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terça-feira, 17 de maio de 2011

13 de Maio no Santuário da Nossa Senhora de Fátima da Namaacha: religiosos e politicos pela preservação da paz e contra a violência

Promover um ambiente de paz no país tendo como pilares a tolerância, paciência, o diálogo, a ajuda mútua, compreensão e, sobretudo, o amor é a principal mensagem expressa por milhares de fiéis católicos que, no final da semana passada, peregrinaram ao Santuário da Nossa Senhora de Fátima, na Namaacha, na província do Maputo.

Os apelos constituem uma reacção implícita às ameaças de manifestações feitas pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, por alegadamente o Governo ter rompido o diálogo que decorria entre as partes e onde o maior partido da oposição nacional pretendia renegociar o Acordo Geral de Paz, rubricado em Roma, em Outubro de 1994.

Os peregrinos aproveitaram a ocasião para afirmar que para solucionar qualquer desentendimento existem várias alternativas sem ter que, necessariamente, recorrer às manifestações ou violência.

Manter diálogo permanente – Arcebispo de Maputo, Dom Chimoio

O arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, que falava durante a celebração eucarística, começou reafirmou que a Igreja sempre pactuou com a paz e concórdia e não com manifestações. Situou a importância da peregrinação na mensagem de paz que ela transporta, e pelo papel que os fiéis jogam na sua disseminação através do diálogo.

“Já tivemos a guerra dos 16 anos e ficou claro que só essa guerra regrediu o país. Duvido que ainda haja moçambicanos a querer voltar à guerra”, explicou.

Segundo Dom Chimoio, a carestia de vida resulta das crises internacionais de todo mundo globalizado, explicando ainda que “o que faz com que a gente sofra mais é a falta de uma distribuição equitativa da riqueza”.

Paz no lugar de manifestações – Joaquim Chissano

Para o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, a paz deve habitar nas almas dos fiéis, daí a necessidade de cada pessoa cultivar o espírito de paz interna e não apontar a ninguém pela própria intranquilidade.

“Temos que levar a paz para as nossas famílias e comunidades para se preservar a paz no nosso país e no mundo em geral”, disse o antigo estadista nacional, acrescentando que “não há ninguém que pode mobilizar um exército para a guerra quando todos querem viver em paz”.

Chissano explicou também que se deslocou ao Santuário da Namaacha para pedir à Virgem Maria e ao Beato João Paulo II para intercederem por todas as pessoas que insistem em promover diálogos extemporâneos para a situação de desenvolvimento que o país está a viver.

Promover a harmonia – Jorge Tinga, edil da Vila da Namaacha

O Presidente do município da vila da Namaacha, Jorge Tinga, disse que “nós deixamos a palavra de que as pessoas devem viver em harmonia e no amor porque as manifestações sempre provocam violência”.

Acrescentou que é através do diálogo que se podem ultrapassar as dificuldades e as diferenças que possam existir, mesmo aqueles que promovem manifestações podem ser afectados ou um outro membro da sua família.

“Temos que viver em paz, promover a cultura da paz que pode contribuir para o desenvolvimento de Moçambique”, afirmou o edil.

Jorge Tinga condenou também as ameaças de manifestações e realçou que, em democracia, o espaço para o diálogo está sempre presente.

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