Esta mangueira, cuja imagem registei em outúbro último, encontra-se nos terrenos da maternidade do Centro de Saúde de Mecufi, 50 Km de Pemba. Diz-se que terá sido plantada no início da década de 60 do século passado pelo "velho" Bacar, servente do centro, já falecido.
Com manga muito saborosa, com uma copa frondosa, a sua sombra serve até hoje para os utentes do centro como refúgio do sol abrasador.
Nos anos setenta esta mangueira serviu também para almoçaradas que a parteira proporcionava à minha pessoa e aos meus amigos quando, aos fins de semana, "fugiamos" do rebuliço de Pemba para o merecido descanço. Almoçaradas que começavam a meio da manhã de um sábado e terminavam ao fim da tarde do domingo seguinte. Caranguejo, camarão, peixe de toda a espécie, carne de cabrito ou de javali, tais eram as iguarias. Na falta da cerveja, o sumo de cajú fermentado, vulgo Mutchekele, era "raínha".
Entre os "comensais" cito alguns nomes "sonantes": Renato Carrilho (Gunass), Camilo de Sousa, Mahomed Galibo, Luís Alvarinho, Mário Mangaze e Sinai Nhatitima (sim, esses mesmo) e tantos outros.
O Gerry, meu irmão cassula, quando ainda com 8/9 anos, jogando à bola com o seu amigo Orlando debaixo desta mangueira, fez história em Mecufi: provocou um pacífico enxame de abelhas. A vila, ou melhor, os seus habitantes, experimentaram, sem excepção, a fúria e a dor causada pelo ferrão daqueles produtores de mel.
O refúgio foi a praia. Nesse dia Mecufi esteve em tolerância de ponto.
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