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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Morre John Updike, um dos maiores escritores dos EUA

O romancistaJohn Updike, um dos grandes nomes da literatura norte-americana morreu nesta terça, aos 76 anos, de um cancro no pulmão.
O escritor, que nasceu na Pensilvânia, em 1932, morava em Beverly Farms, Massachusetts.

Veja também:
Leia trecho do romance 'Terrorista' de 2007

Updike aparecia frequentemente nas listas de best sellers de todo o mundo, escrevendo romances, contos, poemas, críticas e até ensaios sobre beisebol. Publicou mais de 50 livros, numa carreira que começou nos anos de 1950. Updike ganhou dois prêmios Pulitzer e dois National Book Awards, os mais prestigiosos da literatura de língua inglesa.
O seu projecto mais ambicioso foi a tetralogia sobre a vida de Harry Angstrom, o Coelho, lançado em 1960, Coelho em Crise (1971), Coelho Cresce (1981) e Coelho Cai (1990). Por meio da vida de um homem comum, o escritor traça nesta obra um panorama de décadas da vida norte-americana.
O romance As Bruxas de Eastwick, que foi adaptado para o cinema por George Miller, em 1987, é outra obra do escritor famosa em todo o mundo. A vida de três mulheres aprendizes de feiticeiras, nas telas vividas por Cher, Susan Sarandon e Veronica Cartwright, que vivem na pacata cidade de Eastwick, na Nova Inglaterra, muda por completo com a chegada de um misterioso forasteiro rico e poderoso interpretado por Jack Nicholson.
Updike estudou literatura em Harvard e colaborou longamente na importante revista New Yorker, da qual fez parte da equipe nos anos 50 e para a qual colaborava até recentemente.
O seu último livro, Cidadezinhas, retoma o seu tema preferido voltado para o universo do americano de classe média, sempre com a fina ironia que caracteriza os seus textos.
O subúrbio americano foi por excelência o ambiente literário de Updike, nascido em plena Depressão. Território do sonho americano – como também do pesadelo, considerando os filmes de David Lynch e os próprios livros de Updike –, o subúrbio virou uma espécie de projecção mental do escritor que, vítima de psoríase, tinha vergonha da doença e resolveu deixar Nova York em 1957, em plena ebulição artística (expressionismo abstrato) e literária (movimento beat). Upidke refugiou-se com a primeira mulher e quatro filhos em Ipswich, pequena cidade ao norte de Boston.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Penélope Cruz agradece a Woody Allen por indicação ao Oscar

Candidata ao Oscar de melhor actriz coadjuvante, a actriz espanhola Penélope Cruz agradeceu ao director Woody Allen "por me dar esta oportunidade", ao incluí-la no elenco de Vicky Cristina Barcelona, filme pelo qual foi indicada.

Penélope, de 34 anos, estendeu os agradecimentos à Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pela indicação e ao "maravilhoso e extremamente generoso grupo de actores que tive como companheiros de produção".

No filme, ela interpreta uma neurótica artista e ex-mulher de um pintor vivido pelo também espanhol Javier Bardem, para quem acaba voltando, compartilhando-o com a personagem da americana Scarlett Johansson.

Esta é a segunda indicação ao Oscar da espanhola que, em 2006, concorrera a melhor actriz por Volver, de Pedro Almodóvar.

A fantasia espanhola de Woody Allen

Um telefonema de Penelope Cruz e ele foi convencido a ir até Barcelona realizar a sua fantasia de cineasta europeu




O único lugar onde Woody Allen realmente quer estar é na cama. "O meu lugar na cama é o meu lugar no mundo", explica. É onde vê jogos de baseball, onde lê, e onde escreve, normalmente da parte da manhã, porque se começar à noite por vezes fica tão excitado que não consegue dormir. É onde o acto de imaginar é, de facto, "agradável" e onde pode "ir escolher as pessoas" e ver as suas "personagens ganharem vida." "E ponho música e vejo as personagens encenarem as suas cenas ao som da bela música. Sabe, divirto-me com isso. E se mais ninguém faz isto, é uma pena."

Um novo Tio Sam


Sem ter saído do imaginário hollywoodesco nem se limitar ao país que esculpiu quatro rostos de presidentes no monte Rushmore, esta actual obamania, que já deu volta ao globo, só se pode comparar ao universo que criou ícones americanos como Marilyn e Madonna, Sinatra e Elvis, Charlot e Mickey.


E, de súbito, com a força universal da capa de um disco de Dylan ou de Madonna, de um poster de Marilyn ou de James Dean, de uma BD do Batman ou do Charlie Brown, um novo rosto encheu todas as pupilas, da América Central ao Extremo Oriente, do Norte da Europa ao Sul da África, multiplicado em pins de propaganda e moedas comemorativas, como figura de cera nos museus da Madame Tussaud ou modelo do boneco Action-Man. A tão falada obamania parece ter ultrapassado tudo o que antigamente era previsível, com o novo líder americano, antes ainda de prestar juramento, a surgir no planeta como se fosse o sucessor dessa galeria de ícones que os States impuseram ao mundo: John Wayne e Marlon Brando, Muhammad Ali e Michael Jordan, Frank Sinatra e Elvis Presley, Charlie Chaplin e Woody Allen, o rato Mickey e o leão da MGM, a Estátua da Liberdade e a garrafa de Coca-Cola. Mas com a diferença de não se tratar agora de uma imagem saída do imaginário hollywoodesco, da cultura pop, do lado frívolo da vida. Não seria de espantar se o culto se resumisse a uma espécie de aclamação interna num país em que Gutzon Borglum moldou numa montanha do Dakota do Sul, o agora famoso Monte Rushmore, os rostos de Washington, Jef-ferson, Theodore Roosevelt e Lincoln. O que se estranha é que a figura de Barack Obama se tenha espalhado com a força do mítico Tio Sam, esse velho de barba branca, cartola de listas azuis e vermelhas e faixa com estrelas, casaca e calças também com as cores da bandeira The Stars and Stripes. Mas, ao contrário da versão mais celebrizada do Uncle Sam, desenhada por James Flagg em 1917 para o recrut amento de soldados para a Primeira Guerra Mundial, o novo Presidente americano não é representado com cara zangada nem de dedo imperativo em riste. Pelo contrário: tem sempre um sorriso simpático e um aspecto afável. E a dúvida deste tempo é se esta imagem serena se fixará assim no imaginário da História, como as ilustrações de Norman Rockweel, as telas de Edward Hop-per, as serigrafias de Andy Warhol. Ou, pelo contrário, o cartaz de Shepard Fairey dentro em breve terá acrescentado um bigode à Hitler e a efígie de Obama será queimada em manifestações anti--americanas.

Poema declamado na cerimónia de Obama tornou-se “best-seller”

Elizabeth Alexander foi uma das pessoas escolhidas para subir ao palco durante a cerimónia de inauguração de Barack Obama. A professora de Estudos Afro-Americanos na Universidade de Yale e amiga de Obama declamou o poema “Praise Song for the Day” para milhões de pessoas que assistiram à cerimónia em todo o mundo. Apesar de “Praise Song for the Day” apenas ser publicado dia 6 de Fevereiro, as vendas deste poema e do seu livro de 2005, “American Sublime”, subiram em flecha e ocupam agora o primeiro e terceiro lugar de mais vendidos na livraria online “Amazon”.


A poeta americana é a quarta a ser escolhida para participar numa cerimónia de inauguração americana, quinta se contarmos com a participação de James Dickey na gala de inauguração do presidente Jimmy Carter, mas não na inauguração em si, refere o “New York Times”. O Presidente Clinton foi honrado pelos poetas Miller Williams e Maya Angelou nas tomadas de posse dos seus dois mandatos e Robert Frost declamou um poema para o Presidente Kennedy.


Apesar do sucesso de vendas, “Praise Song for the Day” não foi apreciado por todos. Adam Kirsch, do jornal “The New Republic”, considerou o poema demasiado “burocrático” para uma situação que era, por si própria, poética. Já,David L Ulin do “Los Angeles Times” considerou que o poema não chegava “ao nível” dos que o antecederam. Miller Williams, cujo poema "Of History and Hope" fez parte da segunda tomada de posse de Clinton em 1997, comentou à Associated Press que não fazia críticas ao poema, mas achava que Elizabeth Alexander poderia ter feito algo que mostrasse que o poema tinha acabado. Se tivesse a oportunidade de a aconselhar, teria dito para “levantar a voz no final” e dizer um “obrigado” quando terminasse, acrescentou.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fidel fala pela 1ª vez sobre morte e pede continuidade em Cuba

( Fidel ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na quarta-feira, 21 de janeiro)



O líder cubano Fidel Castro falou nesta quinta-feira, 22, pela primeira vez sobre a sua saúde no seu último artigo publicado, ao afirmar que escreve menos para que os seus companheiros do Partido Comunista não sejam influenciados pelas suas reflexões, o agravamento do seu estado ou até a sua morte.


O líder cubano ainda coloca em dúvida se dentro de quatro anos conservará a sua capacidade de estar atento às notícias e aos acontecimentos mundiais como agora e pediu para que os dirigentes da ilha sigam adiante após a sua morte.

A ausência dos tradicionais artigos de Fidel, de 82 anos, no jornal oficial Granma vinha alimentando especulações de que, após submeter-se a uma cirurgia por problemas intestinais em agosto de 2006, estaria com a saúde tão debilitada a ponto de ter de deixar de escrever. "Tenho o raro privilégio de observar os acontecimentos durante muito tempo. Recebo informação e medito de modo sossegado sobre os acontecimentos. Espero não desfrutar de tal privilégio dentro de quatro anos , quando o primeiro período presidencial de (Barack) Obama estiver concluído", afirmou na quinta-feira numa das suas habitais Reflexões, como são chamados os artigos que publica na imprensa local.

Roberto e Caetano: o Show pode parar

Os produtores de Roberto Carlos e Caetano Veloso bateram em várias portas, mas afinal acabaram por desistir: não haverá mesmo temporada popular do show de Bossa Nova da dupla - o mesmo espectáculo apresentado no Rio de Janeiro e em São Paulo em setembro e que virou CD e DVD.

Nem para o prestígio de Roberto e Caetano os patrocinadores abriram os seus cofres... Está feia a coisa na área de shows.


Agora, Roberto Carlos concentra seus esforços para viabilizar patrocpinios para as comemorações, que começam em abril, dos seus 50 anos de carreira.

Quincy Jones: coluna no Nwe York Times

O compositor e produtor Quincy Jones, de 75 anos, estreou nesta segunda-feira uma coluna no jornal americano New York Times, falando sobre suas expectativas em relação ao governo de Barack Obama - que assumiu a presidência americana dia 20, terça-feira. Jones não é o primeiro personagem do universo da música a arriscar-se pelas páginas do mais importante jornal do mundo: recentemente, Bono, líder da banda irlandesa U2, passou a assinar uma coluna para a publicação.

A decisão de convidar famosos para escrever colunas opinativas para o jornal pretende atrair mais leitores para o New York Times, revertendo as perdas provocadas pela diminuição da receita publicitária. Os responsáveis pelo jornal acreditam que ícones como Jones e Bono têm perspectivas de vida que farão com que a leitura das suas colunas seja uma óptima experiência.

U2 apresenta capa e faixas do novo CD

O U2 divulgou nesta sexta-feira o nome das músicas e a capa (foto) do seu novo álbum, No Line on The Horizon, que chega às lojas no início de março. O primeiro single Get Your Boots On será lançado em formato digital no dia 15 de fevereiro - as demais canções, no dia 16. A capa foi feita pelo artista e fotógrafo japonês Hiroshio Sugimoto e traz a imagem do encontro do mar com o horizonte. A produção, que tem 11 faixas, foi gravada no Marrocos, Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra.

No Line on The Horizon será lançado em cinco formatos, que variam desde o mais simples - CD e um encarte com 24 páginas - até o mais sofisticado, que conta com uma caixa com o CD, DVD com o filme Linear, assinado pelo fotógrafo e cineasta Anton Corbijn, livro de 64 páginas e pôster. Em entrevista à revista americana Rolling Stone, o vocalista Bono disse que as músicas foram inspiradas nos recentes acontecimentos do mundo, caso da faixa Cedars of Lebanon - que fala sobre um correspondente de guerra.

Ledger pode levar Oscar póstumo; conheça alguns dos indicados

O Oscar será entregue em 22 de fevereiro, em cerimônia que será apresentada pelo actor Hugh Jackman, uma alteração importante, pois a festa sempre teve no comando um comediante.

O Curioso Caso de Benjamin Button é o grande favorito, liderando a lista dos indicados da Academia com 13 indicações, incluindo a de melhor filme. Rendeu ainda uma indicação a Brad Pitt como melhor actor, a Taraji P. Henson como coadjuvante e a David Fincher de melhor director. O filme chega perto de outros recordistas de indicações: All About Eve, de Joseph L. Mankiewicz, com Bette Davis, que em 1951 ganhou cinco estatuetas, mas teve 14 indicações, mesmo número obtido por Titanic, de James Cameron, em 1997, quando levou 11 prêmios.

Outro favorito desta 81.ª edição do Oscar é Quem Quer Ser um Milionário?, o filme vencedor de quatro Globos de Ouro, incluindo o de melhor filme. Foi indicado em nove categorias e ainda disputa com duas composições na categoria de melhor canção: 'Jai Ho' e 'O Saya'. Com oito indicações aparecem Milk - A Voz da Liberdade e Batman - O Cavalheiro das Trevas, enquanto O Leitor e A Dúvida, ficaram com cinco cada um. Todos estão indicados na categoria melhor filme, incluindo ainda Froost/Nixon.

A primeira categoria anunciada foi a de melhor actriz coadjuvante. Sem surpresas, entra na disputa a actriz espanhola Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen. É a segunda indicação da actriz ao Oscar, que disputou como melhor actriz com Volver, de Almodóvar, em 2006. As outras concorrentes da categoria são Viola Davis(A Dúvida), Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button), Amy Adams (A Dúvida) e Marisa Tomei (O Lutador).

Meryl Streep, a recordista de indicações, vai subir ao palco da cerimônia do Oscar pela 15.ª vez, pelo seu desempenho em A Dúvida, que promete ser um show de interpretação, pois também rendeu uma indicação de melhor actor coadjuvante a Philip Seymour Hoffman e de melhor actriz coadjuvante a duas actrizes do filme: Amy Adams e Viola Davis. Meryl concorre na categoria de melhor actriz com Angelina Jolie (A Troca), Anne Hathaway (O Casamento de Rachel), Melissa Leo (Frozen River) e Kate Winslet, a vencedora do Globo de Ouro por seu papel no filme O Leitor .

O actor Heath Ledger poderá ganhar o primeiro Oscar póstumo da história do prêmio, pela sua interpretação do vilão Coringa, de Batman - O Cavalheiro das Trevas. Hoje, 22, faz um ano que o australiano Ledger, de 28 anos, foi encontrado morto no seu quarto por uma overdose de remédios. Ledger foi indicado ao Oscar em 2006 pelo seu papel de destaque como o caubói gay em O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee. Perdeu para Philip Seymour Hoffman, vencedor por Capote. Hoffman concorre este ano com Ledger na categoria de melhor actor coadjuvante pelo filme A Dúvida. Também concorrem nesta categoria os actores Robert Downey Jr. (Trovão Tropical), Josh Brolin (Milk) e Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho).

O troféu de melhor actor será disputado por Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button), Richard Jenkis (The Vistor), Frank Langella (Frost/Nixon), Sean Penn (Milk - A Voz da Liberdade) e Mickey Rourke (O Lutador).

Obama vai manter o BlackBerry mas deverá ser um dispositivo "blindado"

Para a maioria das pessoas, manter o dispositivo electrónico de bolso que adora só tem um segredo: estimá-lo. Mas para o Presidente norte-americano Barack Obama, a questão é muito mais complicada. Obama é fã do BlackBerry, que mistura as funções de telemóvel com as de um computador. Usou-o durante toda a campanha, mas as preocupações relacionadas com a segurança são mais do que muitas. O seu porta-voz, Robert Gibbs, anunciou que irá mantê-lo, mas que apenas o poderá usar para contactar com alguns dos principais colaboradores e amigos.

O ex-Presidente George W. Bush foi impedido de usar correio electrónico e o antecessor Bill Clinton só o fez duas vezes, uma para verificar o sistema e outra para saudar o astronauta veterano John Glenn, antes da sua viagem de regresso ao espaço, em 1998, na primeira missão para a construção da Estação Espacial Internacional. E essa parcimónia no uso dos telemóveis não foi opção dos presidentes. Temia-se, como agora, que as mensagens fossem captadas por piratas informáticos e aparecessem depois nas televisões ou nos jornais. No caso do BlackBerry, uma das preocupações é que “hackers” astutos consigam detectar, através do sistema GPS, qual é a localização do Presidente, com poucos metros de margem de erro.


Obama já dera a entender que teriam de lhe tirar o BlackBerry das mãos e que queria estar em contacto com a América para lá da Casa Branca. “Se eu fizer qualquer coisa idiota, quero que alguém em Chicago me possa enviar um e-mail a perguntar: o que é que está a fazer?”, chegou a dizer.


Agora soube-se que o pedido de Obama foi atendido. No site da revista “The Atlantic”, Marc Ambider já tinha noticiado, num artigo que depois foi citado pela CNN, que a Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana aprovara um dispositivo portátil com fortes capacidades de cifragem que Obama poderia usar. É o Sectera Edge, da General Dynamics, que permite comunicações de voz cifradas e custa 3.350 dólares. Mas quanto ao uso de mensagens instantâneas, por exemplo, a reposta é “nem pensar”.


O site da Casa Branca mudou logo a seguir à tomada de posse, mas quem lá irá trabalhar deparou-se com vários problemas tecnológicos. “Linhas telefónicas desligadas, ‘software’ desactualizado e regulamentação de segurança a proibir contas de e-mail externas”, descreveu o “Washington Post”. O porta-voz de Obama, Bill Burton, disse mesmo que “foi como passar da [consola de jogos] Xbox para [um velho computador] Atari”. No site não foi actualizada, nas primeiras horas, a informação sobre o primeiro dia de Obama na presidência, adiantou o Post. “Ninguém pôde explicar o problema, mas prometeram que será resolvido”.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estação central dos CFM sétima mais bela do mundo

A estação central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, na cidade de Maputo (capital do país), foi escolhida pela prestigiada revista norte-americana “Newsweek” como a sétima mais bela do mundo, num “ranking” que incluiu todas as infra-estruturas do género em todo o mundo, das mais “modestas” às mais famosas.

A pesquisa da “Newsweek” tomou em consideração o traçado arquitectónico e o seu nível de conservação, algo que, no caso da imponente obra, casa a história com o empenho da instituição que a tutela, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, em conservá-la.

A estação ferroviária de Maputo é uma obra secular concebida pelo arquitecto francês Gustave Eiffel, célebre por ser o criador de várias obras no mundo e que têm como traço comum o uso do ferro na sua execução. O seu nome ficou eternizado – e projectado – pela famosa torre parisiense que leva o seu nome.

Em Moçambique, as obras de Gustave Eiffel não se ficam pela estação ferroviário que é também património da cidade de Maputo. Foi o francês que concebeu também a Casa de Ferro, implantada nas proximidades do jardim botânico Tunduru e em que funciona hoje uma direcção do Ministério da Cultura.

A estação central dos Caminhos de Ferro foi inaugurada em março de 1910, dois anos depois do início da sua construção. Contudo, a imponência com que se lhe conhece hoje só se verificaria a partir de 1916.

Hoje, para além de estação ferroviária por onde passam milhares de passageiros e mercadorias de e para Maputo (também para os vizinhos Zimbabwe e Africa do Sul), é também um local de cultura. Nela, vários eventos de carácter cultural e artístico têm sido promovidos, ao mesmo tempo que a empresa que a tutela (CFM) agenda implantar nela um museu ferroviário.

A mais bela estação ferroviária do mundo é, segundo a revista Newsweek”, a londrina de St. Pancras, seguida pela nova-iorquina Grand Central Terminal.

Stewart Sukuma no Festival de Jazz da cidade do Cabo

O compositor e intérprete moçambicano, Stewart Sukuma, vai actuar na próxima edição do Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo, que anualmente se realiza no último fim de semana de março naquela cidade sul-africana.

Os organizadores do evento, a crer no jornal “Notícias” da capital moçambicana, terão visto em Stewart um músico de grandeza suficiente para tomar parte num evento daquela envergadura, onde também desfilam nomes destacados do jazz internacional – e de ritmos enquadráveis, como os explorados pelo músico moçambicano.

Os produtores do festival do Cabo apreciaram também a performance de Stewart Sukuma durante a primeira edição do Moçambique Jazz Festival, realizado no ano passado na cidade da Matola, arredores da capital moçambicana.

Em 2008, Stewart fez vários espectáculos, na maioria virados para a promoção do seu disco “Nkuvu”, editado em 2007.

Num nível mais particular, 2008 foi fabuloso para Stewart porque foi capaz de concentrar em si toda a popularidade que podia ser dedicada a um só músico. A sua cação “Fesliminha”, do disco “Nkuvu”, destacou-se como a mais preferida dos ouvintes da Rádio Moçambique, que a escolheram para o prêmio Canção Mais Popular do ano no Top Ngoma, a principal parada musical do país.

Com Obama, surge a Casa Branca 2.0

Na internet, a transição para a gestão de Barack Obama aconteceu em tempo real. Poucos instantes após o fim do juramento de Barack Obama, o site da Casa Branca já estava sob nova direção. Agora, o Executivo americano tem um blog no qual serão publicadas notícias e outras informações sobre o governo. Obama também disponibilizará no site um videocast semanal aos sábados para se comunicar com os americanos.

Entre outras mudanças, saíram os perfis de George W. Bush, Laura, Barney (o cão do ex-presidente), Dick e Linn Cheney, e entraram os de Obama, a primeira-dama, Michelle, do vice-presidente Joe Biden, e da sua esposa, Jill.


O site também ganhou quatro destaques em flash na parte principal. A secção com a história dos presidentes americanos e com curiosidades da Casa Branca foi reformulada e ganhou mais navegabilidade. A íntegra e o vídeo do discurso de posse já foram disponibilizados no site. Todo o programa do governo de Obama também está disponível na rede.


Segundo Macon Philips, director de novas mídias para a Casa Branca, e um dos “blogueiros” oficiais do site, Obama pretende conectar-se com o mundo e com os EUA por meio do portal. O americano poderá informar-se sobre as principais decisões do governo por meio do RSS do blog e receber alertas por e-mail.


"O presidente Obama está comprometido a tornar a administração mais aberta e transparente da história", postou Phillips. Os internautas também podem participar mandando sugestões e trabalhando em conjunto para inserir novas funcionalidades ao site.


Internet e a campanha


A relação de Obama com a internet foi um dos factores decisivos para o sucesso da sua campanha. O democrata usou os repositórios de vídeos, como o You Tube, de fotos, como o Flickr, e sites de relacionamento, como o My Space, como ferramenta para arregimentar seguidores e doações.


Em parte graças a isso, o democrata bateu todos os recordes de financiamento de campanha. Obama arrecadou 742 milhões de dólares, segundo o Center for Responsive Politics, uma ONG americana que fiscaliza o custo das campanhas eleitorais. Pelo menos 54% deste dinheiro veio de doações menores de 200 dolares, geralmente feitas pela internet


Blackberry

Obama também é viciado em tecnologia. O seu parceiro inseparável durante a campanha foi um celular Blackberry, com o qual disparava e-mails para contactos importantes. Agora presidente, ele terá de se afastar do companheiro. Embora possa manter arquivos sobre a sua vida privada, a lei americana é bastante restrita sobre informações confidenciais. Assim, Obama deu adeus ao seu gadget favorito.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Economia e guerras ocupam agenda do 1º dia de Obama

O novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou por tratar da economia do país e das guerras do Iraque e do Afeganistão no seu primeiro dia como líder americano.

Segundo a BBC, Obama, que tomou posse como o quadragésimo quarto presidente americano na terça-feira, se reune-se nesta quarta-feira, 21, com os seus principais assessores econômicos e comandantes militares dos Estados Unidos.

Uma das primeiras medidas de Obama na terça-feira foi suspender todas as ordens pendentes que o governo Bush tentou aprovar nos últimos dias do mandato.
A orientação de Obama foi dada pouco depois de o novo presidente ter tomado posse, num memorando assinado pelo novo chefe de gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel.

O presidente ainda pediu a suspensão dos julgamentos em Guantánamo por cinco meses, congelando os processos iniciados no governo Bush. Segundo os seus assessores, o presidente planeia uma primeira semana ambiciosa, de agenda cheia, que inclui um encontro com assessores militares para mudanças na gestão da guerra no Iraque.

O encontro marcado para esta quarta contaria com a presença do general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, responsável pelas operações americanas no Oriente Médio, Ásia Central e Cordo de África. Funcionários do Pentágono disseram que o Departamento de Defesa deve apresentar no encontro um documento com as várias opções de retirada das tropas americanas no Iraque e os seus respectivos riscos, incluindo a opção de saída em 16 meses, promessa de campanha de Obama.

Em seguida, Obama deverá indicar um enviado especial para o Médio Oriente para lidar com a crise entre israelitass e palestinianos na Faixa de Gaza. Segundo a CNN, enquanto Obama participava na terça-feira na cerimônia de posse, cerca de 20 assessores já estavam na Casa Branca para preparar a reunião de hoje. Eles disseram também que Obama planeia realizar um discurso sobre a economia no dia 23 de fevereiro para dizer aos americanos que, apesar do plano de estímulo, a crise econômica ainda vai durar por muito tempo.

Equipe

Obama também estará empenhado, nos próximos dias, em concluir a formação da sua equipe de governo. Vários nomes têm que ser submetidos ao Senado, que tende a agir com rapidez para aprovar o gabinete indicado pelo presidente americano.

Nesta quarta-feira, também está prevista a aprovação do nome da senadora Hillary Clinton como secretária de Estado. A sua confirmação no cargo foi adiada após um senador republicano ter pedido um debate a respeito das doações feitas ao marido da senadora, o ex-presidente Bill Clinton, que poderiam constituir conflito de interesses.

Barack Obama falou da América para o mundo (*)

O discurso de tomada de posse de Barack Obama não foi uma peça de oratória brilhante, iluminada, como algum romantismo poderia desejar, mas cumpriu com o que, realisticamente, se devia esperar: palavras fortes, ideias claras, uma comunicação da nova era global dirigida da América para o mundo.


Em cerca de 20 minutos, o 44. º Presidente dos Estados Unidos bateu substantivamente em todas as áreas delicadas deste seu princípio de mandado, internas e externas.



Obama falou com a dimensão que as suas origens lhe permitem e com o modernismo que lhe está associado. Foi religiosamente pluralista, aludindo às várias crenças americanas (cristãos, muçulmanos, judeus e hindus); mostrou as preocupações ambientais e energéticas que dominam a actualidade (pedindo as apostas no uso da energia do sol, do mar e do vento); e, sobretudo, insistiu no diálogo com todos os países democráticos e pacíficos para se encontrarem soluções globais para problemas globais, entre eles os da segurança e os da fome.



Após as promessas de campanha, foi também notório que o novo Presidente quis desfazer algumas das ilusões que existiam em seu redor, porque está consciente da dura realidade que o espera perante a mais grave crise económico-financeira dos últimos 80 anos e sabe que os Estados Unidos já não são o único país que reboca o mundo.



Durante o discurso viu-se igualmente um líder que apostou em pequenos sinais para mostrar quem é e o que quer ser. O Presidente da era tecnológica, de PDA na mão, que vai construir o futuro a partir do seu passado, quando o pai não conseguia entrar em alguns restaurantes. Dessa preocupação com os sinais nasceu a escolha de uma cubana para estilista da mulher e a selecção dos dois momentos musicais da tarde, com Aretha Franklin, a voz da soul, símbolo da América negra, e uma orquestra mista com uma hispânica ao piano, um asiático no violoncelo, um negro no clarinete e um judeu no violino.



A essência do discurso mostrou um Obama realista, que não assume sozinho a responsabilidade de resolver todos os problemas actuais. Fazendo uma reinterpretação da frase mítica de John F. Kennedy -- "não perguntem o que o vosso país pode fazer por vocês; perguntem o que podem fazer pelo vosso país" -, apelou à cidadania e à mobilização de todos como única forma de restabelecer a confiança na economia e no sistema financeiro, assumindo que é preciso a consciência de estarmos a viver uma nova era. O mundo mudou e é preciso que todos repensem o seu papel de cidadãos livres.



O novo Presidente americano pode, ainda, sentir-se orgulhoso da participação que conseguiu incutir aos seus compatriotas. Washington assistiu ontem ao terceiro maior movimento de massas expontâneo da história moderna com mais de um milhão de pessoas. De semelhante, antes, só a confraternização dos cidadãos das duas Alemanhas logo após a queda do muro de Berlim e a mobilização, apesar dos riscos, dos timorenses para o referendo.



O discurso, tudo somado, esteve à altura do momento histórico que estamos a viver. Teve esperança, mas não vendeu ilusões, que seriam tão desnecessárias quanto absurdas. E algumas das suas palavras, sobretudo as dedicadas à participação dos cidadãos no afrontar dos problemas, são válidas e oportunas em todos os cantos do mundo.

(*) Editorial do Diário de Notícias, 21/01/2009

Obama promete reconduzir os EUA à liderança mundial

WASHINGTON - Diante de mais de dois milhões de pessoas, Barack Hussein Obama, de 47 anos, assumiu nesta terça-feira, 20, como o 44.º presidente dos Estados Unidos - o primeiro negro a chegar ao posto. Com a promessa de reconduzir o país à liderança mundial, Obama anunciou uma "nova era de responsabilidade". "Há um medo de que a América comece a declinar. Mas nossos desafios serão enfrentados. Escolhemos a esperança sobre o medo". "Continuamos como a nação mais próspera do mundo. Não mais fracos. Nossa capacidade continua firme. O tempo ruim passou. Começando hoje, devemos nos colocar à frente e reconstruir a América. Aonde quer que olhamos, há trabalho a fazer. Tudo isso nós podemos fazer. Tudo isso nós faremos". "Estamos prontos a conduzir uma vez mais"

Apresentado como Barack H. Obama, o presidente disse o seu nome completo, inclusive o sobrenome Hussein, ao jurar sobre a Bíblia que pertenceu ao presidente Abraham Lincoln (1861-65), trazida especialmente da Biblioteca do Congresso. "Juro solenemente que vou exercer em boa fé o cargo de presidente dos Estados Unidos e vou, ao máximo de minha capacidade, preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos. Que Deus me ajude."

Durante o discurso, Obama afirmou que a economia se debilitou enormemente por conta da avareza e da irresponsabilidade. "O presidente Bush serviu a essa nação, e foi gentil durante a transição. Falei várias vezes sobre prosperidade e paz. Neste momento, a América continua em frente. A economia está enfraquecida como consequência de ganância, assim como sistema de saúde. Mas tenho confiança. Temos que acreditar."

O presidente ainda prometeu reformar a infraestrutura do país, com investimentos em alta tecnologia e energia limpa, numa menção ao seu projecto para tirar a economia da crise. "Para onde olhamos, há trabalho a fazer". "A discussão não é se o governo é grande ou pequeno, mas se ele funciona ou não". "Neste dia, proclamo o fim das queixas mesquinhas e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas desgastados que durante tanto tempo estrangularam a nossa política".

Obama prometeu ainda uma nova aproximação com o mundo muçulmano. "Procuramos uma nova via de agora em diante, baseada no interesse e respeito mútuo". Ele viveu durante vários anos na Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo. Obama ainda mandou uma mensagem aos terroristas: "Não vamos nos desculpar pelo nosso estilo de vida, nem iremos ceder na sua defesa, e para os que procuram promover os seus objectivos induzindo o terror e abatendo inocentes, dizemos a vocês agora que nosso espírito está mais forte e não pode ser rompido; vocês não podem nos suplantar, e vamos derrotá-los."

"Para as pessoas das nações pobres, prometemos trabalhar ao lado de vocês. O mundo mudou, e nós precisamos mudar também"."Àqueles líderes mundiais que buscam o conflito, ou culpam o Ocidente pelos problemas da sua sociedade, e silenciam dissidentes, saibam que o seu povo irá julgá-lo pelo que você constroem, não pelo que destroem".

"Por nós, os nossos ancestrais atravessaram o oceano, lutaram e sacrificaram para que vivamos melhor. A América é melhor do que ambições individuais". "Um homem cujo pai 60 anos atrás não podia entrar num restaurante, está aqui hoje diante de vocês"

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama chega a igreja em Washington

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, e sua esposa, Michelle, chegaram às 15h53 (8h53 horário local) para uma cerimônia religiosa na Igreja de Saint John's, próxima a Casa Branca. Obama chegou em um carro preto. Eles foram recebidos pelo reverendo Luis Leon. O democrata traja um fato preto com gravata vermelha, coberto por um sobretudo. Michelle está com um vestido dourado.

Este é o primeiro evento público do dia do futuro casal presidencial. Após a cerimônia religiosa, Obama e Michelle seguem para a Casa Branca, onde serão recebidos por George W. Bush e sua esposa, Laura.

EUA: milhares de pessoas começam a dirigir-se para o Capitólio

Ainda é de madrugada em Washington mas milhares de pessoas já se estão a dirigir para o Capitólio, num ambiente festivo, para assistir à cerimónia de tomada de posse de Barack Obama.

A partir das 04h00 (11h00 em Maputo), o centro da cidade já estava em efervescência. Os cafés e os supermercados abertos enchem-se de norte-americanos e turistas que se “abastecem” antes de se aventurar no frio glacial das ruas.

A cerimónia de tomada de posse só começa às 10h00 (17h00 em Maputo), mas milhares de pessoas preferiram dirigir-se já para o Capitólio, berço da democracia americana, ainda de madrugada para conseguir um bom lugar. O movimento de pessoas é seguido de perto pelas forças de segurança.

Às 04h15 (11h15 em Maputo), a abertura das portas da estação do metro Friendship Heights provocou gritos de alegria de jovens que rumam ao Capitólio, com bonés com a cara de Obama. Várias famílias, com cobertores debaixo do braço, juntaram-se a eles.

Equipa de Barack Obama sem tempo para paradas

Enquanto o primeiro presidente negro dos Estados Unidos estiver a prestar juramento sobre a Bíblia de Lincoln na escadaria do Capitólio, hoje às 18 horas, alguns membros da sua Administração já estarão a mudar-se para a Casa Branca. Amanhã, Obama começa o trabalho efectivo.

44.º Presidente vai ter uma primeira semana preenchida

Quando acordar amanhã, Barack Obama já terá deixado para trás os juramentos, discursos, paradas e bailes da sua tomada de posse. No seu primeiro dia de trabalho efectivo como presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a ocupar o cargo já tem a agenda preenchida. Reuniões com os conselheiros económicos são a prioridade num tempo de crise financeira como já não se via desde a Grande Depressão dos anos 1930.

Hoje, enquanto os Obama se estiverem a instalar na parte privada da Casa Branca, as carrinhas da Administração vão começar a levar os funcionários da nova Administração do Capitólio, onde estiveram instalados desde a eleição de Obama, a 4 de Novembro, para a residência oficial do presidente, onde vão continuar o seu trabalho, como explicou um membro da equipa ao site The Politico. Nada, portanto, de assistir à parada ao longo da Pennsylvania Avenue, onde a organização espera mais de dois milhões de pessoas para assistir a um dia histórico. É que depois de oito anos de presidência Bush, Obama vai herdar um mundo cheio de desafios.

Para amanhã, além da reunião com os conselheiros económicos, Obama tem previsto um encontro com as chefias militares para planear a retirada do Iraque nos próximos 16 meses, uma das suas promessas de campanha. Segundo confessaram três membros da equipa do novo presidente à CNN, este deverá ainda aproveitar a sua primeira semana no cargo para nomear um enviado ao Médio Oriente. Apesar do cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, a situação na região continua a ser preocupante e será uma das prioridades do novo presidente. Numas primeiras cem horas intensas, Obama tem ainda prevista a emissão de decretos de lei relativos ao meio ambiente e à detenção de suspeitos de terrorismo.

Ontem, enquanto George W. Bush se desdobrava em telefonemas para os líderes mundiais no seu último dia na Casa Branca, Obama aproveitou o feriado que assinala o nascimento de Martin Luther King para reafirmar a promessa do sonho americano. Na véspera da tomada de posse, aquele que se vai tornar no primeiro presidente negro dos EUA emitiu um comunicado no qual recordava o líder dos direitos cívicos. Os sonhos que temos em separado devem unir-se num só", escreveu.

Quarenta anos depois do assassínio do reverendo Luther King, o feriado em sua homenagem costuma ser dedicado às obras de caridade. Seguindo a tradição, Obama não hesitou em arregaçar as mangas e pegar nos pincéis. Depois de visitar feridos de guerra no hospital militar Walter Reed, nos arredores de Washington, o presidente eleito ajudou a pintar de azul o muro de um centro de acolhimento para sem-abrigo e adolescentes problemáticos. No local, não faltaram jornalistas e curiosos a aproveitar esta oportunidade de ver de perto um presidente de calças de ganga e em mangas de camisa.

Os sonhos de Barack Obama para o país

Todos os anos, os Estados Unidos assinalam o dia 19 de Janeiro como o dia de Martin Luther King.
Mas nunca a cerimónia de homenagem ao homem que um dia sonhou que ninguém seria julgado pela cor da sua pele fez tanto sentido como hoje.
Na véspera de tomar posse, Barack Obama, o primeiro Presidente afro-americano do país, prometeu “renovar a promessa” do sonho americano.
Washington preparou-se para receber uma das maiores multidões da sua história – esperam-se mais de dois milhões de pessoas.
Mas antes disso, Obama quis prestar homenagem a Martin Luther King, participando em várias iniciativas destinadas a assinalar o dia que por tradição pertence ao activista dos direitos cívicos. Foi assim que, por momentos, Obama vestiu a pele de pintor e decorador para, rodeado por um batalhão de jornalistas, tornar mais agradável um albergue para os chamados sem-abrigo e adolescentes. Também visitou feridos de guerra num hospital militar.
Já no domingo, Martin Luther King tinha estado implicitamente presente quando o próximo Presidente americano se dirigiu duzentas mil pessoas reunidas no National Mall: Obama escolheu o monumento à memória de Lincoln, o seu líder modelo, para falar sobre os desafios que enfrentam os Estados Unidos da América, o mesmo local onde Martin Luther King fez o seu célebre discurso “tenho um sonho”, em 1963, sobre a união racial.
Nas suas palavras de despedida, George W. Bush citou um outro Presidente, Thomas Jefferson, para dizer: “Gosto mais dos sonhos do futuro do que a história do passado”.
Já Obama foi buscar um sonho com mais de quarenta anos, que para alguns ficará em parte cumprido hoje, para falar dos projectos que tem para os Estados Unidos. “Os sonhos que sonhamos em separado formam apenas um”.
A tomada de posse de Obama, filho de pai queninano e mãe branca americana, é um marco na história racial dos Estados Unidos.
Mas o antigo senador de Illionois tentou afastar a questão durante a corrida à Casa Branca, para evitar um factor de divisão eleitoral, lembra o diário Washington Post, que na semana passada o entrevistou.
O diário refere que agora, pelo contrário, Barack Obama gosta de referir que a sua identidade mestiça pode ser um factor de união e transformação do país: “Há uma geração inteira que vai crescer a ter como garantido que o cargo mais alto no mundo é de um afro-americano”, disse Obama, para depois acrescentar que agora está a mudar a forma como as crianças negras olham para si próprias e como as brancas olham para as negras.
Há outras coisas que parecem estar já a mudar também.
Uma sondagem do Washington Post revela que há menos americanos a encarar o racismo como “um grande problema” da sociedade norte-americana.
Mas, o filho de Martin Luther King, que partilha o nome do pai, escreve também no Washington Post que a eleição de Obama não pode ser uma panaceia para as relações raciais do país, chamando a atenção de que a eleição de Barack Obama não torna totalmente realizado o sonho do seu pai. Há ainda um longo caminho a percorrer, escreveu Martin Luther King J.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Edgar Alan Poe: um Corvo bicentenário

Autor sombrio de “O Corvo” nasceu há 200 anos

Edgar Allan Poe, nasceu faz hoje, 19, 200 anos em Boston.

Poeta, crítico literário, editor, expoente do chamado Movimento Romântico Americano, influenciado por Byron e Coleridge, mas também por Hoffmann e pelos românticos alemães, Poe foi um dos primeiros autores americanos conhecidos a tentar viver apenas da escrita. E teve uma vida tão curta quanto desordenada, infeliz e marcada pelo alcoolismo, pelo jogo, pelas aflições financeiras e uma acentuada predisposição para a morbidez. Esta encontrou uma constante, cerrada e sombria expressão imaginativa em toda a sua obra, da poesia à prosa. "Os que sonham de dia sabem muitas coisas que escapam aos que sonham de noite", escreveu.

Além de ser um dos maiores representantes da literatura "gótica", macabra e de terror (A Queda da Casa de Usher, O Gato Preto, A Máscara da Morte Vermelha, Berenice, O Poço e o Pêndulo, O Barril de Amontillado, O Túmulo de Ligeia, entre outros clássicos, obras-primas do conto, forma que o escritor dominou como poucos), Poe foi também um dos pioneiros da ficção científica, graças a Mellonta Tauta, A Extraordinária Aventura de um tal Hans Pfall ou The Balloon-Hoax. É também o criador da moderna literatura policial, com os três contos protagonizados por C. Auguste Dupin, caso de Os Crimes da Rua Morgue. Disse Sir Arthur Conan Doyle: "Cada um dos seus contos de detectives é uma raiz de onde brotou uma literatura".

Não esquecer ainda obras como Manuscrito Encontrado Numa Garrafa, A Descent into the Maelstrom ou a Narrativa de Arthur Gordom Pym, que Júlio Verne, outro grande admirador de Poe, glosaria em A Esfinge dos Gelos.

Morto aos 40 anos, ainda hoje de circunstâncias por apurar, mas decerto ligadas ao seu alcoolismo, Edgar Allan Poe foi, em vida, mais reconhecido como crítico e poeta, teve em Baudelaire um dos seus tradutores e paladinos fora dos EUA, e influenciou nomes como Maupassant, Swinburne, Bierce ou Stevenson.

O Edgar Allan Poe Museum, em Richmond (www.poemuseum.org) organiza hoje, 19, uma jornada de 24 horas para comemorar o bicentenário do nascimento do autor, com leitura de poemas, vigília à luz de velas e uma visita ao museu, que terá lugar já noite cerrada, bem no espírito

Após show, Obama se diz esperançoso com o futuro dos EUA

Bruce Springsteen e um coral gospel fizeram a abertura de um concerto em antecipação à posse do presidente eleito Barack Obama, no Memorial de Abraham Lincoln, em Washington A multidão irrompeu em aplausos quando Obama e sua mulher, Michelle, chegaram, descendo os degraus do memorial, e continuou a aplaudir durante o show de Springsteen e nas performances que se seguiram.

Não houve tapete vermelho, mas a sensação era de uma premiação de Hollywood, com astros a subir ao palco para elogiar, cantar e até imitar o próximo presidente.

Obama depois agradeceu aos artistas por "lembrar-nos, por meio de palavras e canções, o que é que amamos nos Estados Unidos".

"A despeito da enormidade da tarefa adiante, eu estou aqui, hoje, mais esperançoso do que nunca de que os Estados Unidos da América perdurarão, que o sonho dos nossos fundadores viverá em nossa época", disse o presidente eleito, no final do concerto que teve U2, James Taylor, Springsteen e outros astros.

Beyoncé fechou a apresentação cantando America The Beautiful, com os demais artistas e a plateia fazendo coro.

Uma multidão que, esperava-se, chegaria a meio milhão de pessoas espalhou-se para além do espelho d'água que separa o Memorial Lincoln do Monumento a Washington.

Obama, a sua mulher e as filhas, e o vice-presidente eleito Joe Biden e sua mulher, Jill, sentaram-se atrás de um painel de vidro blindado perto do palco erguido nos degraus do memorial.

O concerto começou com Springsteen, vestido de preto, cantando The Rising com a ajuda de um coral. A canção ficou mais conhecida como um chamado à acção depois dos atentados de 2001.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Comboio de Obama chega a Washington para a festa da posse



Barack Obama chegou a Washington ao fim de uma viagem de comboio que reproduziu a rota história de Abraham Lincoln e colocou o presidente eleito mais perto da posse. Multidões enfrentaram as temperaturas frígidas do inverno da Nova Inglaterra para saudar Obama ao longo da rota de 220 km entre Filadélfia e a capital.
Ele vai prestar o juramento de posse dentro de três dias, sucedendo ao presidente George W. Bush.
No início da viagem, Obama prometeu dar ao país "uma nova Declaração de Independência", livre de pensamentos mesquinhos, preconceitos e extremismo.
A viagem incluiu uma escala em Delaware para pegar o vice-presidente eleito Joe Biden e outra escala em Baltimore para um discurso no qual ele pediu que "procuremos juntos uma vida melhor na nossa época".
Obama invocou o legado de gigantes da história americana, apelando "não para os nossos instintos fáceis, mas para nossos melhores anjos", um eco do discurso de posse de Lincoln. Ele destacou os enormes desafios à frente e prometeu agir com "urgência feroz", uma frase frequentemente usada por Martin Luther King.
Obama prestou homenagem a Biden, que durante anos fez a viagem de comboio de Delaware a Washington, onde era membro do Congresso. Ele disse à multidão que acertar as coisas para o país é a razão que o levou a pedir a Biden que "tomasse mais um comboio, para Washington".
Na escala de Wilmington, Obama misturou-se à multidão e saudou o povo. Ele usou a oportunidade para repetir o refrão dos últimos dias: o país não deve desanimar por causa da má situação econômica.
No meio da tarde, o comboio de Obama fez uma segunda "lenta passagem" por Edgewood para entrar na zona rural de Maryland, ao norte de Baltimore. Ele foi saudado por uma multidão de cerca de mil pessoas.
Em pé no último vagão do comboio, decorado com bandeiras e um selo presidencial, Obama acenava com entusiasmo ao passar. Ele e a sua mulher, Michelle, e as filhas Malia e Sasha tiveram uma partida animada ao partir com o comboio da estação da Rua 30, em Filadélfia.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Roberto Carlos, meio seculo no reinado da musica

Há 50 anos, o cantor Roberto Carlos, um dos maiores artistas da música brasileira, iniciava sua carreira.

A parceria entre Elton John e Bernie Taupin


Sir Elton Hercules John mal tinha acabado de renegar o nome Reginald Kenneth Dwight quando encontrou seu parceiro mais constante de carreira, o letrista Bernie Taupin, três anos mais jovem. Foi em 1967. Elton John tinha 20 anos e Bernard John-Bernie, para os amigos - mal acabara de completar 17.

Respondendo a um anúncio de Elton, que procurava por um parceiro letrista, Bernie chegou com algumas ideias na cabeça e uma ou duas doses além do habitual (ele começou a beber muito antes da idade legal).

Desde os 15 estava fora da escola, a jogar sinuca nos bares ou errando pelas estradas com amigos vadios. Era, enfim, o protótipo do desgarrado, que se fartou de cair de joelhos na igreja de Market Rasen, Lincolnshire, clamando perdão pelo seu comportamento nada exemplar.

A revolução eléctrica do 'rock'n'roll' faz 40 anos


A 12 de Janeiro de 1969, os Led Zeppelin editavam o seu álbum de estreia. Depois de primeiros concertos que anunciavam uma nova leitura dos “blues”, o disco, homónimo, confirmava as suspeitas. Hoje, 40 anos depois, continuam a cultivar o mesmo título de sempre: os mais desejados.

Quando se mostraram ao público pela primeira vez, em 1968, os Led Zeppelin revelavam-se ambiciosos o suficiente para se proporem mudar o percurso da música popular desenhado até então pelos quadrantes guitarra-bateria-baixo-voz. 40 anos após a edição do primeiro álbum, celebrados hoje, a sobranceria transformou-se em realidade evidente, mesmo que o gosto ainda se discuta.

Led Zeppelin, editado a 12 de Janeiro de 1969, foi primeiro fruto de um investimento esforçado e ponto de partida para uma história de sucessos e tragédias milionárias.
Em 1968, e ainda sem disco editado, os Led Zeppelin tinham garantidos 200 mil dólares da americana Atlantic Records. Ahmet Ertegun, apaixonado pela tradição musical americana, reconhecia em Jimmy Page um explorador dos blues, guitarrista inventivo, produtor esclarecido e discípulo do lendário misticismo de Robert Johnson, o que tinha vendido a alma ao diabo em troca do dote que o tornou mítico.

Page pronunciava-se vítima da separação dos Yardbirds (por onde passaram também Eric Clapton e Jeff Beck) e procurava um novo grupo para fazer desfilar o seu ego consciente. Quis Keith Moon e John Entwistle, ambos dos The Who, como secção rítmica mas a resposta não foi a esperada: um "supergrupo" daquela natureza seria como um dirigível de chumbo (em inglês,Lead Zeppelin), pronto a despenhar-se.

Os contactos certos construíram oline up final. No baixo, John Paul Jones, com formação divagante entre Charles Mingus e Rachmaninov, o multi-instrumentista que assinou arranjos para os Rolling Stones ou Donovan. Bateria e voz com John Bonham e Robert Plant, vindos dos Band of Joy e apresentados quase como messias de um novo british blues. Resultado: luta de egos com pouca rivalidade mas boas doses de virtuosismo competitivo, limitado pela referência primeira para cada um: os blues.

Este deixou-se rodear de contos britânicos, das mágicas brumas de Avalon e das explícitas referências ao universo criado por Tolkien. Mas foi sempre a personagem principal no enredo assinado pelos Zeppelin.

Ao primeiro álbum, a revolução, mais eléctrica e mais pesada que nunca, da história do rock'n'roll escrito em 12 compassos, ainda que com espaço para as guitarras acústicas e nem sempre (mas quase sempre) cantando as graças abençoadas pela sexualidade. E primeiro passo para a coerente incoerência criativa do grupo, escrevendo e "roubando" (há quem diga que até o fizeram sem aspas) aos standards do Mississippi e ao folclore da velha Albion.

Hoje são vistos como profetas do heavy metal e de quase tudo o que lhes seguiu por entre alguns dos estereótipos da década de 70. Recordes de assistência ao vivo, mais de 300 milhões de discos vendidos e um final sem retorno, ditado pela morte de John Bonham em 1980. Tudo depois do primeiro Led Zeppelin, só depois as lendas de excesso, o mesmo que acompanha os fãs, que continuam a querê-los de volta.

Cinema - Morre o cineasta francês Claude Berri

O director e produtor francês Claude Berri morreu na ultima segunda-feira, aos 74 anos, depois de passar o fim de semana internado no hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris, devido a uma complicação neurológica.

Ele produziu os filmes Asterix, A Rainha Margot, Tess - Uma Lição de Vida e Bem-vindo ao Norte, considerado seu trabalho mais bem-sucedido. Como director, Claude Berri foi responsável pelas adaptações dos contos trágicos de Marcel Pagnol (Jean de Florette), Germinal (de Emile Zola) e A Vingança de Manon, com Gérard Depardieu, Yves Montand e Emmanuelle Beart.

Ele ganhou o Oscar em 1965, com o curta-metragem Le Poulet. Berri também actuou em filmes e presidiu a Cinemateca Francesa, de setembro de 2003 a junho de 2007.

O presidente francês Nicolas Sarkozy o classificou como "a figura mais lendária do cinema nacional".

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

New York Times vende espaço de anúncios na primeira página

O jornal The New York Times anunciou que vai vender espaços para anúncios com textos e imagens na sua primeira página, na mais recente medida em busca por novas maneiras de ganhar dinheiro, enquanto enfrenta a queda prolongada da sua receita publicitária.

O primeiro anúncio, que saiu na parte inferior da primeira página da edição desta segunda-feira, é da emissora CBS. Uma porta-voz do jornal negou revelar quanto o jornal cobrou pelo anúncio e quanto espera receber anualmente pelo espaço publicitário. Não foi possível obter declarações imediatas de uma representante da CBS.

O anúncio, um rectângulo de 2,5 polegadas de altura, cobriu a parte inferior da primeira página. O NYT já publicou anúncios classificados na sua primeira página, geralmente algumas linhas de texto posicionados discretamente na página. Não ficou claro, de imediato, se anúncios com texto e imagens já apareceram na primeira página antes na história do jornal.

Devido a seu posicionamento destacado, esses anúncios frequentemente podem render muito mais dinheiro que os publicados nas páginas internas do jornal. Alguns jornalistas do Wall Street Journal, pertencente à News Corporation, de Rupert Murdoch, fizeram objecções à decisão do jornal de publicar anúncios com texto e imagens na primeira página, mas eles raramente chamam a atenção hoje.

O USA Today, maior jornal norte-americano em termos de circulação, pertencente à Gannett Co Inc, também publica anúncios de primeira página. Como outras editoras de jornais dos EUA, a The Times está a esforçar-xe para manter a sua saúde financeira e saldar dívidas, ao mesmo tempo em que a crise financeira mundial exacerba um declínio já alarmante na receita publicitária.

A empresa está a tentar vender a sua participação de 17,5 por cento na holding que é dona do time Boston Red Sox, disse à Reuters no final do mês passado uma fonte. Pelo menos uma pessoa já abordou a Times para discutir a possibilidade de comprar o jornal The Boston Globe, disse à Reuters na semana passada uma fonte bem informada sobre o assunto.

Direitos das obras de Gandhi já são de domínio público

As obras literárias de Mahatma Gandhi, o ícone da luta pela libertação da Índia do domínio colonial britânico, devem entrar para o domínio público este mês, quando terminar a vigência dos direitos autorais sobre os seus escritos e discursos. Qualquer pessoa poderá então publicar os escritos e discursos do líder legendário, conhecido como "pai da nação", já que o direito sobre eles termina 60 anos após a sua morte.

Gandhi, pioneiro da filosofia de resistência não violenta à ocupação britânica da Índia, foi assassinado por um radical hindu em 30 de janeiro de 1948 em Nova Délhi. Gandhi entregou as suas obras à Fundação Navajivan, de Gujarat, que ele próprio fundou, mas, segundo a Lei de 1957 sobre copyright, as obras de uma pessoa entram para o domínio público 60 anos após a sua morte. Os responsáveis pela fundação disseram que, com base na filosofia de Gandhi, não querem pedir ao governo indiano a extensão dos direitos autorais. "Considerando o espírito do pensamento de Gandhi, não se deve pedir essa extensão. Já reflectimos sobre a questão e não vamos pedir a extensão", disse à Reuters Television Jitendra Desai, curador administrativo da Fundação Navajivan.

Desde sua criação, a fundação já publicou cerca de 300 volumes das obras de Gandhi, incluindo artigos, cartas, discursos e traduções da sua autobiografia. Embora Gandhi tenha entregue os direitos autorais das suas obras à fundação, ele próprio nunca subscreveu a idéia do copyright. "Gandhi nunca apoiou a idéia do direito autoral. Mas, devido a algumas instâncias em que as suas idéias foram mal interpretadas, ele foi obrigado a ceder à insistência daqueles que o prezavam e o exortavam a proteger as suas obras com direito autoral", disse outro membro da fundação, Amrut Modi.

Os estudiosos de Gandhi querem que o direito autoral seja reativado pelo governo, temendo que o uso livre das suas obras possa levar outras editoras a fazer interpretações equivocadas dos seus textos. "Quando o copyright terminar, os preços das obras certamente vão subir. A tarefa de levar o pensamento de Gandhi ao povo também pode ser prejudicada", disse Dhimant Badiya, estudioso de Gandhi em Ahmedabad. De qualquer maneira, a Fundação Navajivan vai continuar a publicar as obras de Gandhi a preços subsidiados, mesmo depois do fim do direito autoral.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Freddie Hubbard: morreu um dos maiores trompetistas da História

Tocou em mais de 300 discos e colaborou com nomes lendários do jazz como Thelonious Monk, Miles Davis, John Coltrane, Herbie Hancock, Sonny Rollins, Eric Dolphy, Ornette Coleman ou Cannonball Adderley, foi membro dos Art Blakey Jazz Messengers durante 4 anos, ganhou um Grammy em 1972 pelo disco First Light, e marcou a geração de trompetistas que lhe sucedeu.
Freddie Hubbard, o trompetista americano famoso pela sua contribuição para o chamado "som Blue Note" de início dos anos 60, morreu em Los Angeles, dia 29 de dezembro de 2008, de complicações relacionadas com um ataque cardíaco que tinha sofrido em Novembro. Contava 70 anos.

Declarou à agência AP o trompetista Wynton Marsalis: "Ele influenciou todos os trompetistas seguintes. Claro que o ouvi muito. Todos o ouvimos. Tinha um grande som e um grande sentido do ritmo e do tempo, e a exuberância é a grande característica do seu estilo".

De acordo com Peter Keepnews, do The New York Times, Freddie Hubbard "maravilhava o público com o seu virtuosismo, o seu sentido melódico e a sua energia contagiosa em simultâneo". Para este crítico de jazz, apesar de Hubbard nunca ter sido "um vanguardista por temperamento, participou em três dos discos de referência do jazz de vanguarda dos anos 60: Free Jazz, de Ornette Coleman, Out to Lunch, de Eric Dolphy, e Ascension, de John Coltrane".

Hubbard recordou à revista Downbeat, em 1995, o seu encontro com Coltrane: "Encontrei o Trane numa jam session no clube do Count Basie no Harlem, em 1958. Ele disse-me 'Porque é que não apareces lá em casa e vamos ensaiar um bocado juntos?' Quase que fiquei maluco. Ali estava um miúdo de 20 anos a ensaiar com o John Coltrane. Ele ajudou-me muito e acabámos por tocar várias vezes juntos".

Nascido em Indianapolis, Frederick Dewayne Hubbard começou a tocar na banda da escola. Em 1958 mudou-se para Nova Iorque, gravou o seu primeiro álbum, Open Sesame, e impôs-se logo nos círculos do jazz. Foi contratado pela Blue Note em 1960. Em 1961, Hubbard juntou-se aos Jazz Messengers, que deixaria em 1964, formando o seu grupo em 1966. Mas foram as gravações com Herbie Hancock nos meados da década de 60 que o colocaram entre os mais destacados trompetistas de hard bop, e que segundo alguns o tornaram no igual de John Coltrane.

O sucesso mais mainstream de Freddie Hubbard aconteceu na década de 70, graças a vários discos a solo, caso de Red Clay, Straight Life e o referido e premiado First Light, todos para a editora CTI. Começou então a incluir nos seus discos instrumentos eléctricos, ritmos funk e rock, arranjos para cordas e até canções fora do âmbito do jazz, aderindo à moda da fusão típica da década.

Hubbard voltou às raízes nos anos 80, mas em 1992 magoou-se seriamente no lábio superior, e a partir daí só tocou esporadicamente e já sem o fogo de outrora. Em 2007, comentou numa entrevista: "Aconselho qualquer jovem trompetista a não fazer o que eu fiz, porque este estilo pode ser prejudicial à saúde". - E.B., com 'The Guardian', BBC e 'The New York Times'