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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Jornalista iraquiano atira sapato contra Bush

O gesto do jornalista iraquiano que atirou os seus sapatos contra George W. Bush durante uma visita "relámpago" do presidente americano ao Iraque no passado domingo, é um retrato amargo do fim do mandato de um dos chefes de Estado mais impopulares da História americana.

De acordo com analistas políticos o gesto representa esse final melancólico, além da falta de credibilidade e legitimidade do governo liderado por Bush, jornalista Edmundo Galiza Matos.
George W. Bush tentou minimizar o incidente, dizendo que a atitude do repórter, que também o chamou de "cão", não representa um movimento maior no Iraque.

Na cultura árabe, ser chamado de "cão" é um grave insulto e os sapatos são um instrumento de desprezo: em 2003, os iraquianos atacaram da mesma forma a estátua do ex-ditador Saddam Hussein a sapatadas.

Por sua vez, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enalteceu a coragem do jornalista iraquiano que lançou os seus sapatos contra o presidente dos EUA, George W. Bush.

Ferrenho crítico da Casa Branca, Hugo Chavez é conhecido por ter em diversas ocasiões desferido toda sorte de impropérios contra George W. Bush, que deverá abandonar o poder em janeiro.

"Aquilo é que chama ser corajoso", disse um sorridente Hugo Chávez numa transmissão da televisão estatal venezuelana, que repetiu várias vezes a cena em que Bush esquiva-se de forma magistral do sapato arremessado pelo jornalista iraquiano.

Em novembro, uma pesquisa divulgada pela rede de televisão CNN mostrou que Bush está a deixar a Casa Branca como o presidente mais impopular desde que as sondagens de aprovação de governo surgiram, há mais de seis décadas.
Antes de Bush, o recorde de rejeição era de Harry Truman, cuja gestão era desaprovada por 67% dos americanos em janeiro de 1952, o seu último ano na Casa Branca.

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