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quinta-feira, 29 de maio de 2008

Bono quer que a África se inspire na Irlanda para vencer a crise alimentar

YOKOHAMA - O cantor irlandês Bono recomendou nesta quinta-feira, num discurso no Japão dirigido a governantes africanos, que se inspirem no exemplo do seu país para superar a actual crise alimentar.
O líder da banda U2 e fervoroso militante do desenvolvimento dos países pobresdiscursou para os líderes de 52 países africanos participantes na Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento da África (TICAD) em Yokohama, perto da capital japonesa.
"O que posso oferecer a vocês? A primeira coisa é que sou irlandês", disse Bono, ao lado do primeiro-ministro nipônico, Yasuo Fukuda.
"Superamos a colonização, enfrentamos os britânicos, temos muitas coisas em comum com a África", acrescentou.
Bono lembrou que apesar dos salários irlandeses actualmente estarem entre os mais elevados do mundo, "há 20 anos, a nossa economia estava a afundar, o FMI dizia o que deveríamos fazer e o Banco Mundial nos apertava".
Um século e meio atrás, a Irlanda sofreu uma grave fome, lembrou Bono.(X)

Revista lista as 100 melhores músicas de guitarra de todos os tempos

(Aos 81 anos, Chuck Berry continua em forma)

Um riff irresistível e um solo que te leva ao céu sempre que você o ouve. Estes são os ingredientes indispensáveis para uma grande música de guitarra segundo a revista norte-americana “Rolling Stone”.
A edição de junho da publicação traz uma lista das 100 melhores canções de todos os tempos. Cada faixa escolhida tem as características acima citadas, mas está entre os melhores momentos do rock pelo que há atrás das notas: apetite, fúria, desespero, felicidade – geralmente, tudo ao mesmo tempo, diz o texto de introdução. "Traz o blues, o gospel e o rockabilly que vieram antes, transformados pela necessidade de dizer algo novo e alto, agora.
Rock and roll é o som da independência por meio século. E a guitarra continua sendo a sua voz essencial e libertadora. Esses são os 100 motivos." "Johnny B. Goode", composta por Chuck Berry em 1958, encabeça a lista. Em segundo lugar, ficou "Purple haze", de Jimi Hendrix (1967). "Crossroads", do Cream (1968), vem em seguida.
Confira abaixo as 15 primeiras músicas eleitas pela revista.
1- "Johnny B. Goode" - Chuck Berry (1958)
2- "Purple haze" - The Jimi Hendrix Experience (1967)
3- "Crossroads" - Cream (1968)
4- "You really got me" - The Kinks (1964)
5- "Brown sugar" - The Rolling Stones (1971)
6- "Eruption" - Van Halen (1978)
7- "While my guitar gently weeps" - The Beatles (1968)
8- "Stairway to heaven" - Led Zeppelin (1971)
9- "Statesboro blues" - The Allman Brothers Band (1971)
10- "Smells like teen spirit" - Nirvana (1991)
11- "Whole lotta love" - Led Zeppelin (1969)
12- "Voodoo child (Slight return)" - The Jimi Hendrix Experience (1968)
13- "Layla" - Derek and the Dominos (1970)
14- "Born to run" - Bruce Springsteen (1975)
15- "My generation" - The Who (1965)

Revista lista as maiores gafes do mundo da música

O caçador de talentos que rejeitou os Beatles foi considerado por muito tempo como responsável pela maior gafe na história do sector de música. Mas o erro bilionária de Dick Rowe foi superado, na lista da revista "Blender" sobre "os 20 maiores erros das gravadoras em todos os tempos", pelo fracasso do sector em aproveitar a internet.
As grandes gravadoras conquistaram a desonra ao forçar o serviço de troca de arquivos Napster a sair do mercado, em 2001, em lugar de descobrir uma maneira de ganhar dinheiro com as suas dezenas de milhões de usuários. Os praticantes de downloads simplesmente se espalharam por centenas de outros sites, e o sector está em queda livre desde então.
"A campanha das gravadoras para impedir que a sua música fosse distribuída gratuitamente via internet era o equivalente a tentar deter um furacão com uma rolha - mais de um bilhão de arquivos são trocados por mês em redes de troca de arquivos", afirmou a "Blender" na sua reportagem.

Beatles? Não, obrigado
Rowe ficou em segundo lugar por recusar os Beatles, depois que a banda, despreparada, realizou uma audição desastrosa em 1962. O empresário dos Beatles, Brian Epstein, mais tarde contaria que o executivo da Decca Records lhe havia dito que "grupos com guitarras estão a sair da moda", comentário que Rowe sempre negou ter feito. Ele posteriormente assinaria com os Rolling Stones.
O fundador da Motown, Berry Gordy, ficou em terceiro lugar, porque vendeu a gravadora das Supremes e de Marvin Gaye, que na época estava a perder dinheiro, por cerca de US$ 60 milhões, em 1988.
No ano seguinte, a A&M Records seria vendida por cerca de US$ 500 milhões. E David Geffen recebeu cerca de US$ 700 milhões em 1990 pela Geffen Records. Gordy, porém, manteve os direitos autorais sobre o catálogo da sua gravadora.

A lenda do Guns N' Roses
A Geffen Records aparece duas vezes na lista: em 11º lugar, por processar Neil Young nos anos 1980 alegando que a música que ele vinha gravando era pouco comercial, e em 12º por investir supostos US$ 13 milhões num álbum do Guns N' Roses que ainda não saiu, depois de mais de uma década de trabalho.
Outros ocupantes da lista da vergonha incluem a Columbia Records, em 10º lugar, por ter dispensado Alicia Keys e 50 Cent antes que estes fizessem sucesso, e a Warner Bros. Records, por um contrato de us$ 80 milhões com o grupo R. E. M., em 1996, que só lhe trouxe prejuízo.(X)




Piano em que Elton John compôs "Breaking my heart" vai a venda

O piano no qual Elton John ensaiou "Don't go breaking my heart", dueto com Kiki Dee que chegou ao topo das paradas britânicas, estará à venda no próximo mês, por até US$ 88.970.
O Steinway foi fabricado em Hamburgo em 1971 e enviado a Londres, onde foi comprado pelo cantor, que o colocou na sua casa em Windsor.
"Não tive muitos pianos na vida e pianos particulares têm memórias especiais", disse Elton John.
"Foi uma época maravilhosa - o enorme sucesso nos Estados Unidos, as digressões, produzir um disco mais ou menos a cada dois anos. Simplesmente incrível!".
O piano vai ser vendido na casa no dia 18 de junho, juntamente com outro piano de Elton John - um Steinway preto fabricado nos Estados Unidos em 1971, comprado para a sua casa em Beverly Hills. Juntos, os dois devem ser vendidos por um total de 35 mil libras.
Outros itens à venda incluem pôsteres de filmes e shows, capas de disco autografadas, ingressos para shows, figurinos, instrumentos musicais e fotos.(X)

Livro de fotos retrata transformações no Afeganistão

O fotojornalista irlandês Seamus Murphy lança esta semana um livro que reúne imagens feitas nos 12 anos que passou a fotografar o Afeganistão.
Intitulado A Darkness Visible (A Escuridão Visível, em tradução literal), o livro traz fotos do quotidiano do país durante os anos de guerra civil, passando pelo regime Talibã, de 1996 a 2001, até as eleições em 2004.
Murphy preferiu não incluir no livro apenas as cenas violentas, procurando destacar fotos de trabalhadores rurais descansando após o trabalho, de um pai que segura a filha momentos antes de um ataque, de crianças e afegãos em momentos de descontração.
O fotógrafo tornou-se reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho no Afeganistão e no Médio Oriente. Em 2004, a sua exposição Afeganistão foi visitada por mais de 10 mil pessoas em Londres.
Murphy já foi seis vezes vencedor do prêmio World Press Photo, a principal premiação para o fotojornalismo mundial.
O livro A Darkenss Visible está a ser publicado pela editora Saqi Books.(X)

Ex-guitarrista do Kiss não cogita voltar a se reunir com a banda

O ex-guitarrista do Kiss, Ace Frehley, descartou a possibilidade de se unir à sua ex-banda em uma digressão que marcaria o seu regresso, planejda para acontecer no final deste ano. Como justificação, Frehley alegou ser muito velho para usar maquiagem e voltar a saltar de lá pra cá no palco.
O guitarrista disse que “nunca devemos dizer nunca”, mas que a sua volta ao “Kiss” é muito improvável: "Não vejo que isso possa acontecer. Nunca diga nunca, mas acabei de fazer 57 anos e não me vejo a saltar no palco com calças justas e maquiado, como uma criança. Fisicamente não posso fazer isso de novo. Na última digressão de reunião vi alguns vídeos e senti que parecíamos cansados. Acho que talvez fosse melhor colocar essa parte do Kiss a dormir".
Frehley deixou a banda em 1983, voltou em 1996 para a primeira turnê de reunião, mas recusou o convite em 2001 para se concentrar na carreira solo.(X)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

No turbulento mês de maio de 1968, a música teve um dos seus momentos de ouro

1968 pode não ter representado um divisor de águas na música internacional como 1967, ano da inovação trazida pelos Beatles em "Sgt. Pepper's lonely hearts club band", ou os dias de 1977 da explosão do punk. Mas trouxe artistas dentro de sua maturidade criativa e obras extraordinárias, caso dos mesmos Beatles com o "Álbum Branco" ou Jimi Hendrix e o seu ambicioso "Electric ladyland". Estes dois álbuns, considerados actualmente peças fundamentais na história do pop, são apenas os primeiros de uma fila de discos que foram lançados em 1968 e permanecem relevantes até hoje.
O ano de 1968 foi agitado em todo o mundo. Nos Estados Unidos havia movimentos pacifistas (contra a guerra do Vietnam) e contra o racismo. Na Europa, estudantes rebelaram-se contra as autoridades.

Stones e Beatles
De uma forma geral, o período trouxe obras que têm repercussões ainda presentes. Os Rolling Stones lançaram "Beggars banquet", considerado uma volta à forma após a tentativa de embarcar na onda da psicodelia, e também trouxeram como compacto a poderosa "Jumpin' jack flash". Os Beatles também fizeram um movimento similar, com "Hey Jude" no lado A e "Revolution" no lado B, faixa em que Lennon declarava que "todos nós queremos mudar o mundo".
Foi o ano também em que Simon & Garfunkel gravaram a trilha sonora de "A primeira noite de um homem", alavancada por "Mrs. Robinson", que Elvis Presley fez num retorno triunfal num especial de fim de ano, salvando uma carreira em declínio, e quando o Led Zeppelin se formaria para se tornar poucos anos mais tarde "a maior banda do mundo". 1968 foi o período em que os grandes nomes já haviam experimentado bastante (em vários sentidos) e agora já tinham uma noção mais bem definida de quais caminhos poderiam tomar - mesmo que isso acontecesse de forma mais instintiva ou inconsciente.
Ideologicamente, as duas principais bandas da época se encaminhavam para lados diferentes. Lennon falava em paz, depois de uma temproada na Índia, e Mick Jagger se empolgava com a rebelião nas ruas. A já citada "Revolution", dos Beatles, dizia que "quando você fala sobre destruição, você já não pode contar comigo". Jagger escreveu os versos de "Street fighting man" (algo como homem das lutas de rua) inspirado na turbulência política de 1968.
A Guerra do Vietnam também já motivava pessoas, em pleno ápice do movimento hippie e da contracultura, o que estimulou uma série de composições de protestos.
E no Brasil, como foi?
Maturidade não era exactamente a palavra que vinha instantaneamente à cabeça quando era necessário descrever o que se passava no Brasil de então. Era uma época de experiências e de controvérsia quanto a qualquer tipo de proposta.
A jovem guarda entrava em decadência, mas Roberto Carlos brilhava cada vez mais como estrela - seria o vencedor do festival de San Remo, na Itália -, e logo não se vincularia a qualquer grupo específico. Dentro de pouco seria coroado como o maior cantor do país.
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Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores (Caminhando)
Geraldo Vandré
Caminhando e Cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e Cantando e seguindo a canção
[refrão:]
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordoes
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
[refrão]
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quarteis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

[refrão]
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a historia na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
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Os festivais
Mas a grande efervescência estava nos festivais e na chegada do movimento tropicalista. Os fãs da música e os militantes políticos envolviam-se em embates durante as eliminatórias. A ditadura militar engrossava o chumbo e havia muita agitação, divisão e patrulha ideológica.
Caetano Veloso e os Mutantes conclamavam "É proibido proibir", e dois nomes hoje institucionalizados da música brasileira, Chico Buarque e Tom Jobim, eram vaiados porque sua "Sabiá" era escolhida pelo júri do Festival de 68 em detrimento da engajada "Pra não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré.
Era também a época em que a guitarra elétrica na música brasileira foi considerada uma heresia para muitos, tornando o tropicalismo, com a sua união de brasilidade e não-brasilidade, motivo de discórdia. Outros viam neles falta de engajamento político.(X)

O acordo ortográfico

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Com a aprovação pelo Parlamento de Portugal - por ampla maioria de 230 votos a 3, apesar dos protestos liderados por intelectuais daquele país -, o acordo que unifica a ortografia em todos os países de língua portuguesa, já aprovado pelo Brasil, vai finalmente tornar-se realidade. Mas não imediatamente. Em Portugal isso acontecerá dentro de um período de adaptação de seis anos, e no Brasil, em três anos, a partir de 1 de janeiro de 2009.
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O longo tempo necessário para vencer as resistências - o acordo foi assinado em 1990 - não tem relação com as mudanças, que a rigor são modestas. Por exemplo, no que se refere às mudanças da língua em Portugal, desaparecem o "c" e o "p" mudos, em palavras como acção, adopção e óptimo. Com excepção dos nomes próprios derivados, o trem deixa de existir. O hífen não será mais usado quando o segundo elemento começar com "r" ou "s". O acento circunflexo não será usado em palavras terminadas com hiato "oo", como em voo e enjoo, e o acento agudo em palavras terminadas em "eia" e "oia", como ideia e jiboia. Apesar do alcance limitado da reforma, haverá excepções. Os portugueses continuarão a escrever "António" e "género" com acento agudo, e os brasileiros, com circunflexo. Será mantido o "c" de "facto" em Portugal, porque lá "fato" é roupa.



Por isso, do ponto de vista puramente linguístico - a reforma tem outras dimensões que é preciso considerar -, é difícil compreender a resistência que ela encontrou em Portugal. Como a norma escrita em Portugal terá 1,42% das suas palavras mudadas e a do Brasil apenas 0,43%, os mais extremados chegaram a falar em submissão a "interesses brasileiros". A opinião do deputado lusitano Mota Soares expressa bem esse sentimento: "A língua portuguesa é o maior patrimônio que Portugal tem no mundo." O problema é que essa língua, em consequência da epopéia da expansão portuguesa, há muito deixou de ser patrimônio exclusivo de Portugal - tal como o inglês, o espanhol e o francês deixaram de pertencer apenas à Inglaterra, à Espanha e à França. Churchill, numa de suas tiradas famosas, disse que os ingleses e os americanos eram dois povos separados pela mesma língua. É natural e inevitável que a "mesma língua" tenha experimentado mudanças ao ser transplantada para a América. Essas mudanças não impedem que ela continue essencialmente a "mesma", seja o português do Brasil, o inglês dos norte-americanos, o espanhol dos hispano-americanos ou francês dos canadianos do Quebec.



Os brasileiros e os outros povos de língua portuguesa só têm a ganhar com a disciplina e o rigor que ela tem em Portugal. Desde que se evite a tentação de fazer com que essa disciplina e esse rigor sufoquem as características ditadas pela evolução da língua fora do ambiente original português. Não é realista recusar a contribuição dos 190 milhões de brasileiros - no total, o português é falado por 230 milhões de pessoas - para a língua, como acabou por reconhecer sensatamente o Parlamento português.



O acordo é na verdade mais importante do ponto de vista político - e também do dos negócios - do que do linguístico, embora este tenha provocado mais barulho. Ele deve permitir o fortalecimento dos países de língua portuguesa nos organismos internacionais. Não por acaso, um dos principais argumentos utilizados pelos defensores do acordo foi justamente o de facilitar a redacção de documentos internacionais em português. É evidente que grafias diferentes dificultam a aceitação de tratados e acordos, que com elas não podem conviver, pois tanto quanto possível têm de evitar imprecisões e ambigüidades.



Finalmente, a unificação ortográfica, apesar de acanhada, cria boas oportunidades de negócios para as editoras brasileiras e portuguesas. A presidente da Câmara Brasileira do Livro, Rosely Boschini, acha que se abre um novo mercado para as editoras brasileiras, o dos países africanos lusófonos, até aqui amplamente dominado por Portugal. Mas é bom não esquecer que os portugueses têm grande tradição e experiência nesse ramo de negócios e vão, com certeza, não apenas defender a posição dominante que têm na África, como tentar conquistar fatias do mercado brasileiro. Será uma concorrência acirrada e saudável. (X)



In: "Opinião" (28/05/08) http://www.estadao.com.br/

Sharon Stone define terremoto na China como "punição divina"

LOS ANGELES - Os filmes de Sharon Stone correm o risco de serem boicotados na China, isso após as polêmicas declarações da actriz, que numa entrevista concedida no Festival de Cannes e publicada no site hollyscoop.com definiu a tragédia do terramoto em Sichuan como um evento "interessante", ocorrido como uma espécie de "punição divina" em resposta à repressão chinesa no Tibete.
Sharon Stone disse também que o terramoto que atingiu o oeste da China no último dia 12 de maio, causando mais de 68 mil mortes, foi o efeito de um "karma desfavorável".
"Após ter visto a violência e o sangue no Tibete questionei-me e não conseguia entender. Depois houve o terramoto e então percebi que se tratava de um karma (o princípio que nas filosofias orientais regula a vida do universo)", disse a atriz.
Segundo Sharon, o terramoto não teria sido nada mais que uma punição merecida aos chineses por terem sufocado as reivindicações dos monges budistas.
A resposta da China veio logo em seguida, com os jornais, as televisões e a opinião pública criticando duramente a actriz de 50 anos e defendendo o boicote dos seus filmes.
Alguns replicaram que, com base na filosofia, também o tsunami de 2004 e os ataques de 11 de setembro de 2001 deveriam ser simplesmente um karma desfavorável. Outros, por sua vez, disseram que até mesmo Dalai Lama deve estar envergonhado com o que Sharon Stone disse.(X)

Tecladista do The Doors fará documentário sobre a banda

LOS ANGELES - Ray Manzarek, ex-teclista da banda norte-americana The Doors, revelou que está a produzir um documentário sobre a banda para se contrapor a The Doors (1991), do director Oliver Stone e com Val Kilmer no papel do vocalista Jim Morrison.
Segundo Manzarek, no filme de Stone o grupo aparecia excessivamente sério, motivo pelo qual o músico sempre declarou não se identificar com a visão do director.
O novo documentário promete, por sua vez, revelar a verdadeira história da banda composta por Morrison, Manzarek, Johnson Densmore e Robbie Frieger.(X)

Lápide de Shakespeare passará por reparos apesar da maldição

(Túmulo de Shakespeare na igreja da Santíssima Trindade)
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LONDRES - A lápide onde estão sepultados os restos do dramaturgo William Shakespeare, na Inglaterra, passará por reparos, apesar da inscrição no seu epitáfio que adverte para uma maldição que cairá sobre quem se atrever a movimentá-la.
O túmulo do "Bardo" será reparado como parte de uma reforma na igreja da Santíssima Trindade, na localidade de Stratford-upon-Avon, onde nasceu o escritor, anunciaram nesta quarta-feira, 28, as autoridades responsáveis pelo templo.
A lápide, a qual os arquitectos afirmam que não será mexida, traz gravada uma inscrição que diz:
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"Bendito seja o homem que não incomode estas pedras / E que a maldição esteja com quem movimentar estes ossos".
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Aparentemente, foi o próprio escritor inglês - baptizado em abril de 1564 e enterrado 52 anos depois nesta igreja - que escreveu estas linhas antes de morrer. A advertência do Bardo ajudou a manter a sua lápide intacta durante quase quatro séculos.
Ian Stainburn, porta-voz da firma de arquitectura Stainburn Taylor, encarregada dos trabalhos de reparação do templo, afirmou nesta quarta que os restos do escritor não serão tocados.
"Evitaremos a maldição", disse Stainburn, explicando que a lápide precisa ser reformada por causa dos danos decorrentes da passagem do tempo.(X)

Dólar valorizado

Visitantes de museu em Viena observam nesta quarta-feira a maior e mais valiosa moeda de ouro já produzida, com uma das faces trazendo a folha símbolo do Canadá. A peça possui um diâmetro de 45 cm e pesa 100 kg. Ela está avaliada em 2 milhões de euros.(X)

A MODA ESTÁ MORTA

"A moda está morta", foto do espanhol Luis Sanchís, é uma das atrações do 8º Festival de Moda e Fotografia, que será aberta durante o Campeonato Europeu de Futebol/2008, em Viena, na Áustria
Foto: EFE

Agora sim: Juiz do Malawi permite que Madonna adopte David Banda

LILONGWE - Um tribunal do Malawi decidiu nesta quarta-feira que Madonna poderá adoptar David banda, o menino que conheceu num orfanato do país, disse o advogado da cantora norte-americana.
"Estamos muito felizes com a decisão do juiz. É um juízo bonito e positivo que terá um impacto nas leis de adopção do Malawi", disse o advogado Alan Chinula.
A Comissão de Direitos Humanos do Malawi foi contra o processo de adopção, que começou em 2006. David Banda, agora com 3 anos, vive em Londres com Madonna e o seu marido, o director de cinema Guy Ritchie.
A mãe do menino morreu logo depois de dar à luz. O pai aprova a adopção.
O juiz da Alta Corte deu o veredicto no seu gabinete em Lilongwe, na companhia de advogados.
A adopção de David Banda despertou polêmica devido às críticas feitas ao governo, que teria se desviado das leis que proíbem que estrangeiros adoptem crianças do Malawi.
Madonna disse na semana passada que tem sido difícil lidar com a polêmica, mas ela estava feliz por estar envolvida num caso que pode aumentar o número de adopções no país, onde uma epidemia de Sida matou os pais de mais de 1 milhão de crianças.
Chinula acrescentou que o veredicto também indica que o Malawi deve acelerar as emendas às leis que proíbem a adopção por estrangeiros. O governo providenciou um documento que faz de Madonna uma excepção.(X)

Torre de Pisa está segura por mais 300 anos, diz especialista

ROMA - A torre inclinada de Pisa foi estabilizada com sucesso e está fora de perigo por pelo menos 300 anos, disse um engenheiro que vem monitorando a conhecida atracção turística italiana.
"Todas as nossas expectativas se confirmaram", disse ao jornal italiano Corriere della Sera o engenheiro e geólogo Michele Jamiolkowski.
A inclinação da torre - um desvio de cerca de 4 metros do vertical - vem se mantendo estável nos últimos anos, depois de um grande projecto de engenharia encerrado em 2001 ter corrigido a inclinação em cerca de 40 centímetros com relação a como estava em 1990.
"Agora podemos afirmar que a torre pode descansar em paz por pelo menos 300 anos", disse Jamiokolwski ao jornal em artigo publicado na quarta-feira.
A partir de 1990, quando estava a inlinar-se ao ritmo de um milímetro por ano, até dezembro de 2001, a torre passou quase 12 anos fechada aos visitantes. Durante esse período, ela passou por um projecto de consolidação e restauração.
Símbolo arquitetônico da Itália que é internacionalmente reconhecido, tanto quanto o Coliseu romano, a torre de 14 mil toneladas foi construída em várias etapas entre 1174 e 1370.
Depois de construídos vários andares, ela começou a inclinar-se, devido à instabilidade do solo. Num primeiro momento, os construtores usaram pedras trapezoidais para devolver a estrutura à verticalidade, mas ela continuou a inclinar-se.
Durante a fase de estabilização do projecto, que terminou em 2001, a torre foi amarrada a cabos, enquanto cimento era injectado para aliviar a pressão sobre o solo. Hoje a inclinação da torre voltou ao que era em 1700, e a construção é considerada segura.
Ao longo dos anos, as autoridades declararam que não pretendem endireitar a torre, já que isso prejudicaria a sua característica singular que a leva a ser uma atracção turística.
Consta que o astrônomo Galileu Galilei, submetido à Santa Inquisição por acreditar que a Terra girava em torno do Sol, teria usado a torre, situada na sua cidade natal, para fazer experiências com a gravidade.(X)

Com negativos originais destruídos, "O Dragão da Maldade" foi recuperado com cópia francesa e áudio vindo de Cuba

RIO - A versão restaurada de "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" foi exibida pela primeira vez no festival Cine Ceará no ano passado. O complexo processo de recuperação do negativo do filme levou quase quatro anos: batalha que Paloma Rocha chegou a pensar ser impossível de vencer.
-A gente nem imaginava que ia conseguir. "Terra em transe" foi muito complicado porque foi o primeiro filme que nós restauramos, mas "O Dragão da Maldade..." foi muito mais precário. O resultado está aí - revela.
Os negativos originais do filme foram destruídos há 35 anos num incêndio no Laboratório GTC, em Paris. No Brasil, só havia preservado um negativo de câmera, com um granulado muito forte, o que impossibilitava o uso da imagem. Uma cópia francesa, dobrada, foi usada como base, enquanto o áudio foi recuperado a partir de outro negativo que estava em Cuba. Para juntar as duas pontas, a restauração foi completamente feita na Inglaterra, no Laboratório Prestech, com curadoria de João Sócrates Oliveira e supervisão de Affonso Beato, director de fotografia do filme.
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"Restaurar é colocar pequenas próteses para aquilo ganhar vida de novo. É como cirurgia plástica. Às vezes é melhor deixar um pequeno defeito do que usar muitos artifícios e o resultado não ficar natural "
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- São os adventos da tecnologia. O Beato usava uma fotografia que foi chamada de Tropicolor, hipersaturada, que foi desbotando com o tempo e é muito difícil de recuperar. A versão brasileira do filme tinha cenas censuradas. As outras cópias tinham cenas a mais. Foi preciso levar tudo em consideração - explica.
O resultado final é um trabalho de mestre.
- Restaurar é colocar pequenas próteses para aquilo ganhar vida de novo. É como cirurgia plástica. Às vezes é melhor deixar um pequeno defeito do que usar muitos artifícios e o resultado não ficar natural.
Apesar do renovado interesse pela obra de Glauber, ainda não há perspectiva para que as novas gerações possam assistir numa tela de cinema o filme que é considerado sua maior obra prima. "Deus e o Diabo na Terra do Sol" ganhou uma restauração digital para ser lançado em DVD em 2003, mas possui apenas duas cópias em negativo, que estão em estado muito precário.
- Temos a intenção de levar "Deus e o Diabo" para o cinema, mas por enquanto só é viável para digital. Não temos condições de colocar o filme em película: fazer uma cópia custa 200 mil reais. Para restaurar o negativo são mais 700 mil reais - alerta Paloma, que não esconde a ansiedade por este processo, apesar dos custos: - É urgente.(X)

David Gilmour: Pink Floyd pode se reunir de novo, mas não fará digressão

David Gilmour, cantor e guitarrista do Pink Floyd, disse que os integrantes originais da banda podem se reunir novamente para um show no futuro. Mas descartou as chances de uma digressão.
- Quem sabe? Quem sabe sobre o futuro? Eu não disse "não" para a possibilidade (de reunião) mas acredito que qualquer tipo de junção por um período maior não irá acontecer. Fizemos um show único e provavelmente foi suficiente pra mim, mas veremos. Na minha incrivelmente avançada idade, adquiri o direito de sentar por um tempo e pensar no que fazer a seguir.
Os quatro membros da mais famosa encarnação do Pink Floys - Roger Waters, Nick Mason, Rick Wright e Gilmour - se reuniram uma vez, para o Live8, em 2005.(X)

Shirley Bassey faz operação de emergência

A cantora inglesa Shirley Bassey, que ficou famosa nos anos 1960 e 70 cantando temas dos filmes de James Bond, como "Diamonds are forever" e "Goldfinger", está a recuperar de uma operação no estômago, feita de emergência, em Mônaco.
Não foram divulgados mais detalhes sobre o estado de saúde da cantora, apenas um boletim, que diz que ela está bem e a recuperar rápidamente, segundo os médicos.(X)

A cada cem modelos, apenas duas são negras

Pesquisa divulgada pelo World Wide Trend mostrou que em desfiles e campanhas publicitárias, em cada cem modelos, apenas duas são negras.
Um dos dirigentes do observatório, o estilista italiano Alviero Martini, resolveu corrigir este déficit organizando um desfile em Milão com 44 modelos negras, 24 de origem brasileira e 20 de origem africana.
Martini acusa ainda grifes e agências de modelos de clarearem a pele das modelos negras em fotos e books, e a tendência tende a piorar, segundo a pesquisa que acompanhou 60 testes internacionais entre 2007 e 2008.
"As modelos negras são raríssimas tanto nos desfiles quanto nas revistas. Desse modo, a moda acaba refletindo uma sociedade homogênea que é falsa", desabafa o estilista italiano.
Segundo a agência de modelos Mode Black, situada em Paris, modelos negras só conseguem encontrar trabalho na Inglaterra e na Itália.(X)

Vítimas da xenofobia na RAS: Ajuda Externa? NÃO OBRIGADO

Assim mesmo, sem papas na língua: “Não precisamos da ajuda externa” e “só em caso de desespero total”.
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Quem assim falou foi Oldemiro Baloi, o titular da pasta dos negócios estrangeiros.
Baloi não podia ter sido mais contudente.
É que, segundo ele, algumas entidades não específicadas – se governamentais ou não, se nacionais ou estrangeiras, não o referiu – apressaram-se a acenar ao governo moçambicano com os seus préstimos para ajudar as milhares de vítimas da violência contra estrangeiros, entre os quais moçambicanos, na África do Sul.
Baloi, pelo que depreendi, quiz dizer que os moçambicanos, tal como aconteceu nas últimas cheias no centro do país, têm que se valer a si próprios, com as poucas mas nossas capacidades, para mitigar os desastres naturais ou fenómenos nefastos como estes que temos vindo a viver nos últimos dias.
Quer dizer: a vergonha da “mão estendida”, ou de “estou pidir” já não pode ser tolerada entre nós. Basta.
Esgotemos primeiro as nossas possibilidades internas e só depois, e se fôr o caso, é que pediremos ajuda dos outros. Outros que, se o desejarem, podem muito bem doar o que quer que seja, sem que para tal os moçambicanos o tenham solicitado. Afinal, qualquer ajuda, nunca é demais.
Está aí mais um exemplo da auto-estima que os moçambicanos devem, nos dias de hoje, desenvolver. Uma auto-estima que, infelizmente, anda muito por baixo em vários sectores da nossa sociedade, na contra-mão do que o actual governo prega: Sermos nós próprios e não moçambicanos de plástico, virtualmente conectados com valores e símbolos que nos não identificam como um povo e, o que é pior, a aceitar que produtos culturais que serviram para nos alienar no passado estejam a hoje a ser deliberadamente branqueados. Até em meios que, pelo seu estatuto público, deviam estar na liderança da afirmação da nossa moçambicanidade. Os “Gloriosos” feitos àguias ou os “Tripeiros” nas entranhas dos dragões, sabem do que estou a falar...
Voltando à vaca fria, e ainda a propósito da chamada “ajuda externa”, não deixaria de chamar a atenção para um caso caricato que se deu algures num distrito da província de Sofala, aquando das últimas cheias. Noticiado pela Rádio Moçambique, mesmo assim passou despercebido: uma organização estrangeira abandonou à sua sorte e até a morte uns tantos sero-positivos a quem apoiava com anti-retrovirais. Interrompeu a sua acção, saiu a correr do distrito, mobilizou-se para ajudar as vítimas das cheias e, os seropositivos abandonados, desprovidos dos “cocktails” foram minguando, minguando, até sucumbir. Um a um, dia após dia.
Dá para concluir: há gente, nacional ou não, que mais se parece com abutres esvoaçando os nossos céus a perscrutar algum sinal de calamidade natural para, em caso disso, acenarem: “estamos aqui para vos ajudar”. Dá para perguntar: quanto nos custa essa boa vontade?
Ouvinte, aí é que a porca torce a cauda.(X)

Estátua de Che Guevara "Passeia" por Buenos Aires

BUENOS AIRES – Nas vésperas da data em que se assinalam os 80 anos do nascimento de Che Guevara, uma gigantesca estátua do guerrilheiro argentino "passeou" nesta terça-feira, 27, pelas ruas de Buenos Aires.
A estátua tem 4 metros de altura e pesa 3 toneladas. Depois da sua passagem por Buenos Aires, ela será transportada para a cidade de Rosário, terra natal do guerrilheiro.
O trabalho foi feito a partir de doações de 75 mil chaves e pequenos objectos de bronze oferecidos por mais de 14 mil pessoas ao escultor André Zerneri.
Centenas pessoas acompanharam o trajecto da estátua pelas ruas da capital argentina.
No dia 14 de junho, a escultura será instalada numa praça de Rosário, a 300 km de Buenos Aires.(X)

Herbie Hancock: O Grammy e a influência de Milton Nascimento

SÃO PAULO - Um dos mais versáteis pianistas e compositores da história do jazz, Herbie Hancock, vencedor do Grammy em 2008 de melhor álbum do ano com o disco "River: The Joni letters", deu uma lição de vida na conferência de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira em São Paulo. Elogiou os artistas que buscam excelência em vez de fama e dinheiro, discursou em defesa do meio ambiente e defendeu a inovação, seja na arte ou na política.
O artista perdeu as contas do número de vezes em que já esteve no Brasil - "7 ou 8 vezes" - a primeira delas há 40 anos, na sua lua-de-mel, quando conheceu Milton Nascimento, com quem desenvolveu uma duradoura parceria.
Os brasileiros amam a música e a história do jazz é inerente à história da música brasileira. Vou apresentar minhas músicas do meu novo disco, além de clássicos com novos arranjos. Esta comigo uma excelente cantora, além de um guitarrista africano que o público vai adorar. Estou ansioso por tocar no Brasil” - disse Hancock.
O músico elogiou muito os avanços brasileiros na utilização de biocombustíveis.
"Hoje em dia as pessoas se importam mais com a fama e a fortuna, mais pelo que podem tirar da arte do que com o que podem doar "
Sei também que vocês tem petróleo e não precisam comprar do Médio Oriente. Talvez um dia, com as novas descobertas, vocês vendam petróleo para os Estados Unidos. Mas nós nos EUA não temos etanol. Espero que algum dia cheguemos lá. Queria ver o dia em que o hidrogênio seja usado como fonte de energia - disse. - Vocês não estão a olhar apenas para um músico. Estão a ver um homem de 68 anos que se importa com mundo. Um homem muito diferente do que esteve no Brasil há 40 anos, que queria se divertir, aproveitar a lua-de-mel e conhecer a música brasileira” - lembrou.
Herbie Hancock disse que enlouqueceu na época ao ouvir Milton Nascimento tocar e cantar.
Eram músicas tão maravilhosas e de tanta sensibilidade. Eu não entendia as letras, mas imaginava a sua beleza. Foi o começo de uma relação muito longa com Milton e com o Brasil. De muitas maneiras pode-se dizer que Milton captura a alma do Brasil, assim como Tom Jobim, que também tive a chance de conhecer” - disse o pianista, acrescentando que a harmonia e a sensibilidade da música brasileira o influenciaram.
Entusiasmado, o músico disse que o jazz tem um valor infinito, pois tem a ver com a liberdade do ser humano.
Os músicos improvisam e compartilham, em vez de competir entre si. Não entramos nesta carreira para ser famosos ou ganhar dinheiro. Fazemos porque gostamos”.
Sobre vencer o Grammy de melhor álbum do ano, Herbie Hancock se disse surpreso até mesmo por ter sido indicado.
"Até ser nomeado foi surpreendente. Ninguém imaginou que eu tivesse qualquer chance de ganhar. Quando anunciaram o meu nome, ouvi, mas não registei. Instantes depois caiu a ficha. Olhei para o meu produtor e ele estava tão atônito quanto eu. Foi um momento surreal. Quando subi no palco, senti que não estava sozinho, que representava a todos que buscam a excelência. Hoje em dia as pessoas se importam mais com a fama e a fortuna, mais pelo que podem tirar da arte do que com o que podem doar. Lembrei-me das lições de Miles Davis, com quem tive a honra de trabalhar por cinco anos" - disse, emocionado.(X)

Francis Fukuyama declara voto em Barack Obama

(Para ideólogo do “O fim da história”, Obama encarna possibilidades de mudança)

NOVA YORK - Depois de se afastar da doutrina neoconservadora norte-americana, que ajudou a construir e na qual se ancorou por algumas décadas, o cientista político Francis Fukuyama, conhecido por sua teoria do "O fim da história", vê um futuro no senador democrata Barack Obama, pré-candidato à Casa Branca.
Entrevistado em Sydney pela rede australiana ABC, o cientista político americano de origem japonesa anuncia que, em novembro, dará seu voto ao senador democrata de Illinois.
"Obama encarna as maiores possibilidades de mudança", disse Fukuyama, autor do livro "O Fim da História e o Último Homem", escrito em 1992. O livro defende que o fim do comunismo e o triunfo do liberalismo terminaria com os conflitos políticos na História e culminaria com a hegemonia da democracia liberal em todo o planeta.
Fukuyama explica que não pretende votar no candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, porque "se o seu partido é responsável por um grande fiasco, não se deve premiá-lo com novo apoio".
Segundo o pensador, McCain é o "menos ruim" entre os republicanos, mas "vem de uma escola que coloca ênfase demais sobre os poderes militares como instrumento para alargar a influência norte-americana".
A teoria do fim da história, de Francis Fukuyama, causou polêmica no início dos anos 1990 e foi interpretada como uma justificação para o domínio norte-americano no mundo. Com os ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, o próprio Fukuyama reviu alguns de seus diagnósticos. Um dos ideólogos do pensamento neoconservador nos EUA, a partir de 2003, Fukuyama afastou-se da administração Bush e fez críticas à Guerra no Iraque.(X)

Monumentos em Berlim relembra homossexuais vítimas do nazismo

BERLIM - Os alemães ergueram um monumento para as dezenas de milhares de homossexuais perseguidos pelos nazistas, cujas leis foram usadas para julgar os gays uma geração depois da Segunda Guerra Mundial.
O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, gay assumido, comemorou o memorial de concreto, considerando-o um reconhecimento tardio da repressão aos homossexuais.
Cerca de 50 mil deles foram condenados pelos tribunais nazistas durante os 12 anos do regime de Adolf Hitler. "O monumento consagrado hoje é um recordação dos horrores do passado para todos nós e chama a atenção para o grau da discriminação que existe hoje", disse Wowereit. "Grandes esforços ainda precisam ser feitos antes que a visão de dois homens ou duas mulheres a beijarem-se seja aceite pela sociedade em geral, aqui, em Moscovo ou em qualquer lugar do planeta."
O cubo de 600 mil euros, instalado no parque central de Tiergarten, em Berlim, fica diante do monumento aos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e foi desenhado pela dupla de dinamarco-noruegueses Michael Elgreen e Ingar Dragset. As autoridades nazistas ordenaram a castração dos gays, além de mandar milhares deles para os campos de concentração, onde eram assassinados ou morriam de fome e doenças.
Até 1969, quando os Social Democratas chefiaram o governo pela primeira vez desde a República de Weimar, as leis nazistas continuaram a ser aplicadas nos julgamentos de homossexuais. A Associação e Gays e Lésbicas do país disse que, durante anos, os homossexuais alemães foram isolados da cultura oficial de memoriais e não foram recompensados.
"Memoriais têm de ter consequências", disse um comunicado do grupo. "A reabilitação dos condenados pelas leis nazistas deve ser o próximo passo", disseram.(X)

James Bond, espião mais famoso do mundo, volta em novo livro

“A Essência do Mal”, escrito por Sebastian Faulks, passa-se em 1967 e mostra o espião já envelhecido e ferido
LONDRES - Integrantes dos Marines Reais e um navio de guerra ancorado no Tâmisa montaram guarda nesta terça-feira, 27, para marcar o retorno do mais famoso espião do mundo, James Bond, num novo romance.
A Essência do Mal (Devil May Care) é a mais recente aventura do herói mulherengo e bebedor, criado porIan Flemin e adorado por milhões de fãs em todo o mundo, que o conhecem por 14 livros e uma série de filmes de enorme sucesso comercial. Escrito pelo romancista britânico Sebastian Faulks a pedido dos herdeiros de Fleming, o romance é decorre em 1967 e mostra o espião com licença para matar já envelhecido, vulnerável e ferido, mas com o ímpeto sexual intacto.
A publicação do livro marca o centenário do nascimento de Fleming. Para homenagear o número de código de James Bond, 007, Faulks autografou sete exemplares do livro, que foram levados sob escolta de fuzileiros navais do navio de guerra HMS Exeter até uma livraria no centro de Londres, antes do lançamento do livro, nesta quarta-feira.
Faulks é conhecido sobretudo pelos seus romances passados na Segunda Guerra Mundial, como Charlotte Gray e O Canto do Pássaro.
Ele admitiu que ficou receoso quando lhe pediram que escrevesse como se fosse Ian Fleming. Mas a idéia foi ganhando raízes e Faulks aderiu a ela, imitando o cronograma de trabalho rígido seguido por Fleming e estudando a prosa e as tramas para se inspirar.
"Na sua casa na Jamaica, Fleming tinha o hábito de escrever mil palavras pela manhã, depois fazer mergulho submarino, tomar um coquetel, almoçar no terraço, mergulhar de novo, escrever outras mil palavras até o final da tarde, depois mais alguns Martinis na companhia de mulheres glamourosas", disse Faulks.
"Na minha casa em Londres, segui exactamente a sua rotina, tirando os coquetéis, os mergulhos e o almoço." Faulks retomou a trajectória de James Bond onde Fleming a deixou em 1966 com Octopussy and the Living Daylights, o último dos 14 livros sobre James Bond, que já venderam 100 milhões de cópias desde então.
Tendo escolhido 1967 como data da história, o tema não demorou a surgir: as drogas, assunto em grande medida ignorado por Ian Fleming. O resultado é o ansiosamente aguardado A Essência do Mal, cuja trama ainda está a ser mantida em segredo mas que, diz Faulks, contém ambientes exóticos e prazeres gastronômicos suficientes para agradar aos fãs.
"Escrever este livro de aventura leve foi mais emocionante do que eu previra. Espero que as pessoas desfrutem da leitura... e gostaria que Ian Fleming pudesse considerá-lo digno do espírito aventureiro dos seus próprios livros - logo, um acréscimo aceitável a eles", disse Faulks.(X)

Desenhos de Goya reencontrados serão leiloados em Londres

LONDRES - Três desenhos do mestre espanhol Goya que passaram 130 anos desaparecidos irão a leilão em Londres em julho, com a expectativa de serem vendidos por até 3 milhões de libras (6 milhões de dólares).

Intitulados "Bruxas e Mulheres", "O policial Lampinos costurado dentro de um cavalo morto" e "Arrependimento", os desenhos foram vistos em público pela última vez num leilão de desenhos de Goya realizado em Paris em 1877.
A casa Christie's, que vai leiloar as obras em 8 de julho em nome dos seus proprietários suíços, disse que os desenhos estão em boas condições porque foram guardados longe da luz solar e nunca foram emoldurados.
Descritos como o mais importante grupo de desenhos de Goya posto à venda nos últimos 30 anos, os desenhos serão vendidos separadamente, mas a previsão é que rendam colectivamente entre 2,1 e 2,9 milhões de libras.
Ninguém do mundo artístico sabia onde eles estavam até serem oferecidos à venda. Ainda existe um punhado de outros desenhos de Goya cujo paradeiro é desconhecido. Os três desenhos foram tirados de dois dos cadernos particulares de Goya e ainda estão montados nos quadros usados no leilão de 1877. Dois deles não foram vendidos nesse leilão.
A família suíça que é dona dos desenhos não sabia que estavam desaparecidos e não tem certeza de como os obteve.(X)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Morre o cineasta Sydney Pollack

Ganhador dos Oscars de melhor Filme e Direção por 'Entre dois Amores', Pollack foi vítima de câncer

LOS ANGELES - O premiado director, actor e produtor Sydney Pollack morreu na manhã desta segunda-feira, 26, aos 73 anos. Pollack foi vítima de cancro, segundo informações da agente do director, Leslee Dart.
Pollack morreu em sua casa em Los Angeles. O grande sucesso do director é o filme “Africa Minha” (Out of África, de 1985), com Robert Redford e Meryl Streep, longa-metragem que arrebatou 7 Oscars, entre eles o de melhor Direcção e Filme para Pollack. Foi também foi indicado ao Oscar por “Tootsie” (1982) e “A noite dos desesperados” (1969).
Como actor, Pollack participou em vários filmes, como “De olhos bem fechados” (Eyes Wide Shut), do director Stanley Kubrick. Um dos seus últimos trabalhos, no qual actuou como actor e produtor, foi a longa-metragem “Conduta de Risco”, lançada este ano e que recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme e melhor actor para George Clooney.
No seu premiado “Entre dois Amores”, Pollack conta a história do relacionamento entre o caçador Denis Finch Hatton (Robert Redford) e a baronesa Karen Blixen (Meryl Streep). A proximidade do director com os actores, aliás, favoreceu a criação de um clima mais íntimo entre os personagens, necessário para contrastar com a imensidão africana.
"Foi um projecto que passou de mão em mão por mais de duas décadas, alguns com roteiros medíocres", explicou Pollack em entrevista ao “Estado”. Trata-se do filme mais sentimental de Pollack, cuja expressão maior está na cena que se tornou a marca da obra: o momento em que convida a baronesa para passear num vôo sobre as savanas africanas próximas do local que ela habita, no Quênia.
O passeio marca ainda o início de um novo relacionamento - quando eles se dão as mãos em pleno vôo, o espectador já sabe que aquela mulher casada vai se apaixonar pelo aventureiro sedutor. Uma alteração que acontecerá também na sua vida profissional, pois ela mais tarde se transformará na grande escritora escondida por trás de um pseudônimo masculino, Isak Dinesen.
"Antes mesmo desta versão abortada, o filme já havia sido desenvolvido por David Lean e Orson Welles, que mais tarde abandonariam o barco também", explica. E o director surge com outra revelação: “A Noite dos Desesperados”, um dos seus primeiros grandes sucessos em Hollywood, foi por muitos anos desenvolvido por Charles Chaplin.
Maratona de dança
A “Noite dos Desesperados” é um dos filmes mais elogiados do diretor. Durante a depressão econômica dos anos 30, nos EUA, vários casais participam numa maratona de dança.
A longa-metragem é uma adaptação do romance de Horace McCoy sobre uma maratona de danças durante a crise. Pollack tece uma forte crítica neste que é um dos seus melhores filmes. A sequência da corrida em câmera lenta é dos grandes momentos do cinema da década de 60.
Jane Fonda incorpora a actriz ambiciosa que faz par com um rapaz simplório (Michael Sarrazin). Fonda foi indicada para o Oscar pelo papel, mas quem ganhou o prêmio, como melhor actor coadjuvante, foi Gig Young, que faz de animador da competição.
Comédia
Versátil, Pollack dirigiu drama, suspense, westerns e comédia. Tootsie, um dos seus maiores sucessos, é uma clássica comédia que conta a história de Michael Dorsey (Hoffman), actor perfeccionista que não consegue um papel devido ao seu temperamento. O seu empresário (interpretado pelo próprio Pollack) diz que o seu gênio é um impeditivo para prosseguir na carreira.
Então ele decide vestir-se de mulher e, sob o nome de Dorothy Michaels, consegue um papel numa novela diurna que vira um grande sucesso. O problema é que ele se apaixona por Julie (Jessica Lange), actriz da novela em que trabalha.
Vive, então, um dilema: se ele se declarar, a carreira em ascensão toma a direcção contrária. O filme ganhou o Oscar de melhor actriz coadjuvante (Jessica Lange), outras nove indicações e três Globos de Ouro.
Parceria com Robert Redford
Com o passar dos anos, tornou-se um homem com grande visão de mercado, produzindo obras cuja receita era ideal para abocanhar muitos prêmios e sucesso de público, como “A Firma”, com Tom Cruise e a Intérprete, com Nicole Kidman, ainda que não mais repetisse a sensibilidade de esteta e humanista que mostrou nos seus melhores momentos
Um deles foi “Mais Forte Que a Vingança”, que narra a tragédia na fronteira da civilização. Quando “Dança com Lobos” ganhou o Oscar em 1990, não foram poucos os críticos que lembraram o antecessor do belo western de Kevin Costner. Mais Forte Que a Vingança (Jeremiah Johnson no original), é a obra-prima da dupla Pollack e Redford. É um dos grandes filmes americanos dos anos 70. Com base na lenda de Jeremiah Johnson, que enfrentou sozinho os índios crous, Pollack fez um western em que a consciência supera a força e o tema é o próprio conceito de civilização, com as suas frágeis fronteiras. Mais Forte Que a Vingança ainda acabou por deixar um outro legado para o cinema. Foi feito no mesmo cenário que Redford transformou em reserva ecológica, no estado de Utah, e onde ocorre o Sundance Festival, que incentiva jovens criadores do cinema.
Outro momento marcante de Pollack é com “Nosso Amor de Ontem”, com Barbra Streisand, e Robert Redford. Foi o terceiro dos sete filmes que o director e o actor fizeram juntos (após Esta Mulher É Proibida e Mais Forte Que a Vingança e antes de Os Três Dias do Condor, O Cavaleiro Eléctrico, Entre Dois Amores e Havana). O filme levou os Oscars de trilha e canção. “Nosso Amor de Ontem” cobre mais de 20 anos da vida americana. Começa nos anos 1930 e chega aos 50, tratando do macarthismo. O título da bonita música, cantada por Barbra não poderia ser mais adequado: The Way We Were. O jeito que éramos, o jeito como Pollack era bom.(X)

Paul McCartney recebe título de doutor honorário de música

(Universidade de Yale considera que cantor “despertou” toda uma geração com as suas canções)

WASHINGTON - A Universidade de Yale (Estados Unidos) concedeu a Paul McCartney o título de doutor honorário de música, por considerar que o ex-Beatle "despertou" toda uma geração com as suas canções.
A instituição de ensino afirma que McCartney, de 65 anos, merece este título porque não há ninguém comparável ao compositor.
O músico, refere a universidade, fez com que muitas pessoas escrevessem canções com um som fresco de rock e rhythm and blues.(X)

Novo "Indiana Jones" factura USD$311 milhões em todo o mundo

Só nos Estados Unidos e no Canadá, lucro do filme que traz Harrison Ford como herói foi de USD$151,1 milhões

LOS ANGELES - Indiana Jones e o “Reino da Caveira de Cristal arrecadou US$ 311,1 milhões em todo o mundo, graças aos fãs nostálgicos que levaram os seus filhos para assistir às últimas aventuras de Harrison Ford, disse a distribuidora Paramount Pictures nesta segunda-feira, 26.
O lucro foi de US$ 151,1 milhões só nos Estados Unidos e no Canadá - a segunda maior estréia no feriado do Memorial Day de todos os tempos - e de US$ 160 milhões em 61 outros países, onde foi recorde de bilheteria, disse o estúdio. Entre as bilheterias internacionais, figuram o Reino Unido, com US$ 24 milhões, e a França, com US$ 14 milhões. As vendas de ingressos na França foram impulsionadas pela estréia no festival de Cannes, no último domingo.
Tais resultados foram atingidos "devido ao público de 30, 40 anos. Este público estava animado para ver o filme e levar os seus filhos com eles", disse Rob Moore, presidente do sector de marketing, distribuição e operações da Paramount.
Os lucros são um recorde tanto para a Viacom Inc quanto para o director do filme, Steven Spielberg. Para ambos, o último grande feito foi “Guerra dos Mundos”, cuja estréia arrecadou US$ 202 milhões num número parecido de lugares, durante o feriado de 4 de julho de 2005. Os preços mais altos dos ingressos e a queda do dólar, que beneficia exportadores como os estúdios de Hollywood, ajudaram a bilheteria inicial do novo filme.
Na América do Norte, onde a Paramount diz que dois terços do público tinha mais de 25 anos, a arrecadação de US$ 151,1 milhões só perde de “Piratas do Caribe no Fim do Mundo”, que arrecadou US$ 153 milhões em outro Memorial Day.
O quarto “Indiana Jones” custou US$ 185 milhões e vem 19 anos depois do último filme da série. As críticas variam, mas obviamente não desanimam os fãs. Ford, de 65 anos, continua no papel do arqueólogo. O elenco conta também com os actores Cate Blanchett e Shia LaBeouf. George Lucas, que criou a série em 1981, com “Os Caçadores da Arca Perdida”, é produtor-executivo do novo filme.(X)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Phil Collins anuncia reforma, dos palcos e dos estúdios

(Músico diz que viagens e acomodações luxuosas não compensam o sacrifício de ficar longe da família)
Como artista solo e como membro do grupo Genesis, ele vendeu milhões de discos em todo o mundo, mas o britânico Phil Collins diz ter embarcado no jatinho particular da banda pela última vez.
Depois de uma digressão pela Europa em 2007 na qual tocou sucessos do grupo, incluindo Turn It On Again, Land of Confusion e Invisible Touch, diante de platéias pela primeira vez em 15 anos, Collins parece ter se cansado da vida nas estradas.
"Não vou mais realizar digressões", afirmou ele à Reuters nesta semana. Independente do quão luxuosas sejam as viagens ou as acomodações, o músico diz que isso não compensa o sacrifício de ficar longe da família durante longos períodos de tempo.
"Não podemos reclamar, na verdade. Tivemos hotéis de primeira classe e tínhamos nosso o próprio jatinho. Mas costumávamos viajar durante três meses. Então, a gente saía de viagem e, na terceira ou quarta semana, dava-se conta de que ainda faltavam dois meses para aquilo acabar."
Cantor, compositor e baterista, Collins, que também actuou ao lado de Julie Walters no filme de gângster Buster, está a afastar-se não apenas das digressões, mas também da realização de novas músicas, apesar de se sentir pesaroso por deixar de lado os estúdios de gravação com carácter definitivo.(X)

A Azagaia Nas Mãos de uma Marioneta

... Em microfones diferentes: um em Maputo outro em Lisboa é dito, em dias diferentes, sábado e domingo: a liberdade de expressão em Moçambique corre perigo; a liberdade de imprensa em Moçambique é parcial; que somos o pior país da Africa Austral em matéria de liberdade de imprensa.
Seremos?
E Angola, Zimbabwe, Swazilândia, ...?Um dos exemplos para sustentar a constatação, tanto aqui no Índico quanto no Atlântico: As músicas do Azagaia foram banidas na “rádio de todos nós” porque incomodam o poder.
A ser verdade é grave, mas ... cada caso é um casoEm Maputo se especula que o tal do Azagaia não passa de uma marionete, um instrumento de uns tantos escribas da praça com velhas contas por ajustar com o partido no Poder (ou com algumas das suas figuras de prôa), instrumento a quem entregam letras à Zeca Afonso para desbobinar. “Vá lá, canta lá isto”, dizem ao rapaz que, quem já o escutou, tem a lingua bem afiada. E o coitado, porque necessitado de umas massas para fazer das suas, faz o jogo.(X)

Estou em Casa, Por isso Falo Livremente

... E aos microfones da rádio pública a ladainha repitida até à exaustão fez-se presente. Propalada desde 92, já lá vão quase dezasseis anos: “Em Moçambique não há Liberdade de Imprensa”; “Os jornalistas são mortos por ousarem dizer a verdade”; “Todos os jornalistas estão do lado da Frelimo”.
E depois: “Para eu estar aqui a falar livremente foi graças à luta de dezasseis anos da Renamo”; “Nós (Renamo) é que trouxemos a liberdade de imprensa”.
Ora: há ou não há Liberdade de Imprensa em Moçambique?Eis a mais pura das contradições de uma eloquente perdiz que, aos microfones de uma amordaçada rádio pública, afirma que “Não há Liberdade de Imprensa” para, logo de seguida, em em voo razante, se disdizer ao anunciar que “Para eu estar aqui a falar livremente...”.
Aponta-se, com ironia à mistura, a contradição, não lhe restou outro caminho: “Vou processar”, anuncia, esquecendo-se do que sempre afirmou e reafirmou, ele e os seus comparsas: “todos os juízes em Moçambique estão feitos com a Frelimo”, logo indaga-se: se assim é a queixa só pode ser feita no Tribunal Internacional de Haia.(X)

Imprensa: Liberdade, Libertinagem, Mentiras, Manipulações, Instrumentalizações, etc

Comemoramos, ao longo da semana passada, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Jornalistas de todos os quadrantes, entre sérios e uns nem tanto, “mercenários” outros (como alguém disse), aspirantes com a pena ainda por desvirginar, à mistura com charlatões, boêmios e intelectuais que à todas lá se dizem “pronto” embora de obras nunca se ouviu falar nem ler – tudo isto aprumou-se nas vestes e na linguagem e lado a lado com governantes, acadêmicos, assessores de tudo e mais alguma coisa, era só vê-los a circular pelos corredores de centros e salas de conferências. Para discutir a Liberdade de Imprensa em Moçambique.
De Portugal chegou-nos uma “Estrela” que, de tão cintilante nos iluminou para as maravilhas do Video-Phone e, pomposamente, anunciou um feito só propalado nos mídia lusos e em mais nenhuma parte do mundo, que “Foi a RTP a única a transmitir em directo para o mundo o início do derrube de Saddam Hussein”, como se os principais actores da invasão e seus soldados/jornalistas ainda se encontrassem a deambular pela 54ª avenida.
Depois, como se todos nós fossemos uns coitados aprendizes falou e não disse nada de novo sobre jornalismo investigativo.E nós, quais palermas, queixamo-nos ao patrão: “Não há dinheiro para o jornalismo investigativo”, como se ele fosse o salvador .... Para muitos até é.
Quanto dinheiro deitado fora que, se serviu para alguma coisa, apenas foi confirmar o que há muito desconfiava: ainda somos uns paspalhos provincianos que se deleitam com o que vem da metrópole, as nossas referências estão lá do outro lado do mundo e que, a continuar assim, com os bombardeamentos que nos chegam do famoso canal dos “irmãos da mesma lingua” não falta lá grande coisa para sermos mais uma região autónoma exemplarmente conseguida num arquipélago que sonha em fazer parte da UE mesmo estando no continente dos negros.
E vão conseguir se nos descuidarmo-nos, acreditem.... porque nisso investem.(X)

Aviso Macabro: Nunca Mais Voltaremos a Pegar em Armas

NÃO FALTA MUITO. O 4 de Outúbro está próximo.
Os moçambicanos vão celebrar a Dia da Paz. Uma paz alcançada já lá vão quase 16 anos.
Quando os milhões de moçambicanos já só pensam no erguer o país das cinzas, em guindá-lo para patamares de desenvolvimento minimamente aceitáveis para as suas vidas, sem os horrores da guerra a pairar sob as suas cabeças, ainda se ouve ou se lê uma frase como esta: “Jamais voltaremos a pegar em armas”.
Para um bom entendedor está se perante um aviso macabro: “Não se esqueçam que nós ....”
O povo, esse, está-se maribando, bem se vê e, como só ele sabe, da-nos lições sublimes de amor, paz, harmonia e ... reconciliação entre almas outrora desavindas.
Chibassa foi durante a guerra uma base da Renamo, em Jangamo, Província de Inhambane. A dois kilometros do centro dessa base funcionou um posto avançado dos homens da guerrilha, palco da chacina de centenas dos habitantes da circunvizinhança.“Foi um autêntico matadouro”, relata o jornalista Matias Vilanculos em despacho transmitido no Jornal da Manhã da Rádio Moçambique desta segunda-feira, 5, e no qual ele nos transmite a ideia de que se existe alguém que pensa ainda em retornar à guerra, esse só pode vir dos políticos.
Vilanculos, na sua peça, enfatiza que “hoje, 16 anos depois da guerra, os pacíficos e pacatos cidadãos de Chibassa, que sabiam quem era quem e o grau de envolvimento de cada um na guerra, resolveram apertar as mãos e uniram-se para enterrar condignamente os seus defuntos”.
As ossadas humanas, espalhadas por todos os cantos do povoado, que dificultavam até a lavoura ou que jaziam no fundo dos poços e das lagoas, foram recolhidas e colocadas precisamente no local onde funcionava o posto avançado da guerrilha, hoje transformado em Monumento à Paz e Reconciliação Nacional.
No total foram contabilizados até agora 400 cránios humanos. E ainda há mais por recolher.“Hoje todos falamos de paz, e independentemente do lado em que cada um se encontrava na guerra, não apontámo-nos o dedo”, são palavras proferidas por Filipe Tafula Comé, líder comunitário de Chibassa.(X)

A Solidariedade Que Nos Mata

Há uns anos, quando a pandemia ainda era circunscrita a países longíquos e o tratamento só acessível aos bolsos de uns tantos infectados, a “coisa” pouco ou quase nada nos interessava. Ou não nos dizia respeito.
De dia para a noite, o céu desabou-nos pela cabeça, a pancada atordou-nos por instantes e, teimosamente, continuamos convencidos que estavamos perante um fenómeno engedrado pelos outros – as gulosas farmaceúticas – para, à nossa custa, amealharem mais uns biliões de USD. “É doença de ricos”, diziamos, sustentando a nossa crença no facto de os medicamentos para a maleita serem acessíveis a carteiras bem avantajadas.
Hoje: a Sida é doença da pobreza e afecta milhões de deserdados que pululam aqui e ali a uns poucos kilometros. A “Coisa” começou a ficar preta.
Os anti-retrovirais deixaram de ser caros: a Índia e o Brasil, países ricos na pobreza, mandaram passear os donos das patentes e começaram a “cozinhar” os “Cocktails” para retardar os efeitos letais da Sida. Popularizaram o tratamento.
Em Moçambique, ainda que em números exíguos, são milhares os sero-positivos que estão a beneficiar das mistelas que, para serem eficazes, devem ser acompanhadas por uma dieta alimentar saudável.
O paradoxo, caro leitor, chega-nos do centro do país: 50 sero-positivos que utilizavam no seu dia-a-dia a Neverapina e quejandos, morreram nos últimos trés meses porque ... deixaram de se alimentar convenientemente, uma vez que o “Xikhafu” que recebiam gratuitamente do Programa Mundial de Alimentação foi desviado para as vítimas das recentes cheias e inundações. Isto nos distritos do Dondo, Buzi e Nhamatanda.
Os doadores, muitos dos quais não passam de abutres sempre à cata de catástrofes para, à custa do que chamam solidariedade, ganharem milhões que lhes rendem os poucos milhares que gastam, os doadores escrevia eu, abandonaram os seus doentes à sua sorte (a de morrer) e atiraram-se à turba dos que perderam tudo devido à fúria das aguas.
O confragedor disto tudo é ausência do espírito de auto-estima de muitos moçambicanos que, neste caso particular, morrem por falta de uma dieta alimentar de certo modo menos cara do que os caros “Coktails” importados. O feijão, as papas, os mais variados cereais e verduras estão a dois passos da casa.(X)

Moçambicanos Acuados pelos Malawianos

Na “Incubadora” de mais um conflito de terras em Moçambique dizem-nos as mais frescas notícias que os filhotes verão a luz do dia algures em campos férteis de Dombué, no riquissímo distrito de Angónia, em Tete.
Dão pelo nome de Malawis tornados solidários amigos de moçambicanos que nos terríveis anos da guerra em Moçambique se refugiaram nas estéreis terras de Banda e da Mama Kazamira.
Ora os Malawis, já com os vizinhos antes desavindos e hoje em paz, cobram e, pelos vistos, são bem remunerados: recebem terras e mulheres férteis, cultivam e colhem até dizer basta, produzem filhos e até já tem netos e ... o tio, o irmão, o sobrinho, o vizinho que ficou na outra margem do Chire, todos eles, são convidados a virem instalar-se em Moçambique.
De pequenas porções de terras passaram a comprar – isso mesmo, comprar – cinco, seis, dez e mais hectares, construiram uma, duas, trés, dez .... tantas casas que, de dia para noite, fundaram a sua aldeia: a aldeia dos Malawis na aldeia dos moçambicanos.
Elegeram os seus líderes (normalmente os Pioneiros) porque os nossos Anhakwua (*) não são da sua linhagem geneológica.Um tal Milton Aziz e tantos outros residentes em Dombué acordaram num belo dia e, derepente, se vêem acuados. Já não há como escapar. De todos os lados os rostos são Malawis.
E os nossos Anhakwua que generosamente parceleram as terras e as distribuiram pelos antigos hospedeiros, hoje vêm-se impotentes: é que os pioneiros Malawis, já com filhos e netos gerados em terras moçambicanas, legam as suas porções de terras aos herdeiros e amigos que aos magotes chegam do outro lado de lá da fronteira e ... que fazer?
“Não há problema”, setenceia Cirilo Pilar, representante do estado no Posto Administrativo de Dombué, “até porque de terras férteis Angónia está cheio e dá para todos”. Até para os Malawis.
Até um dia.(X)
(*) Régulos

Matolinhas: Paguem a Dívida à Angela Chin

Aos dois colegas coloquei na “mesa de negociações” duas modalidades de pagamento para o servicinho que lhes acabara de propôr: a um, sessões diárias de copos, durante um mês, em qualquer espelunca do Alto-Maé; ao outro, o desembolso, daí a alguns dias, de 150 mil meticais (hoje 150,00 Mt). Era pegar ou largar, disse-lhes, qual empresario empedernido, embora não passasse de um eterno “tchonado”.
No primeiro caso, o compromisso era fácil de honrar já que, embora “patrão”, participaria das sessões de copos; já no segundo acerto, a coisa era bem mais complicada, uma vez que 150 paus na altura era muita mola e não seria de ânimo leve que se abriria a carteira, coisa alias que não utilizava porque desnecessária para um indigente financeiro.
O António Egídio, homem até hoje dado à vida boêmia e o que ela proporciona a espíritos divertidos como só o dele, nem sequer retincenciou. Foi um fácil “tudo bem brother” e, antes mesmo do arregaçar das mangas, logo na primeira oportunidade desviou-me para o “Galo Verde”, com passagem pelo “Machado” e “Coutinho”, donde saimos já de madrugada a balbuciar qualquer coisa parecida com o mandarim do mais puro.
A Ângela Chin, a quem prometera os 150, até hoje, volvidos quase 12 anos, cobra-me a dívida. Debalde. Não porque não os tenha, mas mais por embaraço perante aquela “charlatinice” que ela, muito divertida, a conta como mais um episódio dos muitos de que a RM é prenhe.
Assim, entre copos de cerveja e uma dívida não liquidada, nasce o “Matolinhas”.
Equipe Técnica: Ângela, Locutora/Monitora; Egídio, Sonorizador/Monitor. Os imberbes Bambia Jr, Mito Chongo e o Mundinho, presunçosamente se auto-designaram de Produtores, Realizadores e Repórteres e tantos outros adjectivos que … enfim.
A 9 de Junho de 1996 o “Matolinhas Zero” é registado em fita magnética, depois de sessenta dias de preparação e cinco horas de gravação e regravações para um produto final de uma hora. Foi um trabalhão pô… O Egídio e a Chin maldiziam a sua sorte e, acredito, proferiam nas minhas costas e nas dos “putos” os mais desbocados impropérios, só não romperam o contrato porque a amizade que nos unia (e nos une) valia o sacrifício.
Um ou dois meses depois acontece o “desmame” e a produção, edição e apresentação do “Matolinhas” é entregue aos que, durante os anos subsequentes, foram mantendo, melhorando e aperfeiçoando o programa. Um lapso de tempo que me foi particularmente penoso e simultaneamente gratificante, durante o qual não raras vezes perdia as estribeiras perante o ânimo leve com que o Bambia Jr, o Mito Chongo e o Mundinho se desinvencilhavam para produzirem e manter o programa e, acima de tudo, fazer com que não falhasse no dia e hora marcada: sábado, 8 horas.
O meu maior receio foi que o Izidine Faquirá – Director da Rádio Cidade que autorizou a existência do programa – se decidisse pela sua eliminação da grelha de programas se falhas houvessem. Uma possibilidade feita naturalmente um pesadelo que me atormentava sobretudo às vésperas do dia e hora da sua transmissão. Mas o projecto sobreviveu até aos dias de hoje, felizmente.
Felizmente? Ora, não é tanto assim porque duas tragédias se nos atravessaram no caminho para que o Lázaro Bamo e seus colaboradores continuassem hoje a missão a que o “Matolinhas” se propôs desde a primeira hora. Uma das tragédias teve lugar antes do nascimento do programa, outra dois anos depois.
A primeira, quiça a mais determinante, foi a morte trágica e prematura em março de 1994 do irmão mais velho do Mundinho, Deodato de seu nome.
O abalo, como é natural, foi enorme: a progenitora do falecido e do Mundinho caiu num estado de depressão profundo agravado pela crescente e sombria perspectiva de o grupo de amigos (Mito Chongo, Bambia Jr, Mundinho e tantos outros do bairro) se desmembrasse, tanto mais que alguns já só viam a Africa do Sul como o El Dorado para darem qualquer que fosse o rumo às suas vidas.
Ela, Julieta Dimande, é “despachada” para Londres para refrescar a cabeça não sem antes de partir me arrancar a ferro e fogo a promessa de ficar a resolver o bicudo problema da desorientação dos miudos que deixava para trás.
Que fazer e como numa situação destas? Aparentemente nada. Perante um sentimento de impotência e confusão mental, a fuga às minhas responsabilidades foi a mais fácil e leviana saída que encontrei: solteirão “Ad-Hoc”, a segunda morada eram a Pastelaria Irmâos Unidos, o Centro Social do Partido, o Escondidinho do John e as miseráveis barracas circundantes do então descrépito Cinema/700.
A “Gang”? se cabe aqui nomea-la, aí vai, porque da pesada: os falecidos Benfica e Mondlane e o Monteiro, Ranito, Madau, a minha pessoa e… confesso-o hoje, um ou dois pares de pitas chulas e dadas mais à bebida do que ao sexo.
É neste ambiente, com a mente turbinada pelo fumo dos cigarros mata-rato e sob os efeitos do alcóol, conversas desconexas de boêmios maduros que … Eureka: descubro a fôrmula com a qual iria resolver o imbróglio que se me colocava e sufocava. Vomitada a cerveja, a boca amarga de tanta bita fumada e cheirando intensamente a lúpulo, madrugada adentro, desperto o Mundinho e “ouve-lá, não queres fazer um programa na Rádio Cidade”? O resto é o que todos sabemos.
Portanto assim nasceu e desenvolveu até hoje o nosso programa: os copos com o António Egídio, a dívida à Ângela Chin – que exijo seja exaurida por quem, não quero saber – e, no percurso, a morte daquele que deu a sua voz nos primeiros programas, o Bambia Jr, “que Deus o tenha em conta”, dizemos todos.
Passados todos estes anos que cenários temos? Bom, o primeiro, que a malta não só não “furou a rede” a caminho do desconhecido como temos o engenheiro Palmeirim Chongo (já não o Mito) e um (falam os guerrilheiros macondes) “Camá Chefe" Galiza Matos Jr feito parlamentar e, especula-se, candidato a empresário no ramo da comunicação social.
Finalmente, a passagem do testemunho, algo que foi acontecendo com toda a naturalidade ao longo do percurso, está agora nas mãos do Lázaro Bamo, que deve entregar o bastão (Nduku) do poder aos mais jovens porque tem outros desafios, mais digitalizados, como “Matolão” que é. Mas sempre na perspectiva de que o trabalho nos dignifica e dele extraimos os mais sublimes ensinamentos para a vida.
E se a esta premisa, feita conselho, juntarmos o ditos (quase pagãos) inscritos no vidro traseiro do Chikorokoro Senhor Engenheiro Palmeirim, então a Bíblia não podia ser tão certeira: "Vai, pois, come com alegria teu pão e bebe, com bom coração, o teu vinho, pois já DEUS se agrada das tuas obras". (Eclesiastes 9, Versiculos 7 a 10)