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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sox (1953-2011): Foi sem ver o disco – baterista Zeca Tcheco colega do guitarrista na Banda RM

(Sox e Edmundo Galiza Matos, na Rádio Moçambique, Maputo, em 2010)

O baterista da Banda RM, Zeca Tcheco, considera que a morte do guitarrista Sox (Hermenegildo da Conceição Daniel), constitui uma perda de dimensão inimaginável. E que “doi ainda mais porque ele partiu numa altura em que o Grupo da Rádio Moçambique está a preparar-se para o lançamento de um album”.

Reconhecendo as qualidades de exímio instrumentista, Tcheco afiança que o malogrado foi exemplo para uns tantos guitarristas da praça, porque completo. “É só ouvirmos guitarristas como Nanando, que se inspirou nele, apesar de Sox ter-se inspirado no Jaimito Malhatine. Jimmy Dludlu acaba se inspirando no trabalho de Nanando que aprendera entretanto de Sox. Sinto muito porque talvez não haja mais ninguém que vá dar continuidade ao seu trabalho”.

A dimensão imensa de criatividade e de exercício de guitarra eram únicas em Sox. E no Grupo RM deixou muitas obras, uma das quais é o album a ser lançado bremente.

“Ele tem vários temas ainda inéditos, mas também tantos outros bem conhecidos, como é o caso de “Makweru”, uma das suas músicas mais conhecidas, interpretada por Wazimbu. Existem outros temas de sua criação mas cantadas por Mingas, onde eu fiz as letras e ele (Sox) a música, como é o caso de “Djakuta” e “Ndzumba”, continuo o baterista e líder do Grupo RM.

Enquanto integrante da banda da Rádio Moçambique, Sox esteve Casino Estoril de Lisboa (Portugal) em 1983. Depois, ainda em Portugal, exibiu-se no Clube de Jazz (Hot Club). Uma carreira plenamente preenchida e que “difilmente irei esquecer; alias já eramos família”, diz Zeca Tcheco.

E não é exagero nenhum o politico Manuel Tomé, autor da famosa música “Ndapota” (Vencedora da prestigiada parada de música moçambicana da RM) diz que a cultura perdeu não só um mestre da guiatarra, mas também um grande compositor.

É por isso que “a música moçambicana deve muito a este exímio executante da guitarra. Ele tinha qualidades humanas únicas e quase posso garantir que ele não tinha conflitos com ninguém. Era um indivíduo extremamente pacífico e alegre”, afirma Tomé.

“Fica-nos a consolação de que continuaremos a ouvir Sox através das suas composições, muitas delas interpretadas por outros artistas e ficamos consolados quando as pessoas que partem deixam uma grande obra”, finalizou Manuel Tomé.

Fernando Sumbana, ministro do Turismo e colega de Sox na escola primária, caracteriza Sox como tendo sido “uma pessoa simples, que sempre viveu humildemente e com votande de ensinar e aprender dos outros, aprofundando a perícia com que tocava os instrumentos musicais”. E, Sumbana remata: “O país perde muito na classe dos músicos”.

Nascido a 03 de Novembro de 1953 em Maputo, Sox perdeu a vida no passado dia 7, vítima de doença. Foi sepultado no Cemitério de Lhanguene, após um velório na Associação dos Músicos Moçambicanos.

Ingressou nos quadros da Rádio Moçambique a 2 de Janeiro de 1979 para integrar o Grupo RM, seguramente a maior banda de música moçambicana de todos os tempos.

(Adaptado do Caderno da Cultura/Notícias)

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