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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Barack Obama como Messias

Na véspera da eleição presidencial americana, aprofundou-se a ideia de um Obama-messias, um homem com um efeito mágico. "Mudaremos o mundo" é a frase atribuída ao candidato negro na primeira página do El País, que tem ainda (com chamada na capa) um editorial que fala da "Eleição do século" e um artigo do recente Prémio Nobel da Economia Paul Krugman (também com chamada ao fron-tispício) sobre "A desesperada busca da seriedade". Krugman defende no seu texto, por sinal excelente desta vez, sem a tralha anti-Bush muito krugmaniana, que a bancarrota do Lehman Brothers e a crise financeira foram o ponto de viragem da campanha: se McCain era um homem com quem se podia beber uma cerveja, nessa altura os eleitores deram conta de que era preciso alguém sério.A revista britânica The Economist põe na capa, sobre um Obama formal, que "É tempo" - tempo, talvez, de votar naquele que diz "Eu sou o escolhido" num sentido quase bíblico que aparece no Sunday Times. Neste artigo do activista gay mas republicano Andrew Sullivan, compara-se a eleição de Obama à de Abraham Lincoln, que nos recorda como um republicano como ele liderou a luta contra a escravatura que levou a uma guerra civil sangrentíssima, mas que fundou a América virada para a modernidade. Sullivan apoia Obama apesar de republicano, mas alerta que "os que esperam um Messias, a certa altura, vão dar conta que apenas elegeram um presidente". Para ele, Obama é um "centrista do Midwest" (...) "substantivamente muito mais parecido com os Clintons do que ele ou os Clintons podem admitir", porque "apesar de ser um produto da sua geração e da universidade, a sua proximidade com a esquerda intelectual parece não ter afectado o seu programa". Aposta até que vai manter o actual ministro da Defesa, Robert Gates. "Mas aquilo que invoca Obama é o que invocou Reagan: o optimismo americano de que os problemas se podem resolver e que as divisões podem ser ultrapassadas", diz ainda. Ideologia de Obama, ao contrário do que a esquerda europeia diz, conhece-se, aliás, bem pouca...

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