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domingo, 8 de junho de 2008

Estudo aponta que radicais islâmicos se inspiram em sonhos

LONDRES - Os jihadistas, inclusive os mais conhecidos, como Osama Bin Laden, inspiram-se nos seus sonhos, de acordo com uma pesquisa antropológica que destaca a importância dos pensamento produzidos durante o sono na cultura islâmica.
No estudo, apresentado sexta-feira, 6, no Festival de Ciência de Cheltenham, na Inglaterra, o antropólogo Iain Edgar analisou a narrativa dos vídeos de islamitas militantes e encontrou neles muitas referências aos sonhos como fonte de inspiração ou como orientação para os seus actos.
Segundo Edgar, insurgentes como o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, Zacarias Moussaoui, único condenado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos; e Abu Musab al-Zarqawi, ex-líder da Al-Qaeda no Iraque, interpretaram o que sonhavam como justificação para actos violentos.
O acadêmico da Universidade de Durham, na Inglaterra, diz que os sonhos inspiradores, conhecidos em árabe como ruya (visão, aparição), constituem uma importante fonte de força e orientação espiritual na cultura islâmica.
De acordo com o antropólogo, o próprio profeta Maomé tem sonhos desse tipo no Alcorão, o que dá confiança aos insurgentes islâmicos, assinala o antropólogo. Os sonhos aos que se dá mais importância são os que incluem a figura completa do profeta, embora outros líderes espirituais possam ser também significativos, afirma.
Segundo Edgar, o jordaniano Al Zarqawi revelou num site que teve um sonho no qual aparecia uma espada e isso o tinha chamado à violência.
O antropólogo acredita que os sonhos desempenharam um papel importante nas vésperas de 11/9, e o próprio Bin Laden reconheceu após o atentado que tinha temido que o seu plano secreto se tornasse público "se o povo sonhasse com aviões colidindo com edifícios altos."(X)

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