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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Escritores e activistas pedem a libertação do dissidente chinês Liu Xiaobo

O dissidente chinês Liu Xiaobo, de 53 anos, foi preso no início deste mês por ter subscrito um manifesto a apelar a mudanças democráticas na China.


Ontem, 23, mais de 150 escritores e activistas pediram a sua libertação numa carta enviada ao Presidente chinês, Hu Jintao, entre eles os laureados com o Nobel da Literatura Seamus Heaney e Wole Soyinka e vários outros escritores, como Salman Rushdie e Umberto Eco, para além de académicos e advogados.


Liu Xiaobo é professor de Literatura e um dos mais conhecidos activistas pró-democracia na China. Já tinha sido detido antes, acusado de participar nos protestos de 1989 na Praça de Tiananmen, que resultaram na morte de centenas de civis, sobretudo estudantes.


Na carta enviada ao chefe de Estado chinês, os activistas dizem que "a China violou as suas próprias leis, a polícia não informou os familiares de Liu Xiaobo nem os seus advogados sobre a localização ou as razões da detenção". E acrescentam: "A actividade de Liu sempre foi pacífica. Apesar disso, foi detido de forma arbitrária duas vezes, por vários anos, por escrever artigos que criticam o Governo, mas nunca foi acusado de nenhum crime."


Liu Xiaobo foi detido por subscrever a Carta 08, uma petição assinada por 303 intelectuais chineses e apresentada no âmbito dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O nome é inspirado na Carta 77, assinada por um grupo de intelectuais na então Checoslováquia, em 1977, para apelar a mais liberdades e à democratização do regime. No documento pede-se que sejam realizadas reformas democráticas na China e defende-se o fim do regime de partido único, que mantém no poder o Partido Comunista chinês. Por causa da Carta 08 houve várias pessoas detidas, mas Liu Xiaobo é o único que continua na prisão.

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