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terça-feira, 15 de julho de 2008

Escassez de modelos negras faz Naomi Campbell continuar ativa



ABUJA - A supermodelo britânica Naomi Campbell recusa-se a afastar-se das passarelas, após mais de duas décadas, porque ainda há muito poucas beldades negras na indústria da moda.

Enquanto muitas das suas colegas do final dos anos 1980, como Cindy Crawford e Christy Turlington, já se aposentaram dos desfiles, a modelo de 38 anos continua a chamar a atenção nos maiores desfiles de moda do mundo.

"Sou muito grata pela minha carreira, mas preocupo-me com as garotas que vieram depois de mim, com as oportunidades que têm e o tratamento que recebem. E essa é uma das razões pelas quais ainda faço o que faço", disse ela à Reuters em entrevista na Nigéria, no fim de semana. Ainda adolescente, Campbell foi a primeira modelo negra a sair nas capas das edições francesa e britânica da Vogue.

Ela diz que muitos estilistas ainda dão preferência às modelos de cor clara, preterindo as suas colegas negras.

Trajada de top branco simples e jeans, a beldade britânica comentou: "Ainda conto quantas meninas de cor aparecem nos desfiles. No ano passado foi pior em Nova York."

"Nos desfiles de alta-costura de Paris só uma menina negra participou nos desfiles. Isso não pode ser mera tendência."

Para destacar o problema, a Vogue italiana decidiu usar principalmente modelos negras na sua edição de julho.

Naomi Campbell foi a Abuja e à capital comercial da Nigéria, Lagos, no fim de semana, para participar no lançamento de uma série de shows de verão e desfiles de moda. Foi a sua primeira visita ao país.

Patrocinado pelo jornal nigeriano This Day, o festival fará escalas em Washington, em agosto, e Londres, em outubro, e tem por objectivo destacar o que há de melhor na música e moda africanas.

Recentemente, a carreira de Naomi Campbell vem ganhando menos destaque que os seus problemas com a lei.

No mês passado, ela confessou-se culpada de agressão num incidente no aeroporto de Londres e foi sentenciada a cumprir 200 horas de serviço comunitário.

No ano passado, depois de atirar um celular na sua empregada durante uma discussão em torno de uma jeans, ela passou cinco dias a fazer faxina em casas de banho públicas como parte de uma sentença dos serviços comunitários em Nova York.

Ela alegou que o incidente no aeroporto de Londres foi motivado em parte pelo facto de alguém a ter chamado de "Golliwog", termo pejorativo referente a bonecas negras.

Indagada sobre a sua experiência pessoal com o racismo, Campbell respondeu apenas "eu sou uma lutadora". (X)

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