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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Autoridades dizem que morte de Michael Jackson foi homicídio

(Foto mostra o "rei do pop" dias antes de morrer)

O Instituto de Medicina Legal de Los Angeles anunciou sexta-feira que considera a morte de Michael Jackson, ocorrida em 25 de junho, como "homicídio", causado por uma "intoxicação aguda por propofol" e outros cinco remédios. O artista completaria 51 anos no sábado, 29.

Além do propofol, sedativo de acção rápida usado para anestesia geral, a autópsia determinou que havia no corpo de Jackson "benzodiazepina", um psicotrópico que produz efeitos sedativos e hipnóticos, ansiolíticos, anticonvulsivos, amnésicos e um relaxante muscular.

Propofol e lorazepam foram identificados como as principais drogas responsáveis pela morte", diz o comunicado do instituto. "Outras detectadas foram: midazolam, diazepam, lidocaína, efedrina." O informe final dos legistas inclui o exame toxicológico completo, que será mantido como documento confidencial a pedido da Polícia e da Promotoria de Los Angeles.

A família Jackson afirmou, em nota, esperar "ansiosamente o dia em que se faça justiça".

Na segunda-feira passada, documentos judiciais revelaram que o astro tinha "níveis letais" de propofol e indicaram que Murray, vinha administrando no astro remédios fortes para tratar a sua insônia. Murray havia admitido que começou por injectar 50 miligramas de propofol e nos dias seguintes foi baixando a dose.

Quando a dose chegou à metade, ele decidiu adicionar lorazepam e midazolam, também sedativos. Murray teria parado de dar propofol ao músico dois dias antes de sua morte. Mas, no dia 25, ele voltou a administrar a droga, após já ter injectado Valium e lorazepam.

Após aplicar o propofol, Murray se ausentou do quarto do cantor por alguns minutos e, quando voltou, viu que Jackson não mais respirava. Ele afirmou ter tentado reanimá-lo e chamado os paramédicos, que levaram o astro ao hospital da Universidade da Califórnia, onde foi declarada a sua morte.

O enterro do artista está previsto para a próxima quinta-feira, com uma cerimônia privada no cemitério Forest Lawn.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Disco natalício de Bob Dylan pode ajudar 1,4 milhões de famílias

A editora de Bob Dylan confirmou esta quinta-feira, 27,o lançamento de um disco com canções de Natal interpretadas pelo cantor, para efeitos de caridade.

O álbum vai intitular-se "Christmas in the Heart" e as receitas obtidas com a sua venda revertem a favor da "Feeding América", uma organização de caridade que fornece alimentos a mais de 25 milhões de pessoas, anualmente, nos Estados Unidos.

Nos restantes países, a editora de Bob Dylan está em negociações com organizações semelhantes para que os lucros sejam canalizados para efeitos de caridade.

"É uma tragédia que mais de 35 milhões de pessoas, apenas neste país [Estados Unidos] - 12 das quais crianças - vão frequentemente para a cama com fome e acordam todas as manhãs sem saberem onde vão conseguir a sua próxima refeição", explica Bob Dylan. O músico, que vai interpretar algumas das canções clássicas de Natal neste álbum, espera que o seu disco consiga trazer alguma segurança alimentar às pessoas necessitadas durante essa época especial do ano. As previsões apontam para que 1,4 milhões de famílias sejam ajudadas pelas receitas do disco.

Depois de "Together Through Life", que alcançou o número 1 do top norte-americano, este é o segundo lançamento de Dylan em 2009. O disco deverá chegar ao mercado em meados de Outubro.

Microsoft troca negro por branco em publicidade

Uma imagem publicitária da Microsoft foi alterada, gerando polémica. Nos Estados Unidos aparece um homem negro, na Polónia o rosto foi trocado por o de um homem branco. Esqueceram-se foi de mudar a cor da mão...

A Microsoft está a ser acusada de racismo. Em causa está um anúncio publicitário colocado no site polaco da empresa, onde aparece uma imagem alterada: a cabeça de um cidadão negro foi trocada pela de um homem branco.

No Estados Unidos, a Microsoft lançou a campanha com uma imagem de um asiático, um negro e uma mulher branca. Contudo, embora a publicidade tenha abrangência mundial, na Polónia o mesmo anúncio surge com o rosto de um homem branco entre os outros dois parceiros sorridentes. Pior: quem fez a montagem mudou apenas o rosto e esqueceu-se de disfarçar a cor da pela da mão, visível na imagem.

A empresa já pediu desculpas públicas, inclusive via twitter: "Estamos a analisar o caso. Apresentamos as nossas desculpas e vamos retirar a imagem".

sábado, 15 de agosto de 2009

Woodstock completa 40 anos de paz, amor e rock neste sábado

Janis Joplina, morreria um ano depois
A Feira de Música & Arte Woodstock faz 40 anos neste sábado. A 15 de agosto de 1969, na pequena fazenda de 2,4 quilômetros quadrados de Max Yasgur, na localidade rural de Bethel, Nova York, a grande mostra da Era de Aquarius exibiu ao mundo a sua face libertária, provocadora, iconoclasta, naturalista, enlameada e confusa.

A utopia hippie, ao tornar-se quarentona juntamente com Woodstock, celebra o seu renascimento circular. Durante as décadas de 80 e 90, o "bicho-grilismo" encenado pelos hippies de Woodstock era uma coisa a se evitar. Nos anos 00, virou o estilo e a meta a ser perseguida. Hoje em dia, olhando algumas bandas de rock como Magic Numbers e Kings of Leon, com as suas barbinhas e batinhas e roupinhas sujinhas, parece que não se passou nem um dia sequer.

Parece insano discutir hoje o mérito musical de Woodstock, quando na verdade o festival detonou principalmente uma revolução comportamental. Mas o facto é que algumas performances foram muito mais importantes do que outras - a Sony Music relançou esta semana no Brasil as performances integrais de Janis Joplin, Johnny Winter, Santana, Jefferson Airplane e Sly and the Family Stone. É material essencial para entender o que se passou do ponto de vista artístico naquele marco dos anos 60.

O cantor, violonista, guitarrista e compositor Richie Havens abriu o festival por conta da própria natureza improvisada da festa. Ele lembra que não estava escalado para ser o primeiro a subir naquele palco (seria o quinto, na verdade), mas foi içado pela organização para cantar porque os outros que cantariam estavam presos no imenso congestionamento que se formou na estrada - esperavam 70 mil pessoas, apareceram 400 mil, o que levou o município a pensar em decretar estado de calamidade pública.

"Eram 5 da tarde e nada ainda estava a acontecer", contou Havens anteontem. "Mas eles tiveram de me colocar em primeiro. Eu me senti tipo “eles vão me matar se eu subir ao palco primeiro, dá um tempo, preciso daquelas quatro atrações antes de mim para esquentar a platéia”. "Mas não teve jeito. As pessoas foram bacanas. Eu deveria cantar por 40 minutos, o que fiz, mas ali do lado do palco eles diziam: “Richie, mais quatro canções?” Eu cantava e já ia sair e eles diziam: “Richie, mais quatro canções?” E eu continuei tocando por duas horas e 45 minutos, depois que já tinha cantado todas as canções que sabiam.” Entre essas canções, estava Freedom, que foi apresentada no documentário de 1970 sobre o festival, ganhador de um Oscar.

Havens, que está actualmente em digressão a promover o seu disco de 2008, Nobody Left to Crown, disse o seguinte esta semana, falando à Reuters: “Todos os tipos de música subiram ao palco naqueles três dias, e todos eles tinham o senso do que era necessário - e do que ainda é necessário em termos de informação para atravessar as barreiras e continuar em frente.”

De facto, a música era diversificada, com uma predominância do blues, rock e do folk, que eram os gêneros "jovens" da época. Mas houve também a novidade, começando com a fabulosa apresentação de um jovem guitarrista mexicano da Bay Area, Carlos Santana, que ganhou apenas US$ 1,5 mil para tocar e se apresentou no dia 16. As 8 músicas que Santana tocou estavam impregnadas de um latin rock fundido com blues, uma força instrumental turbinada por congas, bateria, baixo e percussão.

Quarenta anos depois, ainda é difícil entender o poder daquela versão que Santana apresentou de Soul Sacrifice. Ao contrário de Hendrix, a outra força motriz do festival, Santana esmerava-se na busca de um acento latino, polirítmico, específico e étnico para a sua guitarra. Filho de um músico mariachi de Navarro, no México, o guitarrista inventava um novo léxico.

Outra notável performance foi a do fantástico grupo de Black Music Sly &; The Family Stone, que tocou 9 canções na jornada. Formado por Sylvester “Sly Stone” Stewart e os seus brothers Vaetta, Freddie e Rose Stone, mais Gregg Errico (bateria), Jerry Martini (sax), Cynthia Robinson (trompete e vocais), Larry Graham (baixo), o grupo tinha lançado em maio daquele ano o disco Stand!, a mais bem acabada síntese de funk, soul, gospel, psicodelia e rock - e ativismo, com faixas como Don’t Call me Nigger, Whitey.

Janis Joplin, que morreria de forma trágica no dia 4 de outubro de 1970, estava a desvencilhar-se da sua banda Big Brother and The Holding Company e a iniciar a mais curta (e impactante) carreira-solo do rock internacional.

Dois anos antes, ela cantava folk e blues em bares de São Francisco e Venice Beach, na Califórnia. Em 1966, voltou a Austin para cantar numa banda de country, mas um empresário a convenceu a montar uma banda. Assim, juntou-se à mitológica Big Brother and the Holding Company, que tinha recém-abandonado nas vésperas de Woodstock.

Janis cantou 10 músicas no festival, no dia 17 de agosto de 1969. Quando ela empunhou Ball and Chain, de Big Mama Thornton, encerrando o seu show, estava patente que ali não se apresentava uma artista comum, mas alguém destinada a reescrever a história da música popular, embora de forma tão precária.

Do mundo psicodélico, houve uma baixa importante - o Greateful Dead teve a sua apresentação maculada por problemas técnicos. Mas o Jefferson Airplane fez bem a sua parte, misturando peças viajandonas conhecidas, como White Rabbitt, com outras do disco que lançariam em seguida, como Volunteers, Eskimo Blue Day e Wooden Ships.

Um ano depois daquela loucura, banhos pelados debaixo da chuva, balés e meditação para Sol e Lua no mato, Jimi Hendrix morreria em Londres. Woodstock teve outras edições, como a violenta farra de 1999. Na época, o baixista do Red Hot Chili Peppers, Flea, disse que chorou ao ter notícia, ainda nos bastidores, da ocorrências de abuso sexual e violência generalizada entre o público. Durante os momentos de mosh do show do Limp Bizkit, houve uma sessão de quebradeira e saques promovida por uma juventude vitaminada, cheia de sucrilhos e de classe média. Os tempos mudaram, definitivamente.

Les Paul, o pioneiro da guitarra elétrica, morre aos 94 anos

Jimmy Page a receber de Les Paul uma guitarra por si autografada em 1987
O guitarrista Les Paul, um dos pioneiros no desenvolvimento da guitarra eléctrica e dono de uma marca de instrumentos com o seu nome, morreu nesta quinta-feira, 13, aos 94 anos, devido a uma pneumonia. Segundo a fabricante de guitarras Gibson, Paul morreu ao lado dos seus amigos e familiares.   

Nascido em Wisconsin, em 1915, Paul começou a sua carreira como músico em Chicago. Aos 13 anos, infeliz com o som produzido pela sua viola, o inventor decidiu descobrir um meio para amplificar o som do instrumento. A primeira tentativa foi colocar um captador de som de um telefone sob as cordas, o que não produziu o efeito desejado. Um ano mais tarde, Paul obteve melhores resultados colocando uma agulha de um fonógrafo sob as seis cordas do instrumento. Entre 1940 e 1941, o músico criou uma viola quadrada de madeira maciça, com captadores e cordas de aço, chamado de “O tronco”, na mesma época em que Leo Fender e Adolph Rickenbacker desenvolviam técnicas similares.

"Cheguei a uma boate e toquei com ele. Acharam que eu era louco", diria anos mais tarde. Alguns meses depois, deu ao novo instrumento o formato tradicional da guitarra. Em 1952, a Gibson iniciou a produção da guitarra desenvolvida por Les Paul, que se tornou uma das mais populares do mundo, usadas por músicos como Jimmy Page, do Led Zeppelin e Pete Townshend, do the Who. 

Além da guitarra eléctrica, Les Paul, cujo nome real é Lester William Polfus, inventou o sistema de gravação em canais, que permite ao artista gravar o som de vários instrumentos em momentos diferentes e depois fundir as gravações para formar a música em estúdio, o que é considerado um marco na história do rock'n'roll e um factor crucial na evolução do gênero musical.

Les Paul era conhecido por fabricar as suas guitarras personalizadas, com as quais presenteou muitos músicos influentes, com o ex-Beatle Paul McCartney.

Nos últimos anos, mesmo doente, Paul tocava todas as segundas-feiras num clube de jazz de Nova Iorque, o Iridium, ao lado de estrelas do rock convidadas como o próprio Page, além de Mark Knopfler, ex-Dire Straits, Eddie Van Halen e Bruce Springsteen.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Clube dos Entas: Woodstock - o festival que fez história



Vale a pena relembrar. Afinal, nenhum outro festival de música teve tanta repercussão e tanta importância internacional como este. Apesar das suas outras edições e de outros grandes festivais de música, Woodstock de 15, 16 e 17 de agosto de 1969 permanece como o mais importante evento musical da história contemporânea. 

Para entender a sua importância, é preciso voltar um pouco no tempo. O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passava por tempos difíceis de guerra, violência e desilusão. A década de 1960, a mais conturbada década do século passado, chegava ao fim, com uma sensação reinante de ''e agora?'' no ar. E é neste clima de “final da farra”, no último ano da década, que o maior evento de música jamais realizado encontra terreno fértil para se consolidar. 

O festival de Woodstock reuniu uma multidão de mais de 500 mil jovens para 3 dias de amor e música, ideializado e levado a cabo por quatro jovens milionários que não sabiam que fazer com o seu dinheiro: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang.

Woodstock aconteceria fora da cidade grande (Nova Iorque), enfatizando o clima então existente de ''volta ao campo'', e foi programado para ser o maior festival musical de todos os tempos. Para atrair o seu público alvo, os jovens, foram usados todos os símbolos e frases consagrados pela contracultura. O próprio slogan do evento, ''três dias de paz, amor e música'', era baseado na contracultura. O slogan continha em si o sentimento antiguerra e a intenção dos organizadores de manter a paz no evento. O próprio Kornfeld explicou que o festival não deveria ser pensado como a construção de palcos, assinatura de contratos ou venda de ingressos. Woodstock deveria ser um estado de espírito, um acontecimento para se tornar um ícone de toda uma geração. 

Os quatro “putos” foram considerados loucos e pretensiosos por pretenderem realizar o maior festival de música alguma vez realizado, reunindo 100 mil pessoas. Mas Woodstock superou todas as expectativas e se revelou um verdadeiro fenômeno. Quase meio milhão de pessoas foram até Woodstock aproveitar 3 dias de mentes abertas, amor livre, drogas e muito rock. O festival acarretou um dos piores engarrafamentos em Nova Iorque, mas não houve nenhum acidente ou violência durante o festival. Criou-se uma nação dentro de uma nação, reunida pelos seus ideais e a sua vontade de se divertir, embaladas ao som de The Who, Jefferson Airplane, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Joe Cocker, Bob Dylan e todos os grandes nomes do rock da era, hoje verdadeiras lendas.

O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões de Woodstock foram para além das 500 mil pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre a sua importância persistem até hoje, quatro décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões. 

É sobre tudo isto e mais, acompanhado dos inevitáveis sons, que as próximas três edições do programa “Clube dos Entas vai tratar: 13. 20 e 27 deste mês (Agosto).

O programa é transmitido na Antena Nacional da Rádio Moçambique (FM 92.3) as quintas-feiras (22H05) e segundas-feiras (02H05), podendo ser escutado igualmente na Net: www.rm.co.mz

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Grupo RM: o CD que todos aguardam

Wazimbo (Voz) e Edmundo Galiza Matos (jornalista da Rádio Moçambique)
(Pipas (tecladista), um dos novos integrantes da banda da Rádio Moçambique)
(Zeca Tcheco(bateria) e Sox (viola solo), dois dos fundadores do Grupo RM)

O Zeca Tcheco prometeu e dele não temos motivos para duvidar: vem aí um CD da autoria do Grupo RM, o primeiro que esta mítica banda da música ligeira moçambicana vai lançar com a chancela da empresa pública de radiodifusão do nosso país: a Rádio Moçambique.

“Já se impunha e ... não é justo que os fãs do grupo, dos mais velhos aos mais novos, continuem sem um disco do “RM”, assim justificou este baterista de créditos firmados quando o indaguei sobre que motivos levaram a banda a avançar só agora para a produção do CD.

Uma obra que está a ser preparada faz um bom pedaço de tempo, com todo o cuidado “para não decepcionar”, devendo estar disponível no mercado nacional até ao fim do ano.

O ânimo dentro do grupo é evidente uma vez que os dez temas do prometido CD estão a ser gravados num estúdio “de nível internacional” e provavelmente o melhor que alguma vez existiu em Moçambique. Trata-se de um equipamento digital semelhante ao que funciona na rádio pública dinamarquesa, instituição que, no quadro da cooperação com a RM, financiou a sua aquisição e montagem.

Os três mais velhos da banda, Zeca Tcheco (bateria), Sox (viola solo) e Wazimbo (voz) – que vêm do grupo original criado em 1978/79 – coadjuvados por outras “performances” mais jovens – estão a aliar a linha melódica que caracterizou sempre a banda e a natural “irreverência” dos mais jovens integrantes: Pipas (teclados), Tomás (violo solo) e Nando (viola baixo e voz).

Pelo menos três temas conhecidos integrarão a obra, nomeadamente “Xika galafula” de Alexandre Langa, “Nakurandza” e “Djika” de Wazimbo. “Com uma roupagem diferente e tecnicamente mais apurada do que as versões originais”, promete o líder da banda, Zeca Tcheco. Inéditas, entre outras, esperam-se “Maninja”, “Mamana” e “Muli hefo”.

Esclareça-se que obras musicais de inigualável valor gravadas pelos integrantes do Grupo RM estão disponíveis em muitas discotecas públicas e privadas. Estamo-nos a referir dos discos gravados pelas orquestras Marrabenta em 1986 e Moya em 1990 e onde pontificavam nomes como Mingas e Dulce, José Guimarães, Milagre Langa, Stewart Sukuma, Lemon e Matchote.

Aguardemos então por esta primeira obra do grupo de todos os moçambicanos e, tanto quanto nos afiançou o Zeca, será uma grande prenda de por ocasião do fim do ano de 2009.

Cinema: O eterno fascínio dos filmes de 'gangsters'

O filme “Inimigos Públicos”, é o mais recente de Michael Mann, que apresenta Johny Depp a recriar a figura de John Dillinger, um dos mais célebres 'gangsters' da América dos anos 30. O filme reflecte uma vez mais uma antiga atracção do cinema norte-americano por este universo.

Quando John Dillinger foi morto pelo FBI em Chicago, a 22 de Julho de 1934, à saída do Biograph Theater, tinha acabado de ver Manhattan Melodrama, um filme de gangsters com Clark Gable, William Powell e Myrna Loy. Ou seja, tinha estado a entreter-se com uma encenação cinematográfica da sua actividade, mas por razões óbvias, nunca ninguém chegou a saber o que Dillinger achou do filme.

Na sua crítica no The New York Times a Inimigos Públicos, de Michael Mann, Manohla Dargis refere o "perene romance" que o cinema americano tem com os "criminosos de época". E apesar de ultimamente, Hollywood não ter sido muito fiel a essa relação (o último filme de gangsters de nota foi Os Intocáveis, de Brian De Palma), ainda a Lei Seca estava em vigor e muitos dos mais temidos nomes do crime estavam vivos e em actividade.

Alguns dos melhores desses filmes continuam a ser os primeiros, quer pelo talento dos seus realizadores e argumentistas e pelo carisma imperecível dos seus actores, quer por um realismo directamente bebido nos acontecimentos e nas figuras retratadas. É o caso de O Pequeno César, de Mervyn Le Roy (1931), com Edward G. Robinson; de O Inimigo Público, de William Wellman (1931), tão popular na altura que chegou a passar em sessões contínuas, com James Cagney no papel que o lançou e instalou a sua imagem de "duro"; ou de Scarface, de Howard Hawks, com Paul Muni (1932), este vagamente baseado na vida de Al Capone. Que, diz-se, gostava tanto da fita, que tinha uma cópia para ver em privado.

Se o western é a epopeia americana, o filme de gangsters pode ser encarado como o anti-épico, um género de ambiente urbano, com personagens anti-heróicas e não-exemplares, representativo de valores negativos, gerados pelo lado mais negro da sociedade dos EUA. Mas como notou a citada crítica do The New York Times, os espectadores, americanos ou não, sentados na segurança confortável dos cinemas, desde logo se mostraram fascinados pelas vidas, pelas histórias e pelas acções dos gangsters, reais ou ficcionais. E os estúdios têm continuado a alimentar essa fascinação ao longo das décadas.

John Dillinger, por exemplo, teve a primeira aparição no cinema em Dillinger, de Max Nosseck (1945), interpretado por Lawrence Tierney, foi biografado por John Milius, com os traços de Warren Oates, no empolgante Dillinger (1973), e Lewis Teague contou a história da mulher que o traiu ao FBI numa excelente série B de 1979, A Mulher de Vermelho. James Cagney tornou-se no gangster's gangster graças a Anjos de Caras Sujas, de Michael Curtiz (1938), The Roaring Twenties, de Raoul Walsh (1939) - em ambos ao lado de um Humphrey Bogart em ascensão - ou Fúria Sanguinária, também de Walsh (1949). Roger Corman filmou o Massacre de S. Valentim em O Grande Massacre (1967), e deu a Charles Bronson o papel do título em Machine-Gun Kelly (1958), enquanto Don Siegel transformou Mickey Rooney em Baby Face Nelson no filme homónimo de 1957. Arthur Penn filmou Bonnie e Clyde (1967) retratando o casal de assaltantes de bancos como (duvidosos) heróis populares da Grande Depressão, e Barry Levinson deu a Warren Beatty o papel principal em Bugsy (1991), sendo muito criticado por branquear o lado violento e sociopata de Bugsy Siegel.

O gangster movie até já gerou musicais com crianças (Bugsy Malone, de Alan Parker, 1976) e paródias (Johnny Perigosamente, de Amy Heckerling, 1984). E o genial Quanto Mais Quente, Melhor, de Billy Wilder (1959) é também um pouco um filme do género, contando com a presença de George Raft. Que, por ter sido amigo de muitos bandidos famosos e do citado Bugsy Siegel em particular, fez a ponte entre o mundo dos gangsters reais e o do cinema que, embora esporadicamente, ainda continua a pô-los em cena.

Ícone da fotografia corre o risco de falência

Um ícone do fotojornalismo dos anos 70 e 80, a agência francesa Gamma, uma das mais respeitadas do mundo, está a enfrentar o risco iminente de falência. A empresa, fundada em 1966 por Raymond Depardon e Jean Lattès, teve a concordata decretada no fim de julho e recebeu um prazo de seis meses do Tribunal de Comércio de Paris para pagar as dívidas e encontrar novos investidores. A crise, segundo seus actuais proprietários, é causada principalmente pela redução do espaço para as grandes reportagens na mídia global.

Os problemas financeiros vieram à superfície em 30 de julho, quando o Grupo Eyedea Presse, proprietário da agência, fez o pedido de concordata no Tribunal de Comércio de Paris, depois de experimentar perdas de 3 milhões em 2008.

A Gamma e a Rapho - a mais antiga agência de fotojornalismo da França, propriedade do mesmo grupo - empregam hoje 55 pessoas, dos quais 14 fotógrafos.

Ao lado das agências Sygma e Sipa, a Gamma passou a ser referência no jornalismo europeu pouco após a sua criação. A sua estratégia era investir em fotos de personalidades, ao mesmo tempo em que fazia grandes reportagens, muitas das quais em zonas de conflito em todo o mundo. Além disso, abrigava nos seus quadros profissionais que se tornaram referências internacionais.

De acordo com o director-presidente de Eyedea, Stéphane Ledoux, parte das dificuldades financeiras está relacionada justamente ao seu modelo de negócios. “A imprensa não se interessa mais pelos temas profundos, cuja produção custa caro e é vendida cada vez mais barata", argumenta.

Hugue Vassal, fotógrafo e um dos fundadores da agência, entretanto, tem outra análise para a concordata. Para ele, a mudança na forma de pagamento dos profissionais, que previa a divisão do lucro de uma foto em 50% para a agência e 50% para o fotógrafo - um modelo do qual a Gamma fora uma das pioneiras -, teria diminuído o interesse de grandes fotógrafos, resultando em queda da qualidade.

Outra razão, segundo Vassal, teria sido o advento da foto digital. "Hoje, numa guerra ou num terremoto, teremos a foto de todo modo. Na época, vendíamos uma reportagem por 15 mil. Hoje, vende-se por 3 mil. A época de ouro acabou.

domingo, 2 de agosto de 2009

Dê o seu voto: Gimo Remane e Deodato Siquir: melhores artistas africanos na Dinamarca?

Os moçambicanos residindo ou não na Dinamarca podem participar no processo de votação do melhor artista africano 2009 naquele país europeu.

Dois artistas moçambicanos figuram entre os eleitos, nomeadamente os músicos Gimo Remane e Deodato Siquir.

Fontes ligadas à organização do evento revelaram à Rádio Moçambique que quem quiser votar poderá fazê-lo tantas vezes quantas vezes quiser.

O voto deverá ser dirigido para o endereço electrónico http://www.celebrateafrica.dk

O anúncio do melhor artista africano 2009 na Dinamarca está agendado para o próximo dia três de outubro.