Morreu na noite de terça-feira (2), vítima de doença, o conceituado guitarrista moçambicano Nanando. Luís Henrique Wilson, de seu nome completo, perdeu a vida no Instituto do Coração, em Maputo, onde se encontrava internado desde quinta-feira, data em que deu entrada queixando-se de fortes dores de cabeça.
Entretanto, os restos mortais de Nanando vão hoje(4) a enterrar, observando-se antes uma missa de corpo presente às 11.30 horas na sede da Associação dos Músicos Moçambicanos e o funeral será as 14.00 horas, no Cemitério da Lhanguene, na cidade de Maputo.
Os médicos diagnosticaram-lhe uma doença grave, entretanto não revelada. Sabe-se, porém, que na noite de terça-feira Nanando teve uma paragem cardíaca e que os médicos ainda tentaram reanimá-lo, mas debalde, acabando por sucumbir à doença.
Duas semanas antes de dar entrada no hospital o guitarrista perdera uma das suas filhas, de nome Luisinha, mas os médicos avançam que a morte da filha pouco ou nada tem a ver com a deterioração do seu estado saúde que acabaria lhe retirando a vida.
Excelente executante de afro-jazz, Nanando fez da marrabenta a sua bandeira artística, tendo integrado bandas como Hokolokwè e Franze Bappa.
Chegou a fazer parte do agrupamento Ghorwane, para além de ter trabalhado muitos anos na África do Sul e na Suazilândia. Depois da desintegração de Hokolokwè, Nanando fundou, com outros elementos, a banda Ngalanga. Mais recentemente Nanando trabalhava num projecto musical que leva o seu nome: Nanando Project. Realizou igualmente vários concertos musicais, sendo que num dos quais contou com a participação do agrupamento Majescoral.
Nascido no Bairro de Chamanculo, cidade de Maputo, a 1 de Abril de 1960, onde aprendeu a dar os seus primeiros toques na guitarra, muito inspirado por Jaimito Mahlatine, Nanando é considerado professor de guitarra de Jimmy Dludlu, em virtude de ter sido ele que lhe iniciou nesta área. Faz parte de uma geração de artistas de ouro do nosso país, tendo sido uma das faces mais visíveis dos concertos que os músicos moçambicanos realizam nas casas de pasto, onde a música de fusão é o prato mais forte.
Nanando conseguiu igualmente fazer a fusão do estilo tradicional ximandje-mandje com o jazz e a marrabenta.
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