
Fidel ressalta os aspectos raciais do candidato democrata, dizendo que ele "é em parte de origem negra, e nele predominam a cor escura e outros traços físicos da dita raça" e que "estudou num centro de educação superior onde se graduou com notas brilhantes". O artigo de Fidel afirma que esta terça "será um dia de grande importância" por causa das eleições nos EUA e que "a opinião mundial estará atenta", pois "trata-se da nação mais poderosa do planeta."
"O povo dos EUA está mais preocupado com a economia do que com a Guerra do Iraque. McCain é velho, belicoso, inculto, pouco inteligente e sem saúde", afirma Fidel, de 82 anos - paradoxalmente, ele próprio, obrigado a se afastar do poder que exercia desde 1959 por doença, passando a Presidência ao irmão Raúl,em fevereiro. "Obama é considerado o melhor orador político dos EUA das últimas décadas. A sua compatriota Toni Morrison, Prêmio Nobel de Literatura de 1993, o qualifica de futuro presidente e poeta desta nação", acrescenta.
"Observei a luta entre os dois adversários. O candidato negro, que tanto assombrou ao obter a sua nomeação na disputa com fortes adversários, tem as suas idéias bem articuladas e bate várias vezes com elas na mente dos eleitores", escreve. Segundo Fidel, Obama "não vacila em afirmar que acima de tudo, mais que republicanos e democratas, são americanos, cidadãos que qualifica como os mais produtivos do mundo."
"Obama é desafiante, penso que correu e correrá crescentes riscos no país onde um extremista pode adquirir, por lei, uma arma sofisticada e moderna em qualquer esquina quanto na primeira metade do século XVIII no oeste do território dos EUA", acrescenta. Fidel adverte que o democrata "apóia o seu sistema e se apoiará nele. A preocupação com os angustiantes problemas do mundo não ocupam realmente um lugar importante na mente de Obama, e muito menos na do candidato que, como piloto de guerra, descarregou dezenas de toneladas de bombas sobre a cidade de Hanói sem remorso algum de consciência."
Ele conclui dizendo que quando a sua opinião fôr publicada nesta terça, ninguém poderá dizer que escreveu "algo que possa ser utilizado por algum dos candidatos em favor da sua campanha", embora tenha elogiado Obama e tenha atacado McCain em vários artigos dos últimos meses. "Devia ser, e fui neutro na disputa eleitoral. Não é 'uma ingerência nos assuntos internos dos EUA', como diria o Departamento de Estado, tão respeitoso com a soberania dos demais países", ironiza Fidel.
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