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terça-feira, 24 de junho de 2008

Moçambique: FMI elogia e propõe outras reformas para atingir objectivos do milénio

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou hoje Moçambique como "um dos poucos países bem colocados para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), desde que "implemente firmemente uma segunda geração de reformas".
A confiança do FMI na capacidade de Moçambique cumprir os ODM, que a ONU aponta como o caminho para a redução da pobreza no mundo, através do alargamento de serviços sociais básicos, é parte de uma avaliação daquela organização apresentada em Maputo, com o título "Economias em Período de Pós-Estabilização na África Subsahariana - Lições de Moçambique". No resumo do documento, apresentado por Jean Clément, que chefiou recentemente uma missão do FMI que verificou no terreno as avaliações obtidas por Moçambique na luta contra a pobreza, refere-se que o país está avançado rumo ao alcance daquelas grandes metas. "Moçambique é um dos poucos países Subsaharianos que aparecem bem colocados para alcançar os grandes Objectivos de Desenvolvimento do Milénio fixados pelas Nações Unidas para a redução da taxa da pobreza para metade até ao ano de 2015", disse Clément.
"Moçambique constitui um dos poucos casos de sucesso económico da África Subsaariana. Levou a cabo uma espectacular recuperação dos efeitos devastadores da guerra civil e, com o auxílio de grandes influxos de ajuda sustentada, conseguiu um crescimento económico notável e de ampla base, cada vez mais resistente face aos desastres naturais, bem como uma forte redução da pobreza em moldes equitativos", realçou Jean Clément.
A "espectacular" recuperação da economia moçambicana permitiu que o país apresente agora um dos mais baixos níveis de desigualdade social em África, através da diminuição da pobreza nas zonas rurais, onde vive a maioria da população moçambicana, segundo a avaliação.
Apesar do bom desempenho, Moçambique ainda se debate com uma acentuada prevalência da miséria no campo e o rendimento per capita, bem como os indicadores de desenvolvimento humano, continuam a ser relativamente baixos, afirma o FMI.
Para inverter esse cenário e alcançar efectivamente os ODM, o país deve apostar numa segunda geração de reformas, assentes na "correcção das grandes lacunas em termos de capital humano e de infra-estruturas", lê-se no documento.
Jean Clément salientou ainda a necessidade do aumento da "produtividade total dos factores de produção, especialmente na agricultura, e a promoção dos serviços socais, incluindo a instrução primária", como premissas para o cumprimento dos ODM.
"A consecução dos ODM não relacionados com rendimentos, como sejam a instrução primária para todos, a igualdade entre os sexos, a inversão da incidência da malária e do HIV/SIDA, e o acesso à água potável sem riscos para a saúde exige que Moçambique reforce os serviços básicos sem pôr em causa a estabilidade macroeconómica", enfatizou.
Comentando os resultados da avaliação, o ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, afirmou que "a análise demonstra que uma dose de reformas estruturais combinada com uma política macroeconómica acertada são essenciais para a redução da pobreza absoluta".
Chang congratulou-se com o facto de a economia moçambicana estar a manter-se firme mesmo numa conjuntura marcada por choques externos, principalmente a alta dos preços de combustíveis e dos cereais no mercado internacional. (X)

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