Uma mutação genética ocorrida há milhares de anos entre os africanos, que protegeu as pessoas da malária, pode ter tornado essa população 40% mais suscetível à infecção por HIV. A variação, por outro lado, tem uma vantagem incomum: ela atrasa o progresso do vírus que causa a Sida, dando aos pacientes um tempo extra de vida de dois anos. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira pelo periódico científico Cell Host & Microbe. Segundo os pesquisadores, a descoberta ajuda a entender por que, entre outras razões, a incidência do HIV entre os africanos é superior à do resto do mundo.Noventa por cento das pessoas de África subsaariana têm essa variante do gene, e cerca de 60% dos americanos afrodescendentes também o possuem. Os pesquisadores estimam que se a mutação não existisse a epidemia da Sida na África seria 11% menor. A proteína ligada ao gene foi baptizada como Darc – ela funciona como uma espécie de "fechadura" molecular que abre uma "porta" de entrada nas células. A pesquisa foi realizada com negros americanos e não com os habitantes de países africanos. No total, eles observaram 3.266 pessoas: 1.266 seropositivos e 2.000 não infectadas.
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