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sábado, 24 de outubro de 2009

Brasileiro que fotografou independência de Moçambique expõe em Tóquio

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado apresentou nesta sexta-feira (23) no Japão a sua mostra "África", um trabalho de mais de 30 anos no continente. Com as suas fotografias, ele diz querer "contar histórias" que necessitam do compromisso da imprensa e das ONG para poderem ser mudadas.

A exposição "África" começa este sábado e vai até o dia 13 de dezembro, no Museu Metropolitano de Fotografia de Tóquio. Salgado, de 65 anos, viajou por todo o mundo fotografando pessoas e lugares com as suas imagens em preto e branco e que já lhe renderam diversos prêmios internacionais, consideradas por ele "mais intensas" que as composições em cor.

Na sua opinião, os protagonistas de suas fotos "podem ser pessoas empobrecidas, mas não deprimidas, nem miseráveis". Nas suas viagens por África, Salgado teve a oportunidade de retratar o processo de independência de Angola e Moçambique e tragédias humanitárias como a crise de fome na África Central ou os deslocamentos de comunidades no Ruanda.

O fotógrafo brasileiro disse que o fotojornalista actual precisa "emoldurar o seu trabalho na realidade. Para isso, é necessário ter conhecimentos amplos em economia, sociologia e geopolítica", e não somente um domínio técnico.

O fotógrafo disse ainda que o jornalismo tem que ser honesto, ter controle e não fomentar estereótipos, diferente do que acontece actualmente.

Para Salgado, continentes como a África ou a América Latina estão a viver uma época de desenvolvimento e crescimento, como é o caso de Botswana e África do Sul ou Argentina e Brasil.

"A África não é um continente subdesenvolvido, tem o desenvolvimento que tem. Está a procura da sua identidade. Os pobres não necessitam de piedade ou de caridade, mas compressão e assistência", ressaltou Salgado.

O fotógrafo disse ainda que com a chegada dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro em 2016 "será feita justiça", pois é necessário que o hemisfério sul e a América Latina organizem aquele acontecimento mundial.

Mostra em Londres retrata explosão musical dos anos 1960

Cilla Black
Uma exposição na National Portrait Gallery de Londres capta a década de 1960 na Grã-Bretanha através de fotos de grupos musicais, desde a apresentação dos Beatles na casa nocturna Cavern até a explosão psicodélica nos anos 1970.

A mostra de 150 fotos, capas de álbuns e de revistas, partituras e outros itens celebra a ascensão do pop britânico e de gigantes do rock como os Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Pink Floyd, ao lado de nomes norte-americanos da mesma época como Jimi Hendrix e Bob Dylan.

Os retratos clicados por fotógrafos aclamados como David Bailey, Cecil Beaton, Don McCullin e uma multidão de outros estão organizados em décadas, passando da inocência da juventude no início da década de 1960 para a psicodelia decadente, movida a drogas e a libertação sexual que caracterizaram o "verão do amor" de 1968 e os anos seguintes.

Os primeiros anos mostrados na exposição focam sobretudo os Beatles, Rolling Stones e grupos britânicos menos conhecidos fora do país, como Cilla Black e Cliff Richards, mas Rod Stewart aparece ao lado de Long John Baldry num retrato de grupo chamado Steampacket feito em 1964.

"Quisemos reflectir os maiores astros de cada ano", disse à Reuters na sexta-feira o curador da exposição, Terence Pepper.

Mas Pepper disse que a mostra também revela a rapidez com que os Beatles, Rolling Stones, David Bowie, Pink Floyd e Led Zeppelin transformaram a paisagem musical e conquistaram o mundo.

"Era tudo completamente novo, estava tudo a acontecer na época. A música pop nem sequer tinha chegado às rádios".

Alto-falantes tocam sucessos da década para intensificar o ambiente da exposição, que também inclui itens de moda originais dos anos 1960, de Biba e Mary Quant.

A mostra ressalta a rivalidade entre os Beatles e os Rolling Stones em imagens feitas por vários fotógrafos de primeira linha, que os ajudaram a criar e confirmar as suas imagens em transformação.

Pepper disse que o título da exposição ilustra como a década dominada pelos Beatles no seu início acabou por dar lugar a astros como David Bowie, que ganhou força no final dos anos 1960 e ainda mais nos anos 1970.

Outras secções são dedicadas à mini-invasão de astros norte-americanos, entre eles os Walker Brothers e, mais tarde, Jimi Hendrix, que se mudaram para a Inglaterra para lançar as suas carreiras.

Pastor anglicano está farto de escutar Tina Turner nos funerais

Um pastor anglicano declarou no seu blog que está farto de realizar funerais ao som de canções de Tina Turner e outros ídolos da música pop.

Ed Tomlinson, de 35 anos, queixa-se que "as mensagens doces das estrelas do pop tenham substituído os hinos e as orações do passado", informou o jornal Telegraph.

Segundo o sacerdote, embora os partidários de uma sociedade laica acreditem ter conseguido uma vitória sobre a Igreja, os infiéis "vão acabar na fogueira sem esperança alguma de ressurreição".

"Pensei em assistir a uma cremação como um limão e perguntar-me que fazia eu num funeral durante o qual os alto-falantes vomitavam melodias de Tina Turner ou outras sentimentais de algum poeta humanista", comentou no seu blog.

Segundo o sacerdote, o aumento do número de funerais laicos é um sinal da actual marginalização da Igreja.

"É preocupante o facto de que o cuidado pastoral fique nas mãos de pessoas cujo único objectivo é fazer dinheiro", afirma.

domingo, 18 de outubro de 2009

Uma tremenda farra

Os parceiros musicais Roberto e Erasmo Carlos já declararam a sua afeição mútua na antológica canção “Amigo”. Na vida privada, as proclamações de amizade são menos convencionais. Nos anos 80,num restaurante de Los Angeles, Roberto repreendeu Erasmo pela sua suposta falta de asseio: o Tremendão – como é conhecido desde os tempos da jovem guarda, movimento que lançou o rock brasileiro nos anos 60 – não havia lavado as mãos antes de ir aos lavabos. Hipocondríaco, conhecido pelas suas estranhas manias, Roberto Carlos tentou convencer o parceiro de que o órgão sexual masculino é uma peça frágil, susceptível a todo tipo de infecção – tocá-lo com as mãos sujas indicaria descuido com o próprio corpo.

Para provar a sua sintonia com o corpo, Erasmo embarcou numa candente defesa do próprio instrumento (não musical, bem entendido). "Ele obedece-me, entende-me, está sempre pronto para a guerra. É o meu melhor amigo", disse. "Ele já te emprestou dinheiro?", perguntou Roberto. E, diante da negativa de Erasmo, concluiu: "Então eu sou o seu melhor amigo". Esse diálogo esquisito é uma das muitas anedotas incluídas por Erasmo em “Minha Fama de Mau”, que chega a partir de sexta-feira às livrarias.

Despretensioso e muito bem-humorado, o livro, com texto final do jornalista Leonardo Lichote, não é uma autobiografia minuciosa do cantor – trata-se antes de uma espécie de álbum de memórias, uma reunião de casos vividos por Erasmo em cinquenta anos de carreira, com flagrantes impagáveis da música brasileira do período.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Filme “A Ilha dos Espíritos” apresentado na sede da UNESCO em Paris

O filme moçambicano, “A Ilha dos Espíritos”, sobre a Ilha de Moçambique, foi projectado para um auditório constituído pelos participantes da 35ª.Conferência Geral da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (UNESCO), que decorreu na sua sede, Paris, semana passada. A projecção fez parte de uma sessão especial sobre Moçambique, que teve como tema a “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável”.

“A Ilha dos Espíritos”, um documentário de 63 minutos, foi realizado por Licínio de Azevedo e co-produzido pela Ebano Multimédia e Technoserve. Foi estreiado durante o IV Dockanema, Festival do Filme Documentário, que decorreu em Maputo de 11 a 20 de setembro último.

A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo conhecido até então. Nela (película) intervêem um historiador especializado na ilha e um arqueólogo marítimo que traz à superfície tesouros há muito perdidos em naufrágios.

O quotodiano dos habitantes da Ilha de Moçambique, actividades, hábitos, cultura, é nos dado a conhecer por inúmeros outros personagens: um pescador que relata as aventuras na sua frágil embarcação; o “porteiro” da ilha que controla quem entra e sai dela pela ponte que a liga ao continente; uma famosa dançarina e animadora cultural; uma coleccionadora de capulanas e jóias antigas; uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário colectivo dos ilheus.