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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Últimas memórias da Grande Guerra

Os britânicos, com cinco ex-combatentes da I Guerra Mundial ainda vivos, dominam um grupo que está a diminuir rapidamente. Quando estas 11 pessoas (entre elas a última mulher, uma canadiana) desaparecerem, este conflito deixará de ter uma voz para passar a fazer parte apenas dos livros de História.

"Henry Diz que não sabe porque ainda está vivo. Mas pensa que talvez seja para lembrar o que aconteceu na guerra", disse David Gray no 112.º aniversário do seu avô. De facto, o britânico Henry Allingham é um dos últimos 11 veteranos da I Guerra Mundial. Um grupo cada vez mais reduzido. Quando se assinalam os 90 anos do fim do conflito e com os mais jovens ex- combatentes a terem já ultrapassado os 107 anos, em breve, o mundo deixará de ter uma memória viva da guerra que mudou o mapa da Europa e que passará então a existir apenas nos livros de História.

O assassínio do Arquiduque austríaco Francisco Fernando a 28 de Junho de 1914 foi o acontecimento na origem da guerra. Aliado da Alemanha , o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia que por sua vez contava com o apoio da Rússia. Entraram então em acção velhas alianças e rapidamente se criaram dois blocos em confronto: a Tríplice Entente, que incluía a França, Reino Unido e Rússia, contra a Tríplice Aliança, constituída pela Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Otomano.

Com o desfecho incerto até ao fim, a I Guerra Mundial acabou por se saldar com a derrota da Alemanha, obrigada pelo Tratado de Versalhes a pagar reparações aos vencedores. Uma humilhação que não esqueceu e que terá estado em parte na origem do novo conflito mundial que começaria em 1939. Nas várias frentes de batalha combateram mais de 60 milhões de soldados. Quase dez milhões não sobreviveram. Os que escaparam ao inferno das trincheiras e aos bombardeamentos da primeira guerra na qual a aviação teve uma palavra a dizer puderam considerar-se sortudos. Noventa anos depois, são apenas 11 os ex-combatentes ainda vivos. Todos do lado dos Aliados. O último veterano alemão perdeu a vida já este ano, tal como o último a ter combatido pelo Império Otomano e o último austro-húngaro.

Dos que sobrevivem, Allingham é o mais velho, com 112 anos. Mas não é o único britânico. Estes dominam o grupo com cinco ex-combatentes vivos. Itália e Canadá têm dois veteranos cada. Nos Estados Unidos e Austrália só sobrevivem um ex-combatente. Resta saber se todos partilham o segredo de Allingham para a longevidade: "Cigarros, whisky e mulheres selvagens", como disse há alguns anos numa entrevista à BBC.(X)

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