitarrista dos Rolling Stones investigada novamente

A morte do antigo guitarrista dos Stones está a ser novamente analisada, noticia a BBC. Brian Jones, que morreu com 27 anos, foi encontrado no fundo duma piscina em Hartfield, em Sussex (Reino Unido), em 1969. Na altura, a investigação concluiu que a morte tinha sido acidental, excluindo os rumores de assassinato. No entanto, surgem agora novas provas que levam os investigadores a reapreciar o caso. A polícia afirma que é demasiado cedo para comentar o assunto.

Segundo o jornal “El Mundo”, há várias teses sobre a morte do músico, todas elas apontando para o cenário de homicídio. A primeira remete para o filme “Stoned” (2006), de Stephen Woolley, segundo o qual o músico tinha uma dívida de mais de 9000 euros (8000 libras na altura) para com um construtor chamado Frank Thorogood. Como forma de intimidação para que Jones pagasse a dívida, o construtor terá metido a cabeça do músico debaixo de água, acabando por afogá-lo.

A segunda teoria é de Trevor Hobley, fundador de um clube de fãs de Brian Jones, que compilou uma série de documentos, alegando serem provas de um homicídio. Segundo o jornal espanhol, Hobley assegura que os assassinos colocaram a cabeça de Jones dentro de um balde com água para o afogar, vestindo-o de seguida de fato de banho. No final, colocaram o corpo dentro da piscina. Todas estas teses foram ignoradas ao longo dos anos pelos responsáveis pela investigação, convictos de que a morte fora acidental.

Brian Jones foi um dos fundadores dos Rolling Stones e tocou com a banda durante a década de 60. Morreu pouco depois de ter abandonado o grupo de Mick Jagger, Keith Richards e Ian Stewart.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Autoridades dizem que morte de Michael Jackson foi homicídio

(Foto mostra o "rei do pop" dias antes de morrer)

O Instituto de Medicina Legal de Los Angeles anunciou sexta-feira que considera a morte de Michael Jackson, ocorrida em 25 de junho, como "homicídio", causado por uma "intoxicação aguda por propofol" e outros cinco remédios. O artista completaria 51 anos no sábado, 29.

Além do propofol, sedativo de acção rápida usado para anestesia geral, a autópsia determinou que havia no corpo de Jackson "benzodiazepina", um psicotrópico que produz efeitos sedativos e hipnóticos, ansiolíticos, anticonvulsivos, amnésicos e um relaxante muscular.

Propofol e lorazepam foram identificados como as principais drogas responsáveis pela morte", diz o comunicado do instituto. "Outras detectadas foram: midazolam, diazepam, lidocaína, efedrina." O informe final dos legistas inclui o exame toxicológico completo, que será mantido como documento confidencial a pedido da Polícia e da Promotoria de Los Angeles.

A família Jackson afirmou, em nota, esperar "ansiosamente o dia em que se faça justiça".

Na segunda-feira passada, documentos judiciais revelaram que o astro tinha "níveis letais" de propofol e indicaram que Murray, vinha administrando no astro remédios fortes para tratar a sua insônia. Murray havia admitido que começou por injectar 50 miligramas de propofol e nos dias seguintes foi baixando a dose.

Quando a dose chegou à metade, ele decidiu adicionar lorazepam e midazolam, também sedativos. Murray teria parado de dar propofol ao músico dois dias antes de sua morte. Mas, no dia 25, ele voltou a administrar a droga, após já ter injectado Valium e lorazepam.

Após aplicar o propofol, Murray se ausentou do quarto do cantor por alguns minutos e, quando voltou, viu que Jackson não mais respirava. Ele afirmou ter tentado reanimá-lo e chamado os paramédicos, que levaram o astro ao hospital da Universidade da Califórnia, onde foi declarada a sua morte.

O enterro do artista está previsto para a próxima quinta-feira, com uma cerimônia privada no cemitério Forest Lawn.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Disco natalício de Bob Dylan pode ajudar 1,4 milhões de famílias

A editora de Bob Dylan confirmou esta quinta-feira, 27,o lançamento de um disco com canções de Natal interpretadas pelo cantor, para efeitos de caridade.

O álbum vai intitular-se "Christmas in the Heart" e as receitas obtidas com a sua venda revertem a favor da "Feeding América", uma organização de caridade que fornece alimentos a mais de 25 milhões de pessoas, anualmente, nos Estados Unidos.

Nos restantes países, a editora de Bob Dylan está em negociações com organizações semelhantes para que os lucros sejam canalizados para efeitos de caridade.

"É uma tragédia que mais de 35 milhões de pessoas, apenas neste país [Estados Unidos] - 12 das quais crianças - vão frequentemente para a cama com fome e acordam todas as manhãs sem saberem onde vão conseguir a sua próxima refeição", explica Bob Dylan. O músico, que vai interpretar algumas das canções clássicas de Natal neste álbum, espera que o seu disco consiga trazer alguma segurança alimentar às pessoas necessitadas durante essa época especial do ano. As previsões apontam para que 1,4 milhões de famílias sejam ajudadas pelas receitas do disco.

Depois de "Together Through Life", que alcançou o número 1 do top norte-americano, este é o segundo lançamento de Dylan em 2009. O disco deverá chegar ao mercado em meados de Outubro.

Microsoft troca negro por branco em publicidade

Uma imagem publicitária da Microsoft foi alterada, gerando polémica. Nos Estados Unidos aparece um homem negro, na Polónia o rosto foi trocado por o de um homem branco. Esqueceram-se foi de mudar a cor da mão...

A Microsoft está a ser acusada de racismo. Em causa está um anúncio publicitário colocado no site polaco da empresa, onde aparece uma imagem alterada: a cabeça de um cidadão negro foi trocada pela de um homem branco.

No Estados Unidos, a Microsoft lançou a campanha com uma imagem de um asiático, um negro e uma mulher branca. Contudo, embora a publicidade tenha abrangência mundial, na Polónia o mesmo anúncio surge com o rosto de um homem branco entre os outros dois parceiros sorridentes. Pior: quem fez a montagem mudou apenas o rosto e esqueceu-se de disfarçar a cor da pela da mão, visível na imagem.

A empresa já pediu desculpas públicas, inclusive via twitter: "Estamos a analisar o caso. Apresentamos as nossas desculpas e vamos retirar a imagem".

sábado, 15 de agosto de 2009

Woodstock completa 40 anos de paz, amor e rock neste sábado

Janis Joplina, morreria um ano depois
A Feira de Música & Arte Woodstock faz 40 anos neste sábado. A 15 de agosto de 1969, na pequena fazenda de 2,4 quilômetros quadrados de Max Yasgur, na localidade rural de Bethel, Nova York, a grande mostra da Era de Aquarius exibiu ao mundo a sua face libertária, provocadora, iconoclasta, naturalista, enlameada e confusa.

A utopia hippie, ao tornar-se quarentona juntamente com Woodstock, celebra o seu renascimento circular. Durante as décadas de 80 e 90, o "bicho-grilismo" encenado pelos hippies de Woodstock era uma coisa a se evitar. Nos anos 00, virou o estilo e a meta a ser perseguida. Hoje em dia, olhando algumas bandas de rock como Magic Numbers e Kings of Leon, com as suas barbinhas e batinhas e roupinhas sujinhas, parece que não se passou nem um dia sequer.

Parece insano discutir hoje o mérito musical de Woodstock, quando na verdade o festival detonou principalmente uma revolução comportamental. Mas o facto é que algumas performances foram muito mais importantes do que outras - a Sony Music relançou esta semana no Brasil as performances integrais de Janis Joplin, Johnny Winter, Santana, Jefferson Airplane e Sly and the Family Stone. É material essencial para entender o que se passou do ponto de vista artístico naquele marco dos anos 60.

O cantor, violonista, guitarrista e compositor Richie Havens abriu o festival por conta da própria natureza improvisada da festa. Ele lembra que não estava escalado para ser o primeiro a subir naquele palco (seria o quinto, na verdade), mas foi içado pela organização para cantar porque os outros que cantariam estavam presos no imenso congestionamento que se formou na estrada - esperavam 70 mil pessoas, apareceram 400 mil, o que levou o município a pensar em decretar estado de calamidade pública.

"Eram 5 da tarde e nada ainda estava a acontecer", contou Havens anteontem. "Mas eles tiveram de me colocar em primeiro. Eu me senti tipo “eles vão me matar se eu subir ao palco primeiro, dá um tempo, preciso daquelas quatro atrações antes de mim para esquentar a platéia”. "Mas não teve jeito. As pessoas foram bacanas. Eu deveria cantar por 40 minutos, o que fiz, mas ali do lado do palco eles diziam: “Richie, mais quatro canções?” Eu cantava e já ia sair e eles diziam: “Richie, mais quatro canções?” E eu continuei tocando por duas horas e 45 minutos, depois que já tinha cantado todas as canções que sabiam.” Entre essas canções, estava Freedom, que foi apresentada no documentário de 1970 sobre o festival, ganhador de um Oscar.

Havens, que está actualmente em digressão a promover o seu disco de 2008, Nobody Left to Crown, disse o seguinte esta semana, falando à Reuters: “Todos os tipos de música subiram ao palco naqueles três dias, e todos eles tinham o senso do que era necessário - e do que ainda é necessário em termos de informação para atravessar as barreiras e continuar em frente.”

De facto, a música era diversificada, com uma predominância do blues, rock e do folk, que eram os gêneros "jovens" da época. Mas houve também a novidade, começando com a fabulosa apresentação de um jovem guitarrista mexicano da Bay Area, Carlos Santana, que ganhou apenas US$ 1,5 mil para tocar e se apresentou no dia 16. As 8 músicas que Santana tocou estavam impregnadas de um latin rock fundido com blues, uma força instrumental turbinada por congas, bateria, baixo e percussão.

Quarenta anos depois, ainda é difícil entender o poder daquela versão que Santana apresentou de Soul Sacrifice. Ao contrário de Hendrix, a outra força motriz do festival, Santana esmerava-se na busca de um acento latino, polirítmico, específico e étnico para a sua guitarra. Filho de um músico mariachi de Navarro, no México, o guitarrista inventava um novo léxico.

Outra notável performance foi a do fantástico grupo de Black Music Sly &; The Family Stone, que tocou 9 canções na jornada. Formado por Sylvester “Sly Stone” Stewart e os seus brothers Vaetta, Freddie e Rose Stone, mais Gregg Errico (bateria), Jerry Martini (sax), Cynthia Robinson (trompete e vocais), Larry Graham (baixo), o grupo tinha lançado em maio daquele ano o disco Stand!, a mais bem acabada síntese de funk, soul, gospel, psicodelia e rock - e ativismo, com faixas como Don’t Call me Nigger, Whitey.

Janis Joplin, que morreria de forma trágica no dia 4 de outubro de 1970, estava a desvencilhar-se da sua banda Big Brother and The Holding Company e a iniciar a mais curta (e impactante) carreira-solo do rock internacional.

Dois anos antes, ela cantava folk e blues em bares de São Francisco e Venice Beach, na Califórnia. Em 1966, voltou a Austin para cantar numa banda de country, mas um empresário a convenceu a montar uma banda. Assim, juntou-se à mitológica Big Brother and the Holding Company, que tinha recém-abandonado nas vésperas de Woodstock.

Janis cantou 10 músicas no festival, no dia 17 de agosto de 1969. Quando ela empunhou Ball and Chain, de Big Mama Thornton, encerrando o seu show, estava patente que ali não se apresentava uma artista comum, mas alguém destinada a reescrever a história da música popular, embora de forma tão precária.

Do mundo psicodélico, houve uma baixa importante - o Greateful Dead teve a sua apresentação maculada por problemas técnicos. Mas o Jefferson Airplane fez bem a sua parte, misturando peças viajandonas conhecidas, como White Rabbitt, com outras do disco que lançariam em seguida, como Volunteers, Eskimo Blue Day e Wooden Ships.

Um ano depois daquela loucura, banhos pelados debaixo da chuva, balés e meditação para Sol e Lua no mato, Jimi Hendrix morreria em Londres. Woodstock teve outras edições, como a violenta farra de 1999. Na época, o baixista do Red Hot Chili Peppers, Flea, disse que chorou ao ter notícia, ainda nos bastidores, da ocorrências de abuso sexual e violência generalizada entre o público. Durante os momentos de mosh do show do Limp Bizkit, houve uma sessão de quebradeira e saques promovida por uma juventude vitaminada, cheia de sucrilhos e de classe média. Os tempos mudaram, definitivamente.

Les Paul, o pioneiro da guitarra elétrica, morre aos 94 anos

Jimmy Page a receber de Les Paul uma guitarra por si autografada em 1987
O guitarrista Les Paul, um dos pioneiros no desenvolvimento da guitarra eléctrica e dono de uma marca de instrumentos com o seu nome, morreu nesta quinta-feira, 13, aos 94 anos, devido a uma pneumonia. Segundo a fabricante de guitarras Gibson, Paul morreu ao lado dos seus amigos e familiares.   

Nascido em Wisconsin, em 1915, Paul começou a sua carreira como músico em Chicago. Aos 13 anos, infeliz com o som produzido pela sua viola, o inventor decidiu descobrir um meio para amplificar o som do instrumento. A primeira tentativa foi colocar um captador de som de um telefone sob as cordas, o que não produziu o efeito desejado. Um ano mais tarde, Paul obteve melhores resultados colocando uma agulha de um fonógrafo sob as seis cordas do instrumento. Entre 1940 e 1941, o músico criou uma viola quadrada de madeira maciça, com captadores e cordas de aço, chamado de “O tronco”, na mesma época em que Leo Fender e Adolph Rickenbacker desenvolviam técnicas similares.

"Cheguei a uma boate e toquei com ele. Acharam que eu era louco", diria anos mais tarde. Alguns meses depois, deu ao novo instrumento o formato tradicional da guitarra. Em 1952, a Gibson iniciou a produção da guitarra desenvolvida por Les Paul, que se tornou uma das mais populares do mundo, usadas por músicos como Jimmy Page, do Led Zeppelin e Pete Townshend, do the Who. 

Além da guitarra eléctrica, Les Paul, cujo nome real é Lester William Polfus, inventou o sistema de gravação em canais, que permite ao artista gravar o som de vários instrumentos em momentos diferentes e depois fundir as gravações para formar a música em estúdio, o que é considerado um marco na história do rock'n'roll e um factor crucial na evolução do gênero musical.

Les Paul era conhecido por fabricar as suas guitarras personalizadas, com as quais presenteou muitos músicos influentes, com o ex-Beatle Paul McCartney.

Nos últimos anos, mesmo doente, Paul tocava todas as segundas-feiras num clube de jazz de Nova Iorque, o Iridium, ao lado de estrelas do rock convidadas como o próprio Page, além de Mark Knopfler, ex-Dire Straits, Eddie Van Halen e Bruce Springsteen.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Clube dos Entas: Woodstock - o festival que fez história



Vale a pena relembrar. Afinal, nenhum outro festival de música teve tanta repercussão e tanta importância internacional como este. Apesar das suas outras edições e de outros grandes festivais de música, Woodstock de 15, 16 e 17 de agosto de 1969 permanece como o mais importante evento musical da história contemporânea. 

Para entender a sua importância, é preciso voltar um pouco no tempo. O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passava por tempos difíceis de guerra, violência e desilusão. A década de 1960, a mais conturbada década do século passado, chegava ao fim, com uma sensação reinante de ''e agora?'' no ar. E é neste clima de “final da farra”, no último ano da década, que o maior evento de música jamais realizado encontra terreno fértil para se consolidar. 

O festival de Woodstock reuniu uma multidão de mais de 500 mil jovens para 3 dias de amor e música, ideializado e levado a cabo por quatro jovens milionários que não sabiam que fazer com o seu dinheiro: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang.

Woodstock aconteceria fora da cidade grande (Nova Iorque), enfatizando o clima então existente de ''volta ao campo'', e foi programado para ser o maior festival musical de todos os tempos. Para atrair o seu público alvo, os jovens, foram usados todos os símbolos e frases consagrados pela contracultura. O próprio slogan do evento, ''três dias de paz, amor e música'', era baseado na contracultura. O slogan continha em si o sentimento antiguerra e a intenção dos organizadores de manter a paz no evento. O próprio Kornfeld explicou que o festival não deveria ser pensado como a construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos. Woodstock deveria ser um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um ícone de toda uma geração. 

Os quatro “putos” foram considerados loucos e pretensiosos por pretenderem realizar o maior festival de música alguma vez realizado, reunindo 100 mil pessoas. Mas Woodstock superou todas as expectativas e se revelou um verdadeiro fenômeno. Quase meio milhão de pessoas foram até Woodstock aproveitar 3 dias de mentes abertas, amor livre, drogas e muito rock. O festival acarretou um dos piores engarrafamentos em Nova Iorque, mas não houve nenhum acidente ou violência durante o festival. Criou-se uma nação dentro de uma nação, reunida pelos seus ideais e a sua vontade de se divertir, embaladas ao som de The Who, Jefferson Airplane, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Joe Cocker, Bob Dylan e todos os grandes nomes do rock da era, hoje verdadeiras lendas.

O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões de Woodstock foram para além das 500 mil pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre a sua importância persistem até hoje, quatro décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões. 

É sobre tudo isto e mais, acompanhado dos inevitáveis sons, que as próximas três edições do programa “Clube dos Entas vai tratar: 13. 20 e 27 deste mês (Agosto).

O programa é transmitido na Antena Nacional da Rádio Moçambique (FM 92.3) as quintas-feiras (22H05) e segundas-feiras (02H05), podendo ser escutado igualmente na Net: www.rm.co.mz

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Grupo RM: o CD que todos aguardam

Wazimbo (Voz) e Edmundo Galiza Matos (jornalista da Rádio Moçambique)
(Pipas (tecladista), um dos novos integrantes da banda da Rádio Moçambique)
(Zeca Tcheco(bateria) e Sox (viola solo), dois dos fundadores do Grupo RM)

O Zeca Tcheco prometeu e dele não temos motivos para duvidar: vem aí um CD da autoria do Grupo RM, o primeiro que esta mítica banda da música ligeira moçambicana vai lançar com a chancela da empresa pública de radiodifusão do nosso país: a Rádio Moçambique.

“Já se impunha e ... não é justo que os fãs do grupo, dos mais velhos aos mais novos, continuem sem um disco do “RM”, assim justificou este baterista de créditos firmados quando o indaguei sobre que motivos levaram a banda a avançar só agora para a produção do CD.

Uma obra que está a ser preparada faz um bom pedaço de tempo, com todo o cuidado “para não decepcionar”, devendo estar disponível no mercado nacional até ao fim do ano.

O ânimo dentro do grupo é evidente uma vez que os dez temas do prometido CD estão a ser gravados num estúdio “de nível internacional” e provavelmente o melhor que alguma vez existiu em Moçambique. Trata-se de um equipamento digital semelhante ao que funciona na rádio pública dinamarquesa, instituição que, no quadro da cooperação com a RM, financiou a sua aquisição e montagem.

Os três mais velhos da banda, Zeca Tcheco (bateria), Sox (viola solo) e Wazimbo (voz) – que vêm do grupo original criado em 1978/79 – coadjuvados por outras “performances” mais jovens – estão a aliar a linha melódica que caracterizou sempre a banda e a natural “irreverência” dos mais jovens integrantes: Pipas (teclados), Tomás (violo solo) e Nando (viola baixo e voz).

Pelo menos três temas conhecidos integrarão a obra, nomeadamente “Xika galafula” de Alexandre Langa, “Nakurandza” e “Djika” de Wazimbo. “Com uma roupagem diferente e tecnicamente mais apurada do que as versões originais”, promete o líder da banda, Zeca Tcheco. Inéditas, entre outras, esperam-se “Maninja”, “Mamana” e “Muli hefo”.

Esclareça-se que obras musicais de inigualável valor gravadas pelos integrantes do Grupo RM estão disponíveis em muitas discotecas públicas e privadas. Estamo-nos a referir dos discos gravados pelas orquestras Marrabenta em 1986 e Moya em 1990 e onde pontificavam nomes como Mingas e Dulce, José Guimarães, Milagre Langa, Stewart Sukuma, Lemon e Matchote.

Aguardemos então por esta primeira obra do grupo de todos os moçambicanos e, tanto quanto nos afiançou o Zeca, será uma grande prenda de por ocasião do fim do ano de 2009.

Cinema: O eterno fascínio dos filmes de 'gangsters'

O filme “Inimigos Públicos”, é o mais recente de Michael Mann, que apresenta Johny Depp a recriar a figura de John Dillinger, um dos mais célebres 'gangsters' da América dos anos 30. O filme reflecte uma vez mais uma antiga atracção do cinema norte-americano por este universo.

Quando John Dillinger foi morto pelo FBI em Chicago, a 22 de Julho de 1934, à saída do Biograph Theater, tinha acabado de ver Manhattan Melodrama, um filme de gangsters com Clark Gable, William Powell e Myrna Loy. Ou seja, tinha estado a entreter-se com uma encenação cinematográfica da sua actividade, mas por razões óbvias, nunca ninguém chegou a saber o que Dillinger achou do filme.

Na sua crítica no The New York Times a Inimigos Públicos, de Michael Mann, Manohla Dargis refere o "perene romance" que o cinema americano tem com os "criminosos de época". E apesar de ultimamente, Hollywood não ter sido muito fiel a essa relação (o último filme de gangsters de nota foi Os Intocáveis, de Brian De Palma), ainda a Lei Seca estava em vigor e muitos dos mais temidos nomes do crime estavam vivos e em actividade.

Alguns dos melhores desses filmes continuam a ser os primeiros, quer pelo talento dos seus realizadores e argumentistas e pelo carisma imperecível dos seus actores, quer por um realismo directamente bebido nos acontecimentos e nas figuras retratadas. É o caso de O Pequeno César, de Mervyn Le Roy (1931), com Edward G. Robinson; de O Inimigo Público, de William Wellman (1931), tão popular na altura que chegou a passar em sessões contínuas, com James Cagney no papel que o lançou e instalou a sua imagem de "duro"; ou de Scarface, de Howard Hawks, com Paul Muni (1932), este vagamente baseado na vida de Al Capone. Que, diz-se, gostava tanto da fita, que tinha uma cópia para ver em privado.

Se o western é a epopeia americana, o filme de gangsters pode ser encarado como o anti-épico, um género de ambiente urbano, com personagens anti-heróicas e não-exemplares, representativo de valores negativos, gerados pelo lado mais negro da sociedade dos EUA. Mas como notou a citada crítica do The New York Times, os espectadores, americanos ou não, sentados na segurança confortável dos cinemas, desde logo se mostraram fascinados pelas vidas, pelas histórias e pelas acções dos gangsters, reais ou ficcionais. E os estúdios têm continuado a alimentar essa fascinação ao longo das décadas.

John Dillinger, por exemplo, teve a primeira aparição no cinema em Dillinger, de Max Nosseck (1945), interpretado por Lawrence Tierney, foi biografado por John Milius, com os traços de Warren Oates, no empolgante Dillinger (1973), e Lewis Teague contou a história da mulher que o traiu ao FBI numa excelente série B de 1979, A Mulher de Vermelho. James Cagney tornou-se no gangster's gangster graças a Anjos de Caras Sujas, de Michael Curtiz (1938), The Roaring Twenties, de Raoul Walsh (1939) - em ambos ao lado de um Humphrey Bogart em ascensão - ou Fúria Sanguinária, também de Walsh (1949). Roger Corman filmou o Massacre de S. Valentim em O Grande Massacre (1967), e deu a Charles Bronson o papel do título em Machine-Gun Kelly (1958), enquanto Don Siegel transformou Mickey Rooney em Baby Face Nelson no filme homónimo de 1957. Arthur Penn filmou Bonnie e Clyde (1967) retratando o casal de assaltantes de bancos como (duvidosos) heróis populares da Grande Depressão, e Barry Levinson deu a Warren Beatty o papel principal em Bugsy (1991), sendo muito criticado por branquear o lado violento e sociopata de Bugsy Siegel.

O gangster movie até já gerou musicais com crianças (Bugsy Malone, de Alan Parker, 1976) e paródias (Johnny Perigosamente, de Amy Heckerling, 1984). E o genial Quanto Mais Quente, Melhor, de Billy Wilder (1959) é também um pouco um filme do género, contando com a presença de George Raft. Que, por ter sido amigo de muitos bandidos famosos e do citado Bugsy Siegel em particular, fez a ponte entre o mundo dos gangsters reais e o do cinema que, embora esporadicamente, ainda continua a pô-los em cena.

Ícone da fotografia corre o risco de falência

Um ícone do fotojornalismo dos anos 70 e 80, a agência francesa Gamma, uma das mais respeitadas do mundo, está a enfrentar o risco iminente de falência. A empresa, fundada em 1966 por Raymond Depardon e Jean Lattès, teve a concordata decretada no fim de julho e recebeu um prazo de seis meses do Tribunal de Comércio de Paris para pagar as dívidas e encontrar novos investidores. A crise, segundo seus actuais proprietários, é causada principalmente pela redução do espaço para as grandes reportagens na mídia global.

Os problemas financeiros vieram à superfície em 30 de julho, quando o Grupo Eyedea Presse, proprietário da agência, fez o pedido de concordata no Tribunal de Comércio de Paris, depois de experimentar perdas de 3 milhões em 2008.

A Gamma e a Rapho - a mais antiga agência de fotojornalismo da França, propriedade do mesmo grupo - empregam hoje 55 pessoas, dos quais 14 fotógrafos.

Ao lado das agências Sygma e Sipa, a Gamma passou a ser referência no jornalismo europeu pouco após a sua criação. A sua estratégia era investir em fotos de personalidades, ao mesmo tempo em que fazia grandes reportagens, muitas das quais em zonas de conflito em todo o mundo. Além disso, abrigava nos seus quadros profissionais que se tornaram referências internacionais.

De acordo com o director-presidente de Eyedea, Stéphane Ledoux, parte das dificuldades financeiras está relacionada justamente ao seu modelo de negócios. “A imprensa não se interessa mais pelos temas profundos, cuja produção custa caro e é vendida cada vez mais barata", argumenta.

Hugue Vassal, fotógrafo e um dos fundadores da agência, entretanto, tem outra análise para a concordata. Para ele, a mudança na forma de pagamento dos profissionais, que previa a divisão do lucro de uma foto em 50% para a agência e 50% para o fotógrafo - um modelo do qual a Gamma fora uma das pioneiras -, teria diminuído o interesse de grandes fotógrafos, resultando em queda da qualidade.

Outra razão, segundo Vassal, teria sido o advento da foto digital. "Hoje, numa guerra ou num terremoto, teremos a foto de todo modo. Na época, vendíamos uma reportagem por 15 mil. Hoje, vende-se por 3 mil. A época de ouro acabou.

domingo, 2 de agosto de 2009

Dê o seu voto: Gimo Remane e Deodato Siquir: melhores artistas africanos na Dinamarca?

Os moçambicanos residindo ou não na Dinamarca podem participar no processo de votação do melhor artista africano 2009 naquele país europeu.

Dois artistas moçambicanos figuram entre os eleitos, nomeadamente os músicos Gimo Remane e Deodato Siquir.

Fontes ligadas à organização do evento revelaram à Rádio Moçambique que quem quiser votar poderá fazê-lo tantas vezes quantas vezes quiser.

O voto deverá ser dirigido para o endereço electrónico http://www.celebrateafrica.dk

O anúncio do melhor artista africano 2009 na Dinamarca está agendado para o próximo dia três de outubro.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

1 de Agosto de 2009 - Moçambique mais moçambicano


"E agora, conseguimos concretizar esse grande sonho de todos nós ... os 20 milhões de moçambicanos ... este grande sonho de unir o país fisicamente, a partir de Caia e Chimuarapalavras proferidas aos microfones da RM pelo Engenheiro Elias Paulo, esse moçambicano dirigiu as obras daquele que a partir de amanhã, 1 de agosto, ostentará o nome de um outro símbolo: Armando Emílio Guebuza

A imperiosidade da construção de uma ponte sobre o Rio Zambeze sempre esteve presente desde que Moçambique se tornou independente em junho de 1975. Não apenas por motivos meramente económicos mas, e sobretudo, porque a remoção daquele obstáculo natural à livre circulação de pessoas e bens, era e é visto como um factor importante a acrescentar ao projecto de criação de um Moçambique verdadeiramente unido, do Rovuma ao Maputo.

Trinta e quatro anos depois da conquista e proclamação da soberania dos moçambicanos, eis pois que o sonho se vai tornar realidade quando amanhã, 1 de agosto, o Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, atravessar num veículo os 2.376 metros desta infra-estrutura erguida alguns metros acima do caudaloso canal Rio Zambeze.

Para a história ficará então o registo do 1 de Agosto de 2009 como um marco inigualável em que os moçambicanos lograram atingir mais uma vitória, com a qual a independência e a unidade da nação fica mais cimentada.

O povo moçambicano está assim perante a mais importante obra de engenharia construída desde 1975, pondo fim a toda a uma série de constrangimentos que obstaculizavam os esforços de desenvolvimento visando acabar com a pobreza de milhões de pessoas.

“E agora, conseguimos concretizar esse grande sonho de todos nós ... os 20 milhões de moçambicanos ... este grande sonho de unir o país fisicamente, a partir de Caia e Chimuara” – palavras proferidas aos microfones da Rádio Moçambique pelo Engenheiro Elias Paulo, esse moçambicano que, dia e noite, ombro a ombro com outros compatriotas seus, dirigiu as obras deste símbolo nacional que a partir de amanhã, 1 de agosto, ostentará o nome de um outro símbolo: Armando Emílio Guebuza.

Especificações técnicas da ponte

A luta contra este grande obstáculo que “cortava profundamente” o país entre o sul e o norte do país, houve uma primeira tentativa interrompida no início da década de 1980 do século passado com o recrudescer da guerra de desestabilização protagonizada pelos regimes anacrónicos da então Rodésia do Sul e do apartheid na África do Sul.

Tendo como principal patrono o primeiro presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel, conseguiu-se erguer os dois encontros e alguns pilares da futura ponte, entretanto destruídos quando o projecto foi revisto para dar lugar ao actual.

A ponte que vai entrar finalmente em funcionamento a partir deste 1 de agosto, cujo custo foi de 76 milhões de euros, está dividida em duas partes, designadamente a chamada “Ponte Principal” que atravessa o Canal do Zambeze, onde os pilares são diferentes dos erguidos nos viadutos de aproximação sobre a planície de inundação do rio.

Note-se que por altura das cheias, o rio Zambeze inunda a planície junto da ponte, saindo do seu leito por cinco quilómetros, situação que condicionava a travessia de pessoas e seus haveres entre uma margem e outra.

As distancias entre os pilares da ponte principal atingem os 135,5 metros, assim dimensionados para permitir a navegabilidade do rio. Já os vãos na ponte de aproximação estão distanciados entre si por 56 metros, o que permitirá uma segura circulação de viaturas em casa de inundações.

A estrutura da ponte em betão armado tem 2.376 metros e, o conjunto de toda a infra-estrutura – entre Caia (Sofala) e Chimuara (Zambézia) – atinge os cerca de 4.9 km.

A ponte tem 16 metros de largura com duas faixas de rodagem que permitirão a circulação de veículos nos dois sentidos, duas bermas para estacionamento das máquinas em caso de avarias e a circulação de motociclos e ciclistas, para além de dois passeios para os peões.

Na margem sul do empreendimento, do lado da província de Sofala (Caia) foi instalada uma portagem que servirá igualmente para prevenir eventuais embaraços no normal fluir do tráfego de veículos.

A circulação nos dois sentidos vai ocorrer sem limitações temporais ou de peso dos veículos.

Em duas ocasiões as obras de construção da ponte foram abaladas por cheias – 2006/7 e 2007/8 – causando alguns constrangimentos para o cumprimento dos prazos de execução do empreendimento.

Em função disso decidiu o governo conceder ao empreiteiro mais 80 dias para além do prazo inicialmente estabelecido para conclusão da obra e evitando-se que tal só se verificasse para além de 2009.

Recorde-se que o primeiro projecto desta ponte, concebida em 1978, previa um tabuleiro com pouco mais de 9 metros de largura, uma dimensão que hoje estaria largamente desajustada em função do actual parque automóvel do país.

“Infelizmente, morreram dois trabalhadores”, Eng. Elias Paulo

Para o Engenheiro de Construção Civil, Elias Paulo, Director do Projecto, a primeira ilação que se tira após a conclusão da obra, foi a criação da interacção entre o dono da obra (governo), a fiscalização e o empreiteiro, três partes que, em algumas fases da obra, funcionaram como um único corpo e coeso, cuja missão era construir a ponte dentro do prazo estabelecido.

“Esta postura das partes permitiu que as obras ficassem concluídas nos três anos aprazados”, considera o Eng. Paulo, um homem satisfeito também pelo facto de não se ter registado sequer uma greve ou qualquer outra manifestação que pudesse colocar em causa o objectivo almejado.

A aposta na mão-de-obra local, ou seja, a não “importação” de trabalhadores de outros pontos do país para a execução da empreitada, foi, no entender do director do projecto, um ganho de dimensões incomensuráveis para as comunidades de Caia e Chimuara.

“Até os conflitos e instabilidade conjugais, que muito bem poderiam ser causados por trabalhadores-solteiros (as) de outras paragens, foram evitadas”, sustenta.

O princípio bem sucedido em Moçambique de envolver as comunidades nos planos de desenvolvimento foi fundamental para o bom andamento das obras, de acordo com o engenheiro Elias Paulo.

“Até os problemas sociais que amiúde surgem no seio das comunidades e que de alguma forma poderiam afectar o bom andamento da obra, eram discutidos e encontradas as necessárias soluções”.

Outro ganho inquestionável foi o facto de a Ponte Armando Emílio Guebuza ter formado operários locais qualificados que, a determinada altura da obra, tomaram “conta do recado” sem que os especialistas (supervisores) estivessem a controlá-los.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ney Matogrosso leva prêmio por influência na música brasileira

O cantor Ney Matogrosso foi contemplado nesta terça-feira, 28, com o Prêmio Shell de Música. A escolha se deu com base nos votos do júri, dentre os quais compositores, jornalistas e críticos de música.

"Escolhemos o Ney pela sua atemporalidade e forma como trabalha com diferentes estilos musicais. Ele pode ser considerado um cantor-produtor devido à cuidadosa escolha do repertório que interpreta e dos músicos que o acompanham, além de trazer à cena novos compositores", justificou a crítica Roberta Sá, uma das juradas.

Desde o ano passado, o prêmio passou a considerar como critério a contribuição ao cenário musical brasileiro, permitindo que intérpretes, além de compositores, concorressem ao troféu. Tom Jobim, Caetano Veloso e Chico Buarque são alguns dos vencedores anteriores. A cantora Maria Bethânia foi a vencedora do ano passado.

Morreu o pioneiro do jazz moderno George Russell

George Russell morreu ontem à noite em Boston (no noroeste do estado de Massachusetts) devido a complicações da doença de Alzheimer.

Russell foi um dos principais autores do jazz moderno do pós-guerra. Trabalhou com Miles Davis, Charlie Parker e John Coltrane. Dirigiu a sua própria orquestra, a Internacional Living Time Orchestra. Em 1953 consagrou-se um dos maiores teóricos do jazz, quando escreveu “Lydian Chromatic Concept of Tonal Organisation”, obra de referência nos estudos do jazz.

Leccionou na Universidade de Boston, recebeu vários prémios Grammy e o reconhecimento da comunidade musical americana que lhe atribuiu diversas recompensas.

Nos anos 1940, Russell criou para a orquestra de Dizzy Gillespie a primeira fusão do jazz com ritmos africanos e cubanos, “Cubano be, Cubano bop”, apresentada em 1947, no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Na década seguinte alcança maior fama com o álbum “The Jazz Workshop”, onde figuravam sonoridades de jazz-rock que surgiriam em força somente vinte anos depois.