A terceira maior baía do mundo ou, para ser mais embelezador, aquela que é uma das Trinta Mais Bonitas Baías do Mundo, Pemba, está a conhecer um acelerado desenvolvimento, depois de anos de um marasmo que tornava um inferno a vida dos seus habitantes.
A beleza das suas inúmeras praias, a afabilidade e a hospitalidade das suas gentes e um clima para todos os gostos, estão a ser potenciados para criar riqueza, fomentando o turismo “cinco estrelas”.
Inúmeras infra-estruturas, entre os quais o Pemba Beach, foram erguidos ao longo da orla da cidade, atraindo milhares de turistas europeus, americanos e asiáticos, que aqui “drenam” dinheiro, a níveis tais que acaba tendo um efeito benéfico na vida da população.
Aos meus olhos e depois de uma neurasténica ausência de nove anos, Pemba deu um salto em frente, deixando para trás outras cidades moçambicanas.
Contudo, quer me parecer que o “pecado mortal” da febre colectiva de desenvolvimento, abateu-se irreversívelmente sobre Pemba, levando muitos gestores da cidade a não acautelarem efeitos que, mesmo que colaterais, irão nos custar bastante caro num futuro próximo: em termos económicos e sobretudo culturais.
Não creio que desconheçamos as experiências desenvolvementistas que nos chegam de outras paragens do mundo, denunciando estragos cujos malefícios irremediavelmente serão corrigidos.
Aponto apenas dois exemplos para exemplificar esta minha opinião, admitindo desde já que me possam incluir na lista daqueles que muitos jovens quadros em matéria de políticas de urbanização chamam de “parado no tempo”.
Primeiro Caso: O que outrora foi um pequeno Clube Nautíco virou hoje uma casa do jogo de azar, ou seja, um Casino. Trata-se de uma actividade prevista no nosso ordenamento jurídico, que permite a colecta de importantes fundos para o erário público. Nisso, creio, estamos de acordo. O que me faz moça é que desapareceu o Clube Naútico e com ele a sua função de ministrar aulas de canoagem e natação às crianças. O investimento para o Casino não incluiu a transferência do Clube Naútico para um outro local.
Segundo Caso: Até finais dos anos oitenta, o Parque Infantil foi um local de lazer para milhares de crianças da cidade de Pemba que ali assistiam filmes infantis educativos e deliciavam-se com as acrobacias de macacos, a graciosidade das gazelas e o cantar de diversas espécies de passarinhos. Quer dizer, aquelas crianças, algumas das quais hoje são quadros técnicos deste país, tomavam o contacto com o mundo exterior e com a natureza.
O Parque desapareceu, virou um conjunto de barracas de prestação de serviços, e, como que a testemunhar importantes referências culturais, o cinema infantil lá está, teimando em não ser vítima do desenvolvimento cego mas permitindo que uma maçaniqueira enterre as suas raízes no intervalo entre os bancos de cimento como que a defender-se da fúria das marretas e picaretas.
A todos nós: Desenvolvamos o nosso sim. Mas com cautela para não comprometermos o futuro dos nossos filhos.
A beleza das suas inúmeras praias, a afabilidade e a hospitalidade das suas gentes e um clima para todos os gostos, estão a ser potenciados para criar riqueza, fomentando o turismo “cinco estrelas”.
Inúmeras infra-estruturas, entre os quais o Pemba Beach, foram erguidos ao longo da orla da cidade, atraindo milhares de turistas europeus, americanos e asiáticos, que aqui “drenam” dinheiro, a níveis tais que acaba tendo um efeito benéfico na vida da população.
Aos meus olhos e depois de uma neurasténica ausência de nove anos, Pemba deu um salto em frente, deixando para trás outras cidades moçambicanas.
Contudo, quer me parecer que o “pecado mortal” da febre colectiva de desenvolvimento, abateu-se irreversívelmente sobre Pemba, levando muitos gestores da cidade a não acautelarem efeitos que, mesmo que colaterais, irão nos custar bastante caro num futuro próximo: em termos económicos e sobretudo culturais.
Não creio que desconheçamos as experiências desenvolvementistas que nos chegam de outras paragens do mundo, denunciando estragos cujos malefícios irremediavelmente serão corrigidos.
Aponto apenas dois exemplos para exemplificar esta minha opinião, admitindo desde já que me possam incluir na lista daqueles que muitos jovens quadros em matéria de políticas de urbanização chamam de “parado no tempo”.
Primeiro Caso: O que outrora foi um pequeno Clube Nautíco virou hoje uma casa do jogo de azar, ou seja, um Casino. Trata-se de uma actividade prevista no nosso ordenamento jurídico, que permite a colecta de importantes fundos para o erário público. Nisso, creio, estamos de acordo. O que me faz moça é que desapareceu o Clube Naútico e com ele a sua função de ministrar aulas de canoagem e natação às crianças. O investimento para o Casino não incluiu a transferência do Clube Naútico para um outro local.
Segundo Caso: Até finais dos anos oitenta, o Parque Infantil foi um local de lazer para milhares de crianças da cidade de Pemba que ali assistiam filmes infantis educativos e deliciavam-se com as acrobacias de macacos, a graciosidade das gazelas e o cantar de diversas espécies de passarinhos. Quer dizer, aquelas crianças, algumas das quais hoje são quadros técnicos deste país, tomavam o contacto com o mundo exterior e com a natureza.
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