Um dia pediu um beijo a Fidel Castro e o ex-líder cubano respondeu-lhe: "Bem, serão três então." Depois, deu--lhe dois beijos no rosto "e um ao de leve nos lábios". Em seguida perguntou-lhe: "O teu marido é ciumento?" A história, contada pela actriz cubana Isabel Santos, é apenas uma das 413 que o jornalista Luis Báez recolheu para escrever o livro Así es Fidel.
Os testemunhos de várias figuras cubanas e internacionais oferecem "uma visão ampla do que muitos viveram e sentiram na presença" de Fidel, indicou o presidente da Casa das Américas de Havana, o poeta Roberto Fernández Retamar, na apresentação do livro. O evento, que teve lugar segunda-feira, é um dos que assinalam os 50 anos da Revolução, a 1 de Janeiro.
"Deixou de fumar para ter autoridade moral contra o tabagismo", conta o escritor colombiano Gabriel García Márquez. Além disso, é um leitor tão "atento e minucioso que encontra contradições ou dados falsos onde menos se espera". Foi o que aconteceu com um manuscrito do seu livro Crónica de uma Morte Anunciada: "Assinalou um erro nas especificações de uma arma de caça."
O Nobel da Literatura revela também que Fidel prepara as receitas de cozinha "com um fervor científico". Já o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana conta como durante um jantar oficial o então líder cubano lhe disse para não comer muito: "Eu depois preparo-te uma lagosta na pedra com ketchup."
O livro Así es Fidel começa com um relato do seu irmão, Raúl Castro, e termina com as palavras do guerrilheiro argentino Che Guevara (morto em 1967). Pelo meio, conta com testemunhos de figuras ligadas às artes, ao deporto, à política, à religião ou ao jornalismo.
Fidel, de 82 anos, está afastado da vida pública e do poder desde Julho de 2006, por problemas de saúde. O comandante recebe apenas as visitas de alguns amigos e líderes estrangeiros.
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