O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ganhou mais um adversário político: a sua ex-mulher. Marisabel Rodríguez, ex-primeira-dama, prepara a sua candidatura à prefeitura de Barquisimeto, capital do estado de Lara. A eleição será realizada em novembro e a plataforma da ex-mulher de Chávez é clara: fazer oposição ao governo. De acordo com uma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico The Guardian, Marisabel deverá ser candidata pelo partido Podemos.
"Quero mudar a face e o caminho da política nesta cidade e neste país", disse Marisabel, que era executiva da área de recursos humanos antes de se casar com Chavez. O atribulado divórcio do casal aconteceu em 2004. Durante um curto período, Marisabel foi uma figura política de destaque na Venezuela. Desde a separação, contudo, ela tinha se afastado dos holofotes. Quando Chávez chegou ao poder, Marisabel era considerada um elemento positivo para a imagem do presidente.
Inteligente e muito falante, Marisabel ajudou a suavizar a imagem de soldado golpista de Chávez, contribuindo para a sua ascensão ao poder. Agora, contudo, ela é um peso para o presidente. Ela já vem manifestando a sua oposição às medidas consideradas de Chávez há vários meses. Conforme Arturo Serrano, cientista político da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, Marisabel tem chances reduzidas de ser eleita, mas pode se tornar figura de destaque da oposição.
"Marisabel não hesita em falar sobre Hugo Chávez na televisão, com a filha do casal ao colo", disse o analista venezuelano. "Este é o tipo de táctica que a oposição a Hugo Chávez gosta, já que para combater uma figura tão forte na mídia como ele é preciso chocar as pessoas de alguma forma." Os últimos meses têm sido ruins para Chávez - além da oposição da ex-mulher, ele amarga problemas como inflação crescente, escassez de alimentos e fortalecimento dos adversários.(X)
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