RÁDIO MOÇAMBIQUE

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Chapeu do Papa voa

Solidéu do Papa Bento XVI é levado pelo vento durante sua audiência semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano

Charge causa protestos de negros

Uma charge publicada na edição desta quarta-feira do jornal americano provocou uma grande polêmica no país, incluindo vários protestos da comunidade negra. Os críticos acusam a ilustração de comparar o presidente Barack Obama a um macaco.

A charge, que o jornal define como uma paródia da política americana, mostra um polícia a atirar contra um chimpanzé sob a legenda: "Eles terão de encontrar outra pessoa para escrever o próximo pacote de estímulo econômico".

Na terça-feira, um chimpanzé de estimação foi abatido pela polícia após ferir gravemente uma mulher. No mesmo dia, Obama sancionou um pacote de estímulo econômico no valor de 787 bilhões de dólares recém-aprovado pelo Congresso. O presidente empenhou-se na aprovação das medidas desde que tomou posse, no dia 20 de janeiro. Os críticos argumentam que a charge mistura os dois episódios com o intuito de ofender o primeiro presidente negro dos EUA.

"A charge no New York Post é, na melhor das hipóteses, perturbadora, dado o histórico de ataques racistas nos quais os negros são chamados de macacos", disse o activista pró-direitos humanos Al Sharpton. Qualificando o desenho de "ofensivo e divisivo", ele prometeu promover uma manifestação esta quinta-feira, 19, diante da redacção do jornal.

O vereador Leroy Comrie disse ter recebido vários telefonemas de cidadãos indignados. "Publicar uma charge tão violenta e racista é um insulto a todos os nova-iorquinos", disse Comrie.

Simon e Garfunkel preparam nova digressão

Paul Simon e Art Garfunkel estão a planear uma nova digressão conjunta, a primeira realizada em cinco anos. E, a avaliar pela reacção do público ao seu mais recente (e inesperado) reencontro em palco, a nova digressão promete lotações esgotadas.

Embora ainda sem datas e locais agendados, o futuro regresso à estrada foi dado certo por Art Garfunkel, poucos dias após a reunião- -surpresa que o levou a interpretar as três últimas canções num concerto de Paul Simon, na reabertura do (agora restaurado) Beacon Theatre, em Nova Iorque. Segundo a imprensa americana, o reencontro inesperado dos dois músicos, ocorrido na passada sexta-feira, foi recebido com uma chuva de aplausos, tal os temas, icónicos na trajectória do duo, que encerraram a noite: "The Sounds of Silence", "The Boxer" e "Old Friends".

"O público teve uma reacção extraordinária. De facto, não esperava que, tantos anos depois, ainda se interessasse por nós desta forma. Tocou-me profundamente", afirmou Art Garfunkel à BBC News.

A última digressão conjunta, justamente intitulada "Friends" (Velhos Amigos) e envolvendo espectáculos nos Estados Unidos e na Europa, realizara-se em 2003, ano em que actuaram também na cerimónia de entrega dos Prémios Grammy. A prolongou-se por 2004, tendo ficado célebre a enchente que os esperava - mais de 600 mil pessoas - no concerto gratuito então dado junto ao Coliseu de Roma, em Itália.

Amigos desde os tempos de escola, com uma primeira experiência de parceria nos anos 50 - data de gravação do primeiro trabalho, ainda sob o nome Tom and Jerry -, os dois músicos puseram em 1970 termo ao duo que mais tarde os celebrizou. Em 1981, voltaram a actuar juntos, num histórico concerto no Central Park.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Conto moçambicano em livro

São lançados esta quarta-feira, 18, no Centro Recreativo e Cultural “A Politécnica”, os livros “O Conto Moçambicano: da oralidade à escrita” e “A Narrativa Africana de Expressão Oral” dos Professores Doutores Lourenço do Rosário e José Luís Cabaço, respectivamente.

O lançamento das obras vai contar com a presença de várias figuras do campo cultural moçambicano e não só, com particular destaque para escritores e académicos.

Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica e José Luís Cabaço, são duas das principais figuras académicas de Moçambique, respeitadas pela visão intelectual e como docentes universitários.

Mia Couto e os hábitos de leitura e escrita

O celebrado escritor moçambicano Mia Couto profere esta quarta-feira, 18, na Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), em Maputo, uma palestra sobre os hábitos de leitura e escrita no país.

Estudantes, escritores, acadêmicos e jovens (sobretudo) deverão lotar uma das salas da AEMO, dado o interesse que Mia Couto desperta entre os que se interessam pela literatura e também quando se sabe que o hábito de ler entre os moçambicanos é algo que se perdeu.

Aliás, a intervenção de hoje do Mia não pode ser dissociada do debate público que está a ocorrer em Moçambique em torno da falta do gosto pela leitura e pela escrita, sobretudo entre os jovens, estes mais interessados em bens materiais e outras futilidades do que no belo e no sublime.

Em paralelo à palestra uma feira/venda do livro usado estará disponível o que irá permitir que os interessados possam adquirir, a preços acessíveis, obras literárias que de outro modo não seria possível.

Os "Bons Rapazes" na Rua D' arte

O agrupamento musical moçambicano GHORWANE apresenta-se no sábado a noite (20h30) na Rua D’arte em Maputo, num concerto musical destinado a marcar o arranque de uma série de eventos programados para assinalar os 25 anos da banda.

Os "Bons Rapazes” – assim os apelidou o primeiro presidente de Moçambique Samora Machel – marca também o início da relação entre a banda e os gestores daquele espaço (Rua D’arte), uma vez que, doravante, será ali onde eles irão actuar com certa regularidade.

O concerto de sábado, 21, será uma simbiose dos temas que os “Ghorwane” produziram ao longo da sua carreira. Está também prevista uma exposição que retrata o historial do grupo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Clube dos Entas: Damião Experiência e Bruce Springsteen

O programa radiofónico “Clube dos Entas” da próxima quinta-feira,12, vai destacar duas figuras da música: Bruce Springsteen (CD – Working On A Dream” de 2008) e Damião Experiência (CD – “Planeta Lamma” de 1974.
Eu não conhecia o Damião e muito menos a sua música, algo estranha.

Afirma ele que Planeta Lamma é o destino final de todo o ser humano; que fica a sete palmos debaixo do chão, onde "não tem fulano, não tem sicrano", "pode ser barão, pode ser ladrão".
O álbum Planeta Lamma, foi gravado de forma precária, apenas com uma viola de uma corda, uma gaita presa ao pescoço e uma espécie de chocalho.
Como todos os seus discos posteriores, Planeta Lamma foi gravado, arranjado, prensado, embalado e vendido pelo próprio Damião.
São 34 discos, ao longo de 18 anos de carreira.
As suas músicas vão de berros e grunhidos a um total caos sonoro, passando por composições acústicas, rocks progressivos com um alto teor de improvisação e músicas instrumentais ao estilo Frank Zappa.
Nos seus discos podem ser encontradas pérolas como “se você não casar com uma mulher virgem, já é corno”, ou ainda “mamã não quer que eu seja homem; porque homem usa chifre na cabeça”.
Muito de mistérioso cerca a sua obra. O número exacto de discos que gravou nem ele próprio se recorda quantos são.
Após gravar o seu último disco, em 1992, Damião Experiencia impõe a si mesmo uma vida de reclusão. Vagueia pelas ruas de Ipanema, no Rio de Janeiro, a catar lixo e sucata, vende ou simplesmente distribui os discos que lhe restaram. Com frequência é confundido com um mendigo.

O “Clube dos Entas” pode ser ouvido todas as quintas (22H05) e segunda (02H05) em FM 92.3 ou no site www.rm.co.mz

Veteranos vencem as principais categorias do jazz no Grammy

Assim como acontece todo os anos, as premiações das chamadas "categorias principais" são as grandes estrelas na noite de entrega dos prêmios Grammy. Pelo menos este ano, na sua 51ª edição, os artistas de r&b e rap não levaram a maioria dos gramofones dourados. Essa honra ficou com a dupla Robert Plant e Allison Krauss, com o álbum "Raising Sand", que reuniu o ex-vocalista do Led Zeppelin e a rainha do bluegrass. A dupla ficou com os dois principais prêmios da noite, - álbum do ano e gravação do ano, pela canção "Please Read The Letter" - além de conquistar as categorias colaboração pop com vocais, colaboração country com vocais e disco folk contemporâneo.

Na categoria jazz, os veteranos Gary Burton e Chick Corea ficaram com o principal prêmio, o de melhor disco de jazz, pelo álbum "The New Crystal Silence". Vale lembrar que a dupla também ganhou este mesmo Grammy em 1979, pelo disco Crystal Silence. A nova versão - um CD duplo - traz o vibrafone de Burton e o piano de Corea em dois momentos: ao vivo com a sinfonia de Sydney e em dueto introspectivo, com destaque para a regravação de "Señor Mouse".


Depois de um hiato de 12 anos, quem também levou o seu Grammy para casa foi a cantora Cassandra Wilson, que ficou com o prêmio de melhor disco de jazz vocal pelo álbum Loverly. A cantora derrotou nomes como Karrin Allyson e Stacey Kent. Na categoria melhor gravação de jazz, o trompetista Terence Blanchard ficou com o prêmio pelo tema Be-bop, que faz parte do disco "50th Anniversary All-Stars - Live At The 2007 Monterey Jazz Festival". O jazz latino também foi premiado. O pianista Arturo O'Farrill ganhou com o disco "Song For Chico", no qual faz uma homenagem ao seu pai, o músico cubano Chico O'Farrill.


Quem também pôde comemorar é a música brasileira, que perdeu com Gilberto Gil na categoria world music, mas "venceu" com o disco "Randy In Brasil", do trompetista Randy Brecker. O CD ficou com o prêmio de melhor disco de jazz contemporâneo. Além da participação de músicos brasileiros, como Teco Cardoso, Andre Mehmari, Ricardo Silveira e Robertinho Silva, o disco foi produzido pelo brasileiro Ruriá Duprat. Para terminar, na categoria de melhor disco de jazz com orquestra, a tradicional The Vanguard Jazz Orchestra ficou o prêmio pelo disco "Monday Night Live At The Village Vanguard".


Na duas categorias do blues, o veterano guitarrista B.B. King ficou com o prêmio de melhor disco de blues tradicional (One Kind Favor) - e o pianista de Nova Orleans Dr. John ganhou o de melhor disco de blues contemporâneo (City That Care Forgot).

"Quem quer ser Bilionário?" domina os BAFTA com vitória em sete categorias

A noite dos prémios de cinema da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA na sigla inglesa) foi uma sucessão de confirmações com apenas um par de surpresas. "Quem quer ser Bilionário?" foi melhor filme e tem outros seis prémios, revalidando a vaga de popularidade rumo aos Óscares. Mickey Rourke viu o seu regresso certificado como melhor actor, Heath Ledger foi recordado como melhor actor secundário e Kate Winslet foi a melhor actriz.

As surpresas foram "I’ve Loved You So Long", de Philippe Claudel, premiado como o Melhor Filme Não Falado em Inglês, e a vitória do documentário "Homem no Arame", de James Marsh, foi considerado pela Academia britânica o Melhor Filme Britânico do ano. O prémio foi anunciado na primeira metade da cerimónia e permitiu antecipar que o favoritismo de "Quem quer ser Bilionário?" se iria confirmar. É que o filme de Danny Boyle ("Trainspotting") estava também na lista de candidatos nessa categoria, pelo que quase se anunciava que iria ser o vencedor do troféu de melhor filme.

Dos sete BAFTA de "Quem quer ser Bilionário?" destacam-se os prémios para o realizador Danny Boyle, para o argumentista Simon Beaufoy e para o compositor da banda sonora, o indiano A.R. Rahman, todos premiados nos Globos de Ouro e nomeados para os Óscares de 22 de Fevereiro. O grande derrotado da noite foi "O Estranho Caso de Benjamin Button", nomeado para onze prémios e que não venceu em qualquer das categorias principais. O filme de David Fincher, protagonizado por Brad Pitt (que estava nomeado para melhor actor e ainda para melhor actor secundário por "Destruir Depois de Ler", dos irmãos Coen) arrecadou apenas três BAFTA, para o melhor "production design", caracterização e efeitos visuais.

Kate Winslet recebeu um dos dois BAFTA possíveis para que estava nomeada – havia duas Winslet na categoria de melhor actriz, a de "Revolutionary Road" e a de "O Leitor". Venceu a última. Nos Globos de Ouro, ambas foram vencedoras. Para os Óscares, a actriz britânica está nomeada excactamente por "O Leitor".

Um dos momentos da noite de prémios de ontem, 8, na Royal Opera House de Londres, foi a vitória, também já muito antecipada, de Mickey Rourke como Melhor Actor por "O Wrestler". “Obrigado à BAFTA, à Optimum Pictures, à Fox Searchlight e a Darren Aronofsky (realizador), que me deu uma segunda oportunidade depois de ter lixado a minha carreira durante 15 anos”. “É um prazer estar aqui, fora da escuridão”.

Os prémios distinguiram ainda Penélope Cruz, que venceu como actriz secundária pela interpretação de uma artista tempestuosa e sensual em "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen (a actriz espanhola está também nomeada para Óscar na mesma categoria). O BAFTA póstumo para Heath Ledger pelo seu Joker em "O Cavaleiro das Trevas", de Christopher Nolan, repete o prémio atribuído nos Globos de Ouro e antecipa uma possível vitória nos Óscares de 22 de Fevereiro.
Na cerimónia, o realizador e Monty Python Terry Gilliam recebeu um prémio de carreira.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quem vai ser a primeira dama da África do Sul?

"Há muitos políticos que têm amantes e filhos que escondem para fingir que são monógamos. Eu prefiro ser aberto. Amo as minhas mulheres e tenho orgulho nos meus filhos." Jacob Zuma, o zulu que é líder do Congresso Nacional Africano (ANC) e favorito à vitória nas presidenciais de Abril, não podia ser mais directo. Mas a sua poligamia, que é legal na África do Sul, pode tornar-se num verdadeiro problema de protocolo, caso seja eleito. Afinal, quem será a primeira dama?


Veja: Quem vai ser a primeira dama da África do Sul?

Lil'Wayne e Coldplay são os favoritos aos Grammys

A cerimónia de entrega dos principais prémios da indústria discográfica norte-americana decorre hoje à noite em Los Angeles. Serão distinguidos artistas em 110 categorias. A nomeação de 'Paper Planes' da cantora M.I.A. para Disco do Ano continua a ser uma das grandes surpresas
Artistas britânicos dominam principais categorias

Logo à noite vai para o ar a 51.ª edição dos Grammys dominada por artistas britânicos, com 13 nomeações, de entre 20 possíveis, nas quatro principais categorias (Disco do Ano, Álbum do Ano, Canção do Ano e Artista Revelação). Os ingleses Coldplay são também a banda que pode arrecadar mais prémios, com um total de sete nomeações, incluindo em três das quatro principais categorias, graças ao álbum Viva la Vida or Death and all His Friends, de 2008.

Não obstante, o rapper norte-americano Lil' Wayne, que editou Tha Carter III em 2008, é o grande favorito. No total, pode vencer oito prémios, incluindo Melhor Álbum, e os outros sete no campo do hip hop. Além de Lil' Wayne, existem outros rappers com um total de seis nomeações, incluindo Ne-Yo, Kanye West e Jay-Z. Logo a seguir, surgem Jazmine Sullivan, John Mayer, Robert Plant & Alison Krauss e os Radiohead, que podem conquistar até cinco "grafonolas".

Contudo, quando a lista dos nomeados foi revelada em Dezembro, a maior surpresa foi a presença da cantora britânica M.I.A., ao lado de nomes como Adele, Coldplay, Leona Lewis ou a dupla Robert Plant & Alison Krauss, candidatos na principal categoria. Hoje, pode conquistar o maior prémio da noite se o single Paper Planes for eleito Disco do Ano.

De resto, e como é habitual, a lista é dominada por artistas anglo- saxónicos. As principais excepções surgem no campo das músicas do mundo. O maliano Toumani Diabaté está nomeado na categoria de Melhor Álbum de World Music Tradicional, graças ao disco The Mandé Variations. Já a cantora mexicana Lila Downs e o músico brasileiro Gilberto Gil são candidatos ao prémio de Melhor Álbum de World Music Contemporâneo.

Este ano os prémios Grammy, organizados pela Academia das Artes e das Ciências do Disco, sediada em Los Angeles, distinguem 110 discos e artistas. As várias categorias, que se dividem por estilos musicais como o rap e o heavy metal, a música clássica e a música alternativa. Nesta última categoria, grupos como Beck, Death Cab for Cutie, Gnarls Barkley, My Morning Jacket ou Radiohead competem pelo título de Melhor Álbum. Convém lembrar que os candidatos são escolhidos a partir de uma lista de álbuns editados nos Estados Unidos entre 1 de Outubro de 2007 e 30 de Setembro de 2008.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

“The International” abre o 59.º Festival de Cinema de Berlim

O festival de cinema anual de Berlim , também conhecido como Berlinale, arrancou nesta quinta-feira, 5, com a exibição do filme "The International", um suspense do director alemão Tom Tykwer "Corra Lola, Corra". A trama envolve um agente da Interpol na sua luta para derrubar um poderoso banco que estaria a realizar actividades ilícitas.

The International é um dos 17 filmes que fazem a sua estreia mundial na Berlinale. O festival, na sua 59.ª edição é o primeiro dos grandes festivais europeus do ano. O ano passado o prêmio máximo, o Urso de Ouro, foi para "Tropa de Elite", do director brasileiro José Padilha, que exibe na sessão Panorama, fora da competição, o seu novo documentário "Garapa".

A abertura do evento com "The International", segundo Tykwer, não tem nada a ver com a crise financeira internacional. Para o director foi apenas uma coincidência e ele afirmou sentir-se emocionado "com a ideia de que o banco represente o vilão num filme de suspense".

Clive Owen interpreta o herói do filme, Louis Salinger, e Naomi Watts faz o papel de uma fiscal do distrito de Nova York que se une a ele para rastrear transações que financiam terroristas.

Owem disse que o seu personagem "viaja literalmente por todo o mundo atrás deste banco e na tentativa de derrubá-lo".

Tykwer assinalou numa entrevista que "o tema do filme é um sistema e um princípio sobre os quais se construiu a nossa sociedade... Que surgiu com a ideia de intercambio de bens que agora estamos a começar a questionar".

Um júri de sete membros presidido pela actriz britânica Tilda Swinton vai anunciar o vencedor em 14 de fevereiro. "Minhas expectativas? Não ter absolutamente nenhuma expectativa", disse.

O director do festival, Dieter Kosslick afirmou que não espera que a crise econômica tenha um efeito directo sobre a Berlinale, que tradicionalmente conta com menos estrelas que os festivais de Cannes e Veneza, mas que se orgulha de ser acessível ao público em geral, e deve viver 11 dias de muito glamour, com a exibição de 386 filmes.

Spike Lee quer incendiar Los Angeles

Spike Lee (“Malcom X”,"O Infiltrado") quer realizar um filme sobre os motins de Los Angeles em 1992. Esses dias de violência urbana foram provocados pela decisão dos tribunais de ilibar os agentes da polícia que tinham sido acusados de agredir o afro-americano Rodney King. Durante seis dias a violência invadiu a cidade, várias pessoas foram agredidas e assassinadas e várias lojas foram pilhadas e incendiadas.

Este projecto faz parte dos projectos de Lee desde 2006, mas ainda não encontrou os produtores indicados. Tem ainda um problema com o orçamento disponível, que não lhe permite realizar o filme como pretende. "O projecto não está morto, mas a dormir", diz o realizador, citado pela revista "Les Inrockuptibles".

Spike Lee está neste momento envolvido em vários projectos: a sequela de "O Infiltrado", um "biopic" sobre a vida de James Brown, com Wesley Snipes no papel de Brown, e um documentário sobre Michael Jordan. O realizador comprou recentemente os direitos para produzir "Now the Hell Will Start", a história de uma soldado negro que mata o seu superior na II Guerra Mundial e é obrigado a fugir para a selva birmanesa. É o segundo projecto de Lee baseado na II Guerra Mundial, depois de ter realizado "Miracle at Santa-Anna" no ano passado.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O "jet-set" moçambicano visto por Mia Couto

Já vimos que, em Moçambique, não é preciso ser rico. O essencial é parecer rico. Entre parecer e ser vai menos que um passo, a diferença entre um tropeço e uma trapaça.
No nosso caso, a aparência é que faz a essência. Daí que a empresa comece pela fachada, o empresário de sucesso comece pelo sucesso da sua viatura, a felicidade do casamento se faça pela dimensão da festa. A ocasião, diz-se, é que faz o negócio. E é aqui que entra o cenário dos ricos e candidatos a ricos: a encenação do nosso "jet-set".
O "jet-set" como todos sabem é algo que ninguém sabe o que é. Mas reúne a gente de luxo, a gente vazia que enche de vazio as colunas sociais.
O jet-set moçambicano está ainda no início. Aqui seguem umas dicas que, durante este ano, ajudarão qualquer pelintra a candidatar-se a um jet-setista. Haja democracia! As sugestões são gratuitas e estão dispostas na forma de um pequeno manual por desordem alfabética.

Veja na íntegra: O “Jet-set moçambicano

Moçambique: Malangatana mostra 40 obras suas em Coimbra (Portugal)

Quarenta obras do pintor moçambicano Malangatana vão estar expostas na Casa Municipal da Cultura da cidade portuguesa de Coimbra a partir de sábado, 7, no âmbito das comemorações do Dia dos Heróis Moçambicanos.

A mostra, patente até 21 de Fevereiro, intitula-se Homenagem a Eduardo Chivambo Mondlane - Pastor de Manjacaze e é uma iniciativa da Câmara de Coimbra, da Embaixada de Moçambique em Portugal e da Organização da Mulher Moçambicana. Na exposição pode apreciar-se 18 telas e 22 ilustrações do artista plástico e poeta, considerado "o maior embaixador da cultura moçambicana".

O vereador da Cultura da Câmara de Coimbra, Mário Nunes, considera que a exposição tem três objectivos: homenagear Eduardo Mondlane, assinalar e comemorar o 3 de Fevereiro, data alusiva aos Heróis Moçambicanos, e proporcionar ao público de Coimbra o contacto com a obra deste embaixador cultural.

Uma das telas expostas é a obra "O Julgamento dos Militares da 4.ª Região da Frente de Libertação de Moçambique", datada de 1966, da colecção privada do antigo presidente da Assembleia da República Almeida Santos, que a cedeu para a iniciativa.

Malangatana Valente Ngwenya nasceu em Matalana, Moçambique, a 6 de Junho de 1936 e pertenceu à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que liderou a luta armada contra a dominação colonial portuguesa até à proclamação da independência, em 1975.

A sua obra é "reconhecida em todo o mundo", tendo participado em múltiplas exposições individuais e colectivas e integrado diversos júris em Moçambique e no estrangeiro. Foi premiado inúmeras vezes e recebeu várias distinções.

Pintor, ceramista, cantor, actor, dançarino, "Malangatana é uma presença assídua em numerosos festivais, afirmando sempre a sua origem africana e moçambicana".

World Music Center promove curso em Maputo

O projecto dinarmarquês World Music Center desenvolvido pela Aarhus Music School daquele pais europeu, acaba de escalar Moçambique para ministrar um curso de formação de professores de música tradicional.

Apadrinhado pelo músico moçambicano, Gimo Remane, radicado na Dinamarca há mais de vinte anos, o projecto visa igualmente fazer a advocacia da necessidade de se apostar na inclusão da disciplina musical no ensino em Moçambique.

Comparativamente à Dinamarca, Moçambique é um pais que ainda tem muito que fazer para que a educação musical seja uma realidade. Com mais de 20 milhões de habitantes, Moçambique apenas tem uma única escola de musica: a Escola Nacional de Musica. Já a Dinamarca, segundo Lance D’Souza, Director do Projecto World Music Center, com apenas 5 milhões de habitantes, tem mais de 300 escolas de musica, cinco universidades, cinco conservatórias de musica clássica e cinco orquestras sinfónicas.

Para Gimo Remane, a musica moçambicana esta a perder os seus valores tradicionais dai a necessidade de se apostar na introdução da disciplina de educação musical desde o ensino básico (primário) ate ao superior.

Ele nasceu na província de Nampula (norte do pais) MAS FOI NA Ilha de Moçambique onde cresceu influenciado pela sua diversidade musical fruto do cruzamento de culturas de povos africanos e árabes. Muito cedo mostrou os seus dotes musicais, tocando com grupos culturais dos bairros da ilha e, desde 1974, embalado pelos ventos da independência nacional, começou a compor e a cantar musicas na sua própria língua, o macua.

Artista determinado, fundou em 1985, na companhia de outros músicos, entre os quais Salvador Maurício, a banda Eyuphuru (vendaval), que muitos sucessos e alegria proporcionou aos amantes da musica de Moçambique, dentro e fora do pais.

Colecção de raridades da ficção científica vai a leilão

Ele sempre jurou que só morreria se pudesse levar tudo com ele. Mas agora Forrest J. Ackerman realmente partiu, e o acervo do grão-mestre dos coleccionadores de ficção científica está à venda.

Milhares de itens, incluindo o anel usado por Bela Lugosi para compor o seu personagem em "Drácula", a capa de vampiro que Lugosi usou por décadas - e até mesmo o figurino que o actor usou no que é chamado de "pior filme de todos os tempos", o indescritível Plano 9 do Espaço - vão a leilão.

A colecção de Ackerman inclui ainda preciosidades como uma primeira edição autografada do romance de Mary Shelley; e um exemplar da primeira edição de "Drácula" assinado não apenas pelo autor, Bram Stoker, mas também por Lugosi, Boris Karloff e diversas outras celebridades do cinema de terror.

Ackerman, que foi escritor, editor e agente literário, passou a vida colecionando objectos ligados à ficção científica, do irrelevante ao precioso.

Ele morreu em dezembro, aos 92 anos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Yo-Yo Ma no Clube dos Entas

Na edição desta quinta-feira, 5, do programa radiofonico CLUBE DOS ENTAS Yo-Yo Ma vai estar em destaque – a sua musica e obra.

"Antes, eram o piano, o violino ou mesmo a flauta. Favoritos dos grandes compositores dos períodos barroco, clássico e romântico, aqueles instrumentos – e os seus intérpretes – davam as cartas no mundo da música erudita.
No século XX, porém, um instrumento, enjeitado e tido quase sempre como um mero "recheio" das orquestras, começou a ganhar lugar de destaque nesse panorama: estou a falar do violoncelo.
A ascenção do violoncelo deu-se em 1939, quando o espanhol Pablo Casals gravou as Seis Suítes para Violoncelo, de Johann Sebastian Bach. Até então consideradas um exercício de aprendizado, as peças revelaram o potencial solístico deste instrumento.
Nos últimos anos, um dos poucos artistas que se tem dedicado com afinco ao instrumento e com excelentes resultados junto do público é Yo-Yo Ma.
Descoberto pelo regente americano Leonard Bernstein quando tinha 8 anos de idade, Yo-Yo Ma , é um instrumentista excepcional e versátil, capaz de saltar da seriedade da obra de Bach para músicas do folclore indiano, do chinês e do brasileiro.
Tal polivalência, aliás, leva os seus detratores a acusá-lo de se ter tornado um musico vulgar, que volta e meia se dedica a trabalhos da música popular brasileira e americana sem critério ou sensibilidade estilística.
O facto, porém, é que, goste-se dela ou não, a "militância" de Yo-Yo Ma tem se mostrado indispensável na redefinição do papel do violoncelo."

O programa CLUBE DOS ENTAS pode ser ouvido em FM 92.3 ou entao no http://www.rm.co.mz, todas as quintas-feiras (22H05) e segundas-feiras (02H05)

Manu Dibango processa Michael Jackson e Rihanna

O músico camaronês Manu Dibango entrou com um processo nesta terça-feira,3, contra as gravadoras dos cantores Michael Jackson e Rihanna, num tribunal de Paris, pelo uso indevido de uma das suas canções.

A sentença será divulgada no dia 17 de fevereiro.

Nos anos 80, Michael Jackson incluiu no seu álbum "Thriller" a canção "Wanna be Startin' Something", que possui um fragmento de "Soul Makossa", de Manu Dibango. Na época, ele denunciou o cantor americano e o assunto foi encerrado amistosamente com um acordo econômico.

O caso, no entanto, voltou à justiça depois que a cantora Rihanna recebeu, em 2007, permissão de Jackson para utilizar o mesmo fragmento na sua canção "Please don't stop the music". Aparentemente, a cantora de não sabia nada sobre o plágio.

Dibango, de 75 anos, pede uma indenização de meio milhão de euros por danos. Além disso, os seus advogados pediram ao juiz o bloqueio da renda proveniente da canção para as gravadoras Sony BMG, EMI e Warner até a divulgação do veredicto.

Filmamos no bairro da lata


"Quem Quer Ser Bilionário?", o filme de Danny Boyle que parece cada vez mais ser um dos grandes favoritos para os Óscares. O Diario de Noticias de Portugal falou com o realizador, sobre esta esta experiência indiana.
A entrevista foi publicada na edicao desta quarta-feira, 4 de fevereiro.

Como definiria a cidade de Bombaim?
A cidade é construída sobre dois grandes pilares. Um é o negócio, em Nova Iorque: toda a gente está a fazer algum negócio, incluindo os mais pobres. O outro é o sonho, a dança dos filmes de Bollywood. É tudo isso que lhe dá a sua energia tão especial.
Houve alguns filmes sobre a Índia que lhe tivessem servido de referência ou inspiração?
Vi alguns filmes (que não mencionarei) que detestei e, de alguma maneira, foram uma grande ajuda: tinham precisamente o que eu não queria fazer. Aliás, faço questão em dizer que eu fiz um filme desses chamado, na Tailândia [produção de 2000, com Leonardo DiCaprio ]. Levei uma equipa de 150 pessoas, ocidentais, e eram um exército invasor: chegam e limitam-se a fazer o filme que já levam na cabeça. Desta vez, levámos umas dez pessoas e, no essencial, fizemos tudo com uma equipa de Bollywood. Não faz sentido encarar as coisas com o olhar ocidental, julgando que a cidade não funciona: de facto, funciona, mas não de acordo com os nossos padrões. É preciso saber utilizar isso. E foram 20 horas por dia...
Qual foi o papel de Loveleen Tandan, a co-realizadora do filme?
Na origem, ela era directora de.E convém lembrar que esse foi um processo muito demorado, quanto mais não seja porque cada uma das duas personagens principais tem três intérpretes. Daí que tenha estabelecido com ela uma relação muito para além do, envolvendo também o argumento e as suas opções. Acabou por funcionar minha consultora: ajudou-me imenso a corrigir os erros que o argumento continha, erros resultantes de um olhar ocidental. Além do mais, Loveleen é alguém que tem a ambição de vir a realizar filmes e, neste caso, acabei mesmo por lhe entregar a direcção da segunda equipa de filmagens.O modo de filmagem tem algo de documental.
Como foi, em particular, o tratamento do som?
O som em Bombaim é um fenómeno incrível de camadas e camadas... É o tipo de som que não é possível fabricar em estúdio. Claro que podíamos sempre corrigir uma ou outra fala dos actores, mas o ruído tem infinitos contrastes. Por exemplo, na confusão do trânsito, ao contrário do que estamos habituados, quem conduz está-se nas tintas para quem vem atrás; por isso mesmo, quem vem atrás tem por obrigação buzinar, de três em três segundos, para lembrar ao da frente que está ali. Bip! Bip! nós, quando ouvimos aquilo a primeira vez, temos a tradicional reacção ocidental de agressividade: "Que é que o fulano quer?" Mas depois percebemos que é apenas uma questão de delicadeza: "Lembra-te que eu estou aqui!"
Seja como for, os modos de filmagem não foram típicos de Bollywood.
A atitude normal em Bollywood é: "Querem um bairo da lata? Então construímos o bairro da lata no estúdio." Mas neste caso a atitude era: "Queremos filmar no próprio bairro da lata." E filmámos mesmo, incluindo na zona imensa onde são lançados os excrementos. Houve mesmo um elemento da equipa de som que caíu na vala... A dimensão britânica do filme passa por esse realismo: porque eu sou britânico, claro, mas também porque a nossa tradição é mais realista. Em Bollywood, estão-se nas tintas: o que conta é o sonho. Por alguma razão, os realizadores são conhecidos como "mercadores de sonhos".

Filme de aninmação israelita candidato ao Oscar atrai árabes

H NASR - Valsa com Bashir não pode ser assistido legalmente no Líbano, mas é possível comprar cópias do filme antiguerra israelita, indicado ao Oscar, no distrito de Hamra, em Beirute, onde o director Ari Folman viu a sua vida mudar 26 anos atrás.

"É um dos maiores filmes que já vi na vida", disse Lokman Slim, activista da organização libanesa UMAM, que visa preservar as memórias de guerra do país exibindo filmes relacionados com as suas décadas de conflitos.

Valsa com Bashir - o título faz referência à aliança de Israel com o líder cristão libanês da época, Bashir Gemayel - mistura documentário e animação para mostrar o trauma da invasão israelita de 26 anos atrás para expulsar guerrilheiros palestinos.

O filme termina com o massacre de centenas de palestinos pelos aliados libaneses de Israel nos campos de refugiados de Sabra e Shatila, em Beirute.

Num relato baseado nas recordações de antigos companheiros de farda, Folman mostra a guerra nas cores berrantes de um livro de quadrinhos - até os momentos finais, quando se vêem cenas chocantes e reais de pilhas de corpos.
Filme de Ari Folman trata do massacre de palestinos em Sabra e Shatila. Foto: Divulgação

Cerca de 600 mulheres, crianças e idosos palestinos em Sabra e Shatila foram massacrados sob a luz de foguetes de iluminação disparados sobre Beirute pela unidade do exército israelita do qual Folman fazia parte, que recebera a ordem de ajudar a milícia falangista cristã a impor a ordem nos campos.

Folman era um recruta de 19 anos na época. O seu filme recebeu o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira de 2008 e foi indicado ao Oscar 2009 também na categoria de melhor filme estrangeiro.

Proibido no Líbano

Valsa com Bashir
é proibido no Líbano devido às leis que impedem o comércio com Israel. Mas o interesse pelo filme é enorme.

Cópias em DVD pirateadas estão a ser vendidas por US$ 2 cada no distrito de Hamra, que aparece no filme como local de batalhas violentas entre guerrilheiros palestinos e a unidade de Folman no Exército.

Nem todos os libaneses estão satisfeitos com a versão de Folman da história.

"O filme mostra só uma parte da verdade. É como se o director dissesse 'nós, israelitas, não cometemos esse crime - foram os falangistas'", disse Ziad Moussa, professor aposentado em Ramallah, na Cisjordânia, onde Valsa foi exibido num centro cultural franco-alemão.

Mesmo assim, Moussa disse que o filme é "um passo na direção certa" para sanar o passado sangrento entre israelitas e palestinos.

O massacre de Sabra e Shatila suscitou ultraje mundial, e uma comissão de inquérito formada em Israel responsabilizou indirectamente o então ministro da Defesa Ariel Sharon, forçando-o a renunciar do seu cargo.

A comissão concluiu que Sharon, que mais tarde se tornaria primeiro-ministro, ignorou os avisos de que os falangistas massacrariam os refugiados palestinos para vingar-se da morte de centenas de civis cristãos por guerrilheiros palestinos no sul do Líbano, seis anos antes.