Estas crianças, cujas imagens foram registadas na Praia da Maringanha, a escassos quilometros da cidade de Pemba, para além de não estudarem, aprendem muito cedo a valerem-se a si próprias para as suas mais elementares necessidades: alimentação e vestuário.
Frequentam as praias e outros locais de grande concentração de pessoas, onde passam o tempo a pedir esmolas, algumas a realizar roubos de pequena monta, e com o resultado das suas "investidas" adquirem qualquer coisa, normalmente pão e algum "frito" e, se puderem, uma ou outra quinquilharia.
O seu contacto diário com artigos de consumo fúteis e para os quais não têm como adquiri-los, leva-as a enveredar para práticas ilícitas ou a sujeitarem-se aos jovens mais velhos de quem recebem instrução para a prática de furtos de telemóveis, brincos, carteiras, acessórios de automóveis como espelhos retrovisores, piscas, etc. Sabem que por serem menores nunca poderão responder junto das autoridades pelas suas falcatruas.
A mais emblemática praia da cidade de Pemba, Wimbe, regista aos sábados e domingos ou feriados, impressionantes enchentes. Só que a grande maioria são estas crianças que mais não fazem do que deabular pela orla da praia, a incomodar aqueles que para lá se deslocam para o merecido descanço e, o que é pior, para se apoderarem dos bens dos incautos.
Os pais dessas crianças onde estão? "Por aí" é a resposta mais que provável. Também eles, os pais, quando petizes, levavam o mesmo tipo de vida. É natural que o hábito se transmita de geração para geração.
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