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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Matias Mboa: “A luta pela independência foi uma escola”, afirma autor de um livro sobre a epopeia libertadora

“Memórias da Luta Clandestina” é o mais recente livro de um combatente pela independência de Moçambique a ser lançado no país, num acto que teve lugar ontem em Maputo.

O seu autor é o ex-preso político Matias Mboa, líder da 4ª Região Militar da luta armada de libertação nacional (operando no sul do país), que foi preso pela polícia política portuguesa, PIDE, em 1964, e acabou nas celas da cadeia da Machava.

O lançamento desta obra contou com a presença do Presidente da República, Armando Guebuza, também ele veterano da guerra que, desencadeada em 1964 pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), viria a culminar com a assinatura dos Acordos de Lusaka (7 de Setembro de 1974) e dando espaço à proclamação da independência nacional em 1975.

Guebuza é, aliás, o autor do prefácio desta obra que ele considera cativante para o leitor a embrenhar-se no passado de heroicidade dos destemidos combatentes pela luta de libertação nacional.

A luta clandestina a que se refere Matias Mboa no seu livro corresponde à forma que caracterizou o engajamento dos moçambicanos pela independência nacional no sul do país.
As outras vertentes desta luta foram o combate militar, levado a cabo no norte e centro do país, e a luta diplomática, que consistia na angariação de apoios junto de nações estrangeiras para a causa dos moçambicanos.

Para o Presidente Guebuza, estes relatos de heroicidade contidos em “Memórias da Luta Clandestina” constituem “importantes referências e fontes de orgulho e de inspiração e fontes de orgulho para continuarmos a enfrentar, com o mesmo sucesso de ontem os desafios do presente e do futuro”.

Por sua vez, o autor, que foi parco em palavras, referiu-se ao modo como foi desenvolvido o combate pela independência como “uma escola”, uma vez que inspirou vários grupos de jovens a abraçar a causa dos moçambicanos nos tenebrosos anos de 1960.

Matias Mboa começa o seu livro com um poema que escreveu durante os tempos que passou na cadeia da Machava. Pelas sevícias por que passou nas mãos da temível PIDE, o ex-preso político refere-se à cadeia da Machava como algo de que se quer esquecer para “apagar as tristes recordações” que teimam em continuar a habitar a sua memória. Todavia, no mesmo poema, o autor refere que essas memória são indeléveis, pelo que delas não se desenvencilha.

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