Os apelos constituem uma reacção implícita às ameaças de manifestações feitas pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, por alegadamente o Governo ter rompido o diálogo que decorria entre as partes e onde o maior partido da oposição nacional pretendia renegociar o Acordo Geral de Paz, rubricado em Roma, em Outubro de 1994.
Os peregrinos aproveitaram a ocasião para afirmar que para solucionar qualquer desentendimento existem várias alternativas sem ter que, necessariamente, recorrer às manifestações ou violência.
Manter diálogo permanente – Arcebispo de Maputo, Dom Chimoio
O arcebispo de Maputo, Dom Francisco Chimoio, que falava durante a celebração eucarística, começou reafirmou que a Igreja sempre pactuou com a paz e concórdia e não com manifestações. Situou a importância da peregrinação na mensagem de paz que ela transporta, e pelo papel que os fiéis jogam na sua disseminação através do diálogo.
“Já tivemos a guerra dos 16 anos e ficou claro que só essa guerra regrediu o país. Duvido que ainda haja moçambicanos a querer voltar à guerra”, explicou.
Segundo Dom Chimoio, a carestia de vida resulta das crises internacionais de todo mundo globalizado, explicando ainda que “o que faz com que a gente sofra mais é a falta de uma distribuição equitativa da riqueza”.
Paz no lugar de manifestações – Joaquim Chissano
Para o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, a paz deve habitar nas almas dos fiéis, daí a necessidade de cada pessoa cultivar o espírito de paz interna e não apontar a ninguém pela própria intranquilidade.
“Temos que levar a paz para as nossas famílias e comunidades para se preservar a paz no nosso país e no mundo em geral”, disse o antigo estadista nacional, acrescentando que “não há ninguém que pode mobilizar um exército para a guerra quando todos querem viver em paz”.
Chissano explicou também que se deslocou ao Santuário da Namaacha para pedir à Virgem Maria e ao Beato João Paulo II para intercederem por todas as pessoas que insistem em promover diálogos extemporâneos para a situação de desenvolvimento que o país está a viver.
Promover a harmonia – Jorge Tinga, edil da Vila da Namaacha
O Presidente do município da vila da Namaacha, Jorge Tinga, disse que “nós deixamos a palavra de que as pessoas devem viver em harmonia e no amor porque as manifestações sempre provocam violência”.
Acrescentou que é através do diálogo que se podem ultrapassar as dificuldades e as diferenças que possam existir, mesmo aqueles que promovem manifestações podem ser afectados ou um outro membro da sua família.
“Temos que viver em paz, promover a cultura da paz que pode contribuir para o desenvolvimento de Moçambique”, afirmou o edil.
Jorge Tinga condenou também as ameaças de manifestações e realçou que, em democracia, o espaço para o diálogo está sempre presente.
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