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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Preso jornalista que matava para escrever

A polícia da Macedónia prendeu, no sábado, um jornalista suspeito de ser o autor de três crimes, em relação aos quais deu conta nas suas reportagens nos jornais onde trabalhava.
O jornalista Vlado Taneski, 56 anos, está acusado de sequestrar, torturar, violar e matar três mulheres com idades entre os 55 e 70 anos na cidade de Kicevo. Os crimes terão sido cometidos entre 2003, 2004 e Maio deste ano, segundo as autoridades, citadas pela imprensa internacional.

Taneski foi detido depois de a polícia ter confirmado, por meio de exames de ADN, que o esperma encontrado em duas das vítimas era dele. "O monstro de Kicevo", como o jornalista é já conhecido pela imprensa macedónia, trabalhava no jornal Utrinski Vesnik e como correspondente local do Nova Makedonija. Segundo o site BBC.com, a polícia da Macedónia começou a suspeitar do jornalista depois de este incluir detalhes nas suas reportagens que não tornou públicas. A publicação acrescenta ainda que outro homem já tinha sido já condenado pelos dois primeiros crimes. O terceiro crime foi cometido no mês passado.

Segundo as investigações, Taneski sequestrava as vítimas, e depois torturava, violava e asfixiava as mulheres. Após esquartejar os corpos, o jornalista colocava os pedaços em sacos de plástico e atirava-os para vários aterros ilegais, situados ao longo da estrada que liga a capital macedónia, Skopje, a Ohrid. "Todas as vítimas foram encontradas nuas, estranguladas e atadas com cabos telefónicos", acrescentou o porta-voz da polícia, citado pela BBC.com.

"Ele é suspeito também de estar envolvido no... [desaparecimento] de uma mulher de 78 anos, que continua desaparecida", disse o porta-voz da polícia daquele país, Ivo Kotevski. "A mulher foi sexualmente e fisicamente abusada. Por exemplo, a última vitima, uma mulher de 65 anos, foi encontrada com 13 ferimentos profundos no crânio e múltiplas fracturas nas costelas", acrescentou o porta-voz da polícia macedónia.

"Quando escrevia sobre os assassinatos, ele visitava as famílias das vítimas e falava com elas sobre o que tinha acontecido. Mas, na verdade, acompanhava o desenvolvimento das investigações", disse Kotevski, citado pela Folha Online. A polícia suspeita que Taneski tenha um cúmplice. O perfil das vítimas é muito semelhante: todas mulheres que trabalhavam no ramo da limpeza, mães solteiras e fisicamente parecidas com a sua mãe, com quem, segundo consta, não se relacionava bem. Nas suas reportagens, Vlado Taneski costumava dar detalhes das investigações dos assassínios das mulheres em Kicevo, casos que já foram levados à justiça e que resultaram na condenação de duas pessoas à prisão perpétua, apesar de ambas terem negado qualquer envolvimento nas mortes.(X)

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